segunda-feira, 25 de abril de 2016

PATERNIDADE ESPIRITUAL.

Introdução


O ser humano precisa de uma referência paternal que lhe dê segurança. Por isso Jesus chamava a Deus de Pai.

(Mateus 6:9 - Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;). Na igreja este mesmo problema tem sido reproduzido porque muitos novos convertidos não têm pais espirituais para ensinar em sua nova vida.

Mateus 28:18-20
18 - E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.
19 - Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
20 - Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.



1 - O que é a Paternidade Espiritual?

Paternidade Espiritual é um princípio divino, que tem sido esquecido, mas Deus está novamente chamando a atenção da Sua Igreja para a importância deste princípio. A Bíblia nos mostra que sempre a bênçãos passaram de pai para filho. No Reino de Deus as coisas também funcionam assim: De Pai para filho. Nosso pai nos presta credibilidade, prova nossa linhagem, nossos direitos hereditários, mas sua paternidade nos passa características.



2 - O que nos impede de sermos Pais Espirituais?


A falta de relacionamento (intimidade) com Deus. O que gera filhos entre homens e mulheres é justamente o relacionamento (intimidade) que eles têm.


3 - Qual a importância da Paternidade Espiritual?

A paternidade por si só já é algo de sumo importância. Os problemas que enfrentamos hoje na sociedade com gravidez na adolescência, drogas, falta de instabilidade emocional, vícios, etc... é a grande ausência dos pais.

A ausência de Pais Espirituais tem causado grandes problemas para o Reino de Deus. Esta ausência gera cristãos imaturos, acorrentados por vícios e escravos do pecado. São como bebês que nascem, mas não têm ninguém para cuidar. O profeta Malaquias fala disso quando diz: “...para converter o coração dos pais aos filhos...(Ml 4:6)”. Existe hoje um clamor ecoando por Pais Espirituais.

A intenção de Deus é levantar Pais Espirituais para ajudar no crescimento desses filhos, para que eles causem um impacto nas famílias, na igreja e na sociedade. Essa restauração da harmonia entre pais e filhos, tanto naturais como espirituais, fará que possa ser transmitida a herança para as próximas gerações.


4- Exemplo de paternidade espiritual de Paulo

Até onde se sabe o apóstolo Paulo não se casou (I Coríntios 9.5) e provavelmente não teve filhos. Contudo tratava seus discípulos como se fossem seus filhos. Em suas cartas às igrejas que pastoreava, escrevia chamando-os de filhos, como por exemplo, às Igrejas em Roma como “filhos de Deus” (Romanos 8.16 e 19), em Corinto “como a filhos meus amados” (I Coríntios 4.14), na Galácia “porque vós sois filhos” (Gálatas 4.6) e em Éfeso “filhos amados” (Efésios 5.1).

A paternidade espiritual não é nada fácil, por isso Paulo diz que sofria mais de uma vez as dores de parto e seu objetivo era que Cristo fosse formado em seus discípulos. Ou seja, não os abandonaria ‘até’ que se tornassem parecidos com Jesus, o modelo do Pai celestial. Paulo é um grande exemplo de paternidade espiritual porque cuidava de seus discípulos.


4.1 - TIMÓTEO > Filho na Fé: I Timóteo 1.2 “a Timóteo, verdadeiro filho na fé, graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor”.

Timóteo é o mais conhecido filho espiritual de Paulo. Com base no texto acima que usamos e expressão ‘filho na fé’. Paulo o conheceu em Listra sendo já “um discípulo chamado Timóteo, filho de uma judia crente, mas de pai grego” (Atos 16.1). A partir de então passa acompanhar Paulo nas viagens missionárias (Atos 17.14,15) principalmente na Ásia (Atos 19.22 e 20.4). Também chegou a ser preso por causa do evangelho como Paulo (Hebreus 13.23).

Escrevendo às igrejas, Paulo quase sempre cita a presença de Timóteo na abertura das cartas ou no encerramento, tornando um coautor junto com Paulo. Aos Coríntios, Paulo o indica para ser recebido “Timóteo, que é meu filho amado e fiel no Senhor” (I Coríntios 4.17) e devia ser bem recebido “porque trabalha na obra do Senhor, como também eu” (I Coríntios 16.10). Testemunha sobre ele que “conheceis o seu caráter provado, pois serviu ao evangelho, junto comigo, como filho ao pai” (Filipenses 2.19-22). Era um representante de Paulo nas visitas às igrejas para trazer notícias para o apóstolo (Filipenses 2.19). Aos cristãos de Roma Paulo chama “Timóteo, meu cooperador” (Romanos 16.21). Através destas palavras percebemos que era algo notório a todos o tratamento de Paulo com Timóteo como pai e filho.

Nas cartas que escreveu a Timóteo, Paulo o chama de filho várias vezes ensinando-o “o dever de que te encarrego, ó filho Timóteo” (I Timóteo 1.18), com muito carinho “ao amado filho Timóteo” (II Timóteo 1.2) e abençoando-o “tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus” (II Timóteo 2.1). O tratamento paternal de Paulo para Timóteo ensina muitos conselhos de um mestre a seu discípulo. Com Paulo aprendemos que devemos gerar filhos na fé através da pregação do evangelho e Timóteo nos ensina a desejar aprender sobre esta fé, sendo pessoas ensináveis. Um pai sempre deve estar pronto a ensinar e um filho pronto a aprender. Se você for filho na fé também será um pai espiritual!


4.2- TITO > Filho na Comunhão: Tito 1.4 “a Tito, verdadeiro filho, segundo a fé comum, graça e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Salvador”.

O que sabemos de Tito é que seria também um jovem pastor como Timóteo e assim como este era discípulo de Paulo. Tito viajava com Paulo (Gálatas 2.1) e quando este estava preso, Tito fazia as viagens representando Paulo até que foi enviado pelo apóstolo para a ilha de Creta (Tito 1.5) como pastor ou bispo como diz a tradição histórica¹. Sua origem era grega (Gálatas 2.3) e chegou a pregar na região da Dalmácia onde hoje é a Croácia (II Timóteo 4.10)

A comunhão entre Paulo e Tito era tão grande que Paulo lamente quando está ausente e o chama de ‘meu irmão Tito’ “não tive, contudo, tranquilidade no meu espírito, porque não encontrei o meu irmão Tito” (II Coríntios 2.13). Depois Paulo declara que “Deus, que conforta os abatidos, nos consolou com a chegada de Tito” (II Coríntios 7.6). Paulo dizia que chegou a “a recomendar a Tito” (II Coríntios 8.6) sabendo que tinha “Tito a mesma solicitude por amor” (II Coríntios 8.16) falando para todos que “Tito, é meu companheiro e cooperador” (II Coríntios 8.23) e ainda o defendia o tempo todo perguntando “porventura, Tito vos explorou? Acaso, não temos andado no mesmo espírito? Não seguimos nas mesmas pisadas?” (II Coríntios 12.18). Na segunda carta aos Coríntios, Tito aparece várias vezes como um representante de Paulo sendo um personagem de destaque neste livro.

Parece que Tito era um jovem muito alegre porque Paulo fala várias vezes que “nos alegramos pelo contentamento de Tito, cujo espírito foi recreado por todos vós” (II Coríntios 7.13), chegando até mesma a ter “exaltação na presença de Tito” (II Coríntios 7.14). Além disso, Tito era um filho obediente a Paulo porque não aceitou a circuncisão pregada pelos judeus (Gálatas 2.3). Tito também é chamado de filho na fé, mas Paulo diz que tinham uma fé comum, ou seja, uma grande comunhão havia entre eles.

Com Paulo aprendemos que devemos ter comunhão com nossos discípulos e não nos sentir superior a eles de forma arrogante. Tito nos ensina que precisamos dar alegria para nossos líderes espirituais não levando apenas problemas, mas também os consolando em suas dificuldades. Viva em comunhão e alegria com seus filhos espirituais!



4.3- ONÉSIMO > Filho nas Algemas: Filemom 1.10 “sim, solicito-te em favor de meu filho Onésimo, que gerei entre algemas”.

Onésimo foi outro filho espiritual de Paulo que este conheceu quando já estava preso em Roma por causa do evangelho. Era natural de Colosso, por isso Paulo o enviou para lá com a missão de pregar e dar notícias sobre o apóstolo “vos envio Onésimo, o fiel e amado irmão, que é do vosso meio” (Colossenses 4.9). Onésimo era um escravo de um homem chamado Filemom que também era amigo de Paulo (Filemom 1.16) e fugiu por ter roubado de Filemom (Filemom 1.18). Converteu-se quando conheceu Paulo na prisão e assim que foi possível Paulo o mandou de volta para seu senhor com uma carta “ao amado Filemom, também nosso colaborador” (Filemom 1.1).

Ao falar do escravo Onésimo, Paulo testemunha sobre sua mudança de vida dizendo que “ele, antes, te foi inútil; atualmente, porém, é útil, a ti e a mim” (Filemom 1.11). O amor de Paulo por Onésimo era como de pai e filho dizendo que “envio de volta em pessoa, quero dizer, o meu próprio coração” (Filemom 1.12). Paulo não queria se afastar dele, mas “queria conservá-lo comigo” (Filemom 1.13) tendo tanta consideração que pede que “recebe-o, como se fosse a mim mesmo” (Filemom 1.17).

Paulo assume a paternidade de Onésimo e se dispõe a pagar suas dívidas se fosse preciso (Filemom 1.19) e pede ao seu dono que o receba de volta “não como escravo; antes, muito acima de escravo, como irmão caríssimo” (Filemom 1.16). Ainda na prisão Paulo gerou um filho e o preparou para enfrentar a vida assumindo seus erros e testemunhando sua mudança de vida.
Com este filho Paulo nos ensina que mesmo diante de dificuldades devemos gerar filhos espirituais, pois embora estivesse com mãos algemadas, tinha a boca livre para pregar. Onésimo é um exemplo de que sempre há esperança e nunca é tarde para recomeçar, além de que precisamos assumir e enfrentar nossos erros. Um pai encoraja o filho e este enfrenta com apoio do pai!



CONCLUSÃO: 

Estes três discípulos de Paulo que foram chamados de seus filhos nos ensinam muitas coisas. A Igreja cuidar daqueles que passam pelo novo nascimento, como crianças recém-nascidas que precisam primeiro de um leite espiritual (Hebreus 5.12,13). Paulo disse aos coríntios que “leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo” (I Coríntios 3.2). A desnutrição espiritual dos novos convertidos tem causado muitos abortos e órfãos espirituais que se tornam pessoas feridas, resistentes ao evangelho e rebeldes não aceitando serem filhos porque não tiveram pais. 

Certa vez ouvi que ‘o título mais importante para Deus é o de filho’, porque não importa o que a pessoa seja, quando se torna filho de Deus tudo pode ser mudado (João 1.12). Muitos líderes não conseguem gerar filhos porque não tiveram pais, mas Deus quer curar esta esterilidade espiritual e tratar com esta irresponsabilidade para que todos os seus filhos tenham como pais pessoas que os orientem em sua nova vida.
Quem nunca foi filho não saberá ser pai!


fontes: Bíblia sagrada.
            Artigos na internet.

Nenhum comentário:

Postar um comentário