Jesus o Enviado do Pai.
Jesus
(Hb 3:1). Ele é o apóstolo supremo. Nele vemos um ministério apostólico de
estatura completa.
Hebreus
3:1 - POR isso, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a
Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão,
A palavra apóstolo significa
literalmente, um "enviado", e é derivada do radical
"enviar". Não contém em si nenhum pensamento de propósito ou função.
Seu significado é simplesmente o de "alguém que é enviado".
Há uma palavra equivalente no hebraico
que amplia um pouco nossa compreensão do vocábulo apóstolo. Na parte do Talmud
que trata da lei oral há uma passagem que diz:
"Se aquele que ora o tefilloh
(oração judaica) cair no erro, será mau presságio para ele, e se ele for o
agente (apóstolo) da congregação, será mau presságio para aqueles que assim o
designaram, porque o agente se assemelha
àquele que o designou."
Vemos que se um homem fizer orações e
depois cair em erro, trará vergonha sobre si mesmo. Se o homem que caiu no erro
for o agente, ou apóstolo, de uma congregação, então trará vergonha sobre a
congregação por causa desta ligação: o apóstolo se assemelha àquele que o
designou. O apóstolo é mais do que um
simples mensageiro. Ele se identifica com aquele que o enviou.
O registro mais antigo desta palavra
no grego está nos escritos de Heródoto, e se refere a um arauto enviado para
conseguir armistício.
(Armistício é
um acordo formal, segundo o qual, partes envolvidas em conflito armado
concordam em parar de lutar.[1] Não
necessariamente é o fim da guerra, uma vez que pode ser apenas um cessar-fogo enquanto
tenta-se realizar um tratado de paz.[1] A
palavra deriva do latim: arma (arma)
e stitium (parar).
Vamos examinar,
apostello, é um termo que geralmente
sugere um enviado autorizado ou oficial.
Ligando estas definições, vemos que a
palavra apóstolo é muito rica. Sugere que Jesus
Cristo foi "enviado por parte do Pai", não como um simples
mensageiro, mas como alguém que se identificava com o Pai, e que veio
representar aquele que o enviara.
PARA SALVAÇÃO.
O propósito do seu apostolado é
descrito em muitas passagens do Novo Testamento. João destaca um motivo
especial. "Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo; mas
para que o mundo fosse salvo por ele" (Jo 3:17, veja também 1 Jo 4:9,10,14).
I
João 4:9 - Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu
Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. 10 - Nisto está o amor, não
em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu
Filho para propiciação pelos nossos pecados. 13 - Nisto conhecemos que estamos
nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito.
O envio de Jesus foi para tratar do
pecado da humanidade e introduzi-la na vida e na salvação, em uma definição
ainda mais simples, Jesus disse: "Eu vim para
fazer a vontade daquele que me enviou" (Jo 5:30). Jesus, o apóstolo, se preocupava em executar a vontade daquele que o
enviou.
PARA EDIFICAR A CASA DE DEUS.
Em Hebreus 3 há mais um motivo para
seu apostolado. Esta passagem inteira fala sobre a edificação da casa de Deus.
Jesus não veio somente para trazer salvação aos homens e às mulheres, mas veio
assegurar que aqueles que haviam recebido a vida fossem edificados juntos como
uma habitação de Deus. "Considerai
o Apóstolo e Sumo Sacerdote... Jesus", que edificou a casa (Hb 3:1-3). Ele foi enviado para tratar do pecado
dos homens, para levá-los à salvação e à vida, e finalmente para culminar sua missão edificando uma casa onde Deus
pudesse morar, uma casa que Deus pudesse encher com sua presença.
Moisés que também é citado nesta
passagem em Hebreus. Ele foi fiel na casa de Deus. Em Atos 7, Moisés tinha um
ministério de salvação. Ele foi enviado para ser um libertador (v. 35). Atos 7:35 - A este Moisés, ao qual haviam negado,
dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz? a este enviou Deus como príncipe e
libertador, pela mão do anjo que lhe aparecera na sarça.
Ele também tinha outra missão. Deveria
construir um lugar de morada para Deus segundo o modelo que Deus havia mostrado
no monte (Atos 7:44 - Estava entre nossos pais no deserto o
tabernáculo do testemunho, como ordenara aquele que disse a Moisés que o
fizesse segundo o modelo que tinha visto.)
O ministério apostólico de Moisés envolvia não só a redenção, mas também
a edificação da casa de Deus. Moisés aqui é uma figura do objetivo final de
Deus, uma casa não feia por mãos humanas, mas
edificada com pedras vivas.
MISSÃO NÃO ACABADA.
Em Atos 3, podemos concluir que o
ministério apostólico de Jesus ainda não foi consumado e que não se encerrou
com a ressurreição, Jesus é enviado mais uma vez - para abençoar Israel, e
também para abençoar todas as nações (vv. 21,25). Mas como Jesus poderia ser
enviado após ressuscitar dos mortos? Ele
foi enviado através do ministério da igreja.
Atos
3:21 - O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo,
dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o
princípio.25 - Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus fez com
nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as
famílias da terra.
JESUS CONCEDE O DON DE APOSTOLO A IGREJA.
A ressurreição de Jesus
causou transformação no ministério apostólico. Aquele ministério exclusivo de
Jesus e dos doze agora é ampliado. O que fora limitado geograficamente à Palestina, agora
se torna universal. É significativo que
em Efésios 4 é o Senhor ressurreto quem concede o dom de apostolado à igreja.
Isto aconteceu depois da ressurreição de Jesus. Ele ascendeu e deu dons aos
homens - primeiro, aos apóstolos. A missão apostólica de Jesus está por
completar-se, pois depois de sua ressurreição ela ainda continua através dos
apóstolos do Novo Testamento, naqueles que foram enviados para representá-lo.
A mensagem que eles levaram foi: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para
serem cancelados os vossos pecados, a fim de que da presença do Senhor venham
tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já vos foi designado, ao
qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de todas as
cousas" (At 3:19-21a).
A ULTIMA COMISSÃO DE JESUS.
A última expressão do apostolado de
Jesus, sua última comissão. Deus enviou Jesus Cristo, que completou a obra da
redenção e ressurgiu de entre os mortos. O ministério apostólico entra, então,
numa nova dimensão com os apóstolos da igreja e culmina com a comissão final de
Cristo para trazer a restauração de todas as coisas.
Tanto o ministério dos doze, quando o
da companhia que os seguiu, devem ser vistos como uma extensão do ministério
apostólico de Jesus. É o seu apostolado que está sendo incorporado neles. Ele
está sendo enviado nos seus apóstolos. Vê-se isto mais especificamente no
evangelho de João. "Em verdade, em verdade vos digo: Quem receber aquele
que eu enviar, a mim me recebe" (Jo 13:20a). Aquele que recebe o enviado, recebe o
próprio Cristo.
CONTINUADA POR SEUS APÓSTOLOS
"Assim
como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo" (Jo 17:18;
20:21). Vemos em João 17:21
que um propósito da comissão é "para que o mundo creia que tu me
enviaste". O envio
dos apóstolos não somente estendia o envio de Jesus Cristo, mas também o
justificava e confirmava. A prova do
apostolado de Cristo é o apostolado da igreja e se não houver um apostolado na
igreja, não haverá nenhum testemunho do apostolado de Jesus. A tarefa
principal dos apóstolos hoje ainda é trazer salvação e construir a casa do
Senhor.
Os doze e àqueles que os seguiram são á
extensão do ministério de Cristo. Foi dito muitas vezes que o ministério
apostólico cessou com os doze, mas há evidência abundante no Novo Testamento de
uma extensão de apostolado além dos doze. Em
Efésios 4 vemos o apostolado como um dom do Senhor ressurreto, ao passo que os
doze foram designados antes dele ressuscitar dos mortos.
Há pelo menos oito pessoas no Novo
Testamento que são chamadas apóstolos: Barnabé e Paulo, Timóteo e Silas,
Andrônico e Júnias, Apolo e Tiago. Em 1 Coríntios 15 os doze são colocados em
contraste com os demais apóstolos (vv. 5,7,8). Em 2 Coríntios 11:13 e em
Apocalipse 2:2 há referências aos falsos apóstolos. Se o apostolado fosse limitado aos doze, seria fácil demonstrar quem
era falso.
É evidente, então, que há outros
apóstolos no Novo Testamento, mas vamos observar a relação entre ele e os doze.
Em muitas maneiras os doze foram singulares. Foram singulares em ser os
primeiros apóstolos a representar o apostolado de Cristo. Eles não foram
singulares por serem os únicos. Há sempre uma singularidade atribuída aos
primeiros e é exatamente isto que se vê nos doze.
Em segundo lugar, foram singulares
pelo fato de serem doze apóstolos. O
número doze não é exclusivo, mas simbólico. Liga-nos ao povo de Deus do Velho
Testamento. Os doze filhos de Jacó não foram designados para limitar sua
descendência, mas para serem as primícias da mesma. Nos doze temos um
símbolo ligando a nova comunidade com a velha. Eles foram as primícias de uma
nova humanidade, as primícias da nova habitação de Deus. Foram singulares por
serem os primeiros. Foram singulares por
serem o elo entre o povo de Deus da velha aliança e o da nova aliança. Foram
singulares em serem as primícias de uma nova humanidade. Aqui sua singularidade
termina, e seu ministério essencial é continuado por muitos outros.
A FORMAÇÃO DE UM APÓSTOLO
1 - ORAÇÃO
Vamos agora à origem e preparação do
ministério apostólico. Lucas registra como o ministério dos doze começou. "Naqueles
dias retirou-se para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E
quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze entre eles,
aos quais deu também o nome de apóstolos" (Lc 6:12,13). Da oração se originou o ministério apostólico. Não se ouve falar muito sobre oração
para gerar ministérios, mas há uma necessidade vital disto em nossa época.
Jesus orou e tenho certeza que ele ainda está orando para que surjam apóstolos.
Precisamos alinhar as nossas orações com
as Dele e então veremos algumas respostas. A oração é um alicerce para o
surgimento de um apóstolo.
2 - DISCIPULADO
Ele os chamou de entre a companhia de
discípulos. O discipulado é também um requisito para ser um apóstolo. Quando
Paulo se refere ao seu apostolado em Romanos 1, ele começa assim: "Paulo,
servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo". Se nós não nos
qualificarmos na escola do discipulado, certamente não vamos nos qualificar na
escola do apostolado. É do meio dos
discípulos, dos escravos de Jesus, que ele chama o apóstolo.
Todos nós temos consciência do preço
do discipulado. "Se alguém
quer ser meu discípulo, dia a dia tome a sua cruz e siga-me" (Lc 9:23). Se tudo que é envolvido no discipulado não for trabalhado profundamente
em nosso espírito e em nossa experiência, não podemos começar a pensar em
apostolado.
3 - O CHAMADO DE DEUS
Quero enfatizar mais um fato - que era
Jesus quem chamava. O apostolado é um ministério que nenhum homem pode tomar
sobre si. Nem é um ministério que um homem pode colocar sobre outro. Jesus
chama; se ele não chamar, não haverá apostolado. A igreja pode, com seus meios normais, impor as mãos em um homem após
outro para uma sucessão apostólica, mas o apostolado não vem assim. É uma
extensão do Senhor ressuscitado, não uma extensão da mão do homem. Os
ministérios podem surgir de maneiras diferentes; vemos, por exemplo, os
apóstolos convidando a igreja para apontar homens para cuidar dos problemas das
viúvas. Não é assim com o apostolado. Ele chama. Vez após vez Paulo reafirma
que ele é um apóstolo de Jesus Cristo, não pela vontade do homem, mas pelo
mandamento de Deus.
4 - ALÉM DO DISCIPULADO
A passagem paralela no evangelho de
Marcos diz que "Jesus subiu ao monte e chamou os que ele mesmo
quis, e vieram para junto dele. Então designou doze para estarem com ele e para
os enviar a pregar" (Mc 3:13,14). Ele os designou para estarem com Ele. É uma frase tão
simples, mas diz tudo. Dentre aqueles
que haviam se provado na escola de discipulado, ele, por vontade divina,
escolheu alguns para estarem com ele. Isto
sugere claramente uma intimidade de relacionamento que transcende o
discipulado. Foi dito dos apóstolos do Novo Testamento que os homens
notaram que eles haviam estado com Jesus (At 4:13). O apóstolo é um homem que
tem uma comunhão íntima com aquele que o envia. Isto é o que o Senhor tinha em
mente quando ele disse, "Vós sois
meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o
servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque
tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer" (Jo 15:14,15).
O discipulado do servo ainda continua,
mas agora é absorvido numa amizade maior, uma intimidade maior com Jesus
Cristo. É repartir todas as coisas "que eu
tenho ouvido de meu Pai". "Não fostes vós que me escolhestes a mim;
pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros, e vos designei para que
vades" (v.16). Ele os chamou para que estivessem com
ele, para que ele pudesse enviá-los.
Fontes: Biblia sagrada
Livros, estudos na net.
Ruach Ministries International
Dr Graham Perrins
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