quinta-feira, 30 de junho de 2016

O ALTAR DO INCENSO/Mizbeach HaKetoret


Shemot/Êxodo: 30:1-10 
"e Farás também um altar para queimares nele o incenso; de madeira de acácia o farás. Terá um côvado de comprimento, e um de largura (será quadrado), e dois de altura; os chifres formarão uma só peça com ele. De ouro puro o cobrirás, a parte superior, as paredes ao redor e os chifres; e lhe farás uma bordadura de ouro ao redor. Também lhe farás duas argolas de ouro debaixo da bordadura; de ambos os lados as farás; nelas, se meterão os varais para se levar o altar. De madeira de acácia  farás os varais e os cobrirás de ouro. Porás o altar defronte do véu que está diante da arca do Testemunho, diante do propiciatório que está sobre o Testemunho, onde me avistarei contigo. Aharon queimará sobre ele o incenso aromático; cada manhã, quando preparar as lâmpadas, o queimará."(Shemot 30:1-7)

O Lugar Santo era o lugar de comunhão com YHWH. O Mizbeach HaKetoret é a terceira peça do Lugar Santo a ser descrita pela Torah e estava posicionado bem no centro, diante da Arca do Testemunho, assim, a fumaça com o incenso cobriria o Propiciatório, levando o seu perfume até o lugar onde a presença de YHWH se manifestaria. 

O que podemos aprender através dos passukim/versos acima? 
Esses passukim nos ensinam que assim como o Altar do Incenso era o "veículo" que levava o perfume do Incenso queimado até a presença de HaShem, o nosso coração sincero é o veículo que leva nossas orações como "aroma" agradável diante do Eterno. Um coração puro agrada a HaShem, porque deseja sempre estar em Sua presença.

A Bíblia nos diz que David era um homem segundo o coração de YHWH, mas, isso não quer dizer que ele nunca tenha pecado, apenas que apesar de pecar (como muitas vezes nós fazemos), ele se arrependia e de todo o coração orava ao Eterno pedindo que o perdoasse. 

Foi num momento assim que ele escreveu o Tehilim/Salmos 51. No verso 10 ele "Cria em mim, ó YHWH, um coração puro, e renova em mim um espírito inabalável". 
É isso que devemos pedir a YHWH; um coração puro, disposto a ama-lo, serví-lo e obedecê-lo!

Fonte: israelitasdocaminho

O ÓLEO/SHEMEN DA UNÇÃO/MESHACH (Separação)

Shemot/Êxodo 30:23-32
O estudo de hoje começa com YHWH dizendo a Mosheh: "Toma também das principais especiarias (plantas perfumadas), uma porção da mais pura mirra, de canela aromática, de cálamo aromático, de cássia e de azeite de oliveiras. Disto farás um óleo sagrado para as unções (honras), um perfume composto conforme a arte do perfumista; este será o óleo sagrado para as unções. Com ele ungirás a Tenda da Revelação, a Arca do Testemunho, a Mesa com todos os seus Utensílios, o Candelabro (Menorah) com os seus utensílios, o Altar de Incenso (Ketoret), a Altar dos Sacrifícios com todos os seus utensílios, o Altar de Incenso. Assim santificarás tudo, para que sejam santíssimas a mim; e tudo o que as tocar será santo. Também ungirás a Aharon/Arão e seus filhos (Banim), e os santificarás para o serviço a YHWH. E falarás aos filhos de Israel, dizendo:  Este me será o óleo sagrado para as unções por todas as vossas gerações.  Esse óleo especial não é para ungir qualquer homem; e não tentem imitar a sua composição; pois, é sagrado. Aquele que fizer um perfume igual a este, ou que com ele ungir a um estranho, será extirpado do seu povo".

Como temos visto, Yeladim, desde que o Eterno tirou os Israelitas do Egito, Ele se preocupou em explicar a eles cada detalhe sobre Sua vontade e propósitos.
O óleo que foi preparado para a unção de Aharon e seus filhos, também era usado para ungir (separar/honrar) Reis e Profetas na antiguidade.  
Esse óleo aromático se tornava como uma "coroa de honra" para o sumo sacerdote (Levítico 21:12) e deveria produzir um cheiro suave em todo o Tabernáculo.
Também a nossa vida foi "ungida" (separada com honra) por YHWH, para que possamos ser testemunhas dEle e onde quer que estejamos, possamos exalar (emitir) o bom perfume do Mashiach.
Esse perfume representa a nossa vida, Yeladim, que é preciosa para YHWH. Será que a nossa vida tem "exalado" o perfume que agrada ao Eterno? 

Fonte: israelitasdocaminho

A CONSAGRAÇÃO DOS COHANIM/SACERDOTES

A CONSAGRAÇÃO DOS COHANIM/SACERDOTES
(Consagração dos Cohahim)
(Shemot/Êxodo 29:1-46)
Esse capítulo (perek) de Shemot trata da "consagração" dos Cohanim / Sacerdotes ao serviço à YHWH.
Aharon/Arão e seus filhos eram da Tribo de Levi e, conforme instruções de HaShem, foram "separados" por Mosheh para o ofício sacerdotal, ou seja, representar o povo perante YHWH apresentando seus sacrifícios pelo pecado e também as suas ofertas de gratidão. 
Para que estivessem aptos (qualificados) a representar o povo, os Cohanim tinham de estar purificados de seus próprios pecados, portanto, diariamente, durante 7 dias eles dedicavam a YHWH um novilho sem defeito, que era morto pelos seus pecados.
Exôdo 29:1 "Isto é o que lhes hás de fazer, para os santificar, para que me administrem o sacerdócio..."
Além disso, o Cohen Gadol/Sumo Sacerdote passava por um cerimonial de purificação que envolvia o sacrifício de boi, carneiros, pais Ázimos e vinho, que era feito dentro do pátio à entrada do Mishkan/Tabernáculo.
Exôdo 29:20 " E imolarás o carneiro e tomarás do seu sangue, e o porás sobre a ponta da orelha direita de Arão, e sobre as pontas das orelhas direitas de seus filhos, como também sobre os dedos polegares das suas mãos direitas, e sobre os dedos polegares dos seus pés direitos; e o restante do sangue espalharás sobre o altar ao redor."
Na pia de bronze, à entrada do pátio, eles deveriam constantemente lavar os pés e as mãos, simbolizando a necessidade de estarmos sempre com os pés e as mãos "purificados" para servirmos a YHWH.
Todas as vezes que o sacerdote representava o povo perante YHWH, era feita uma "limpeza simbólica", com a lavagem de todo o corpo. Depois disso, os Cohanim eram vestidos, cada qual com a sua vestimenta e as suas cabeças ungidas com óleo de oliveira perfumado com especiarias.
Assim, era feita a cerimônia de consagração dos cohanim/sacerdotes que eram separados para o serviço a YHWH.
E esse perek/capítulo termina com uma promessa de HaShem: "E ali virei aos filhos de Israel; e a tenda será santificada pela minha glória; santificarei a tenda da revelação e o altar; também santificarei a Aharon e seus filhos, para que me administrem o sacerdócio. Habitarei no meio dos filhos de Israel, e serei o seu Elohim e eles saberão que eu sou YHWH seu Elohim, que os tirei da terra do Egito, para habitar no meio deles; Eu Sou YHWH seu Elohim".

Fonte: israelitasdocaminho

A VESTIMENTA DOS COHANIM/SACERDOTES


(Shemot/Êxodo 28:1-43)
Em Shemot 28, o Eterno dá instruções a Mosheh a respeito de quem ele deveria separar para o ofício (trabalho) de sacerdote e como deveriam ser feitas as vestimentas para que pudessem estar apresentando o povo perante YHWH.
Foi, assim, que Aharon e seus filhos foram escolhidos com exclusividade, para servir ao Eterno, sendo um "intermediário" entre o povo e YHWH. E claro, para estar na presença de HaShem, eles não poderiam se apresentar de qualquer jeito.  Por isso, YHWH mandou que se fizesse trajes especiais; roupas dignas de aparecer perante o Rei do Universo; gloriosas e cheias de ornamentos (enfeites), ouro e pedras preciosas: "Estas, pois, são as vestes que farão: um peitoral, um avental (éfode),  um manto, uma túnica bordada, um turbante para a cabeça (mitra) e um cinto (faixa); farão, pois, as vestes sagradas para Aharon/Arão, teu irmão, e para os filhos dele, a fim de me administrarem o ofício sacerdotal" (Shemot 28:4)E disse mais: "Falarás a todos os homens hábeis (capazes), a quem eu tenha enchido da Ruach de Sabedoria para que façam as vestes de Aharon, para santificá-lo, a fim de que me administre o ofício sacerdotal" (Shemot 28:2,3). 


Assim como instruiu Mosheh sobre o Tabernáculo, HaShem deu a Mosheh todas as informações para que se fizesse a vestimenta dos Cohanim/Sacerdotes. (As roupas de Aharon teriam de ser feitas especialmente por aqueles a quem O Eterno tinha dado, através da Ruach, o dom para executar aquela tarefa). 
Sobre o manto, o Cohen Gadol deveria usar uma vestimenta chamada efod/éfode, feita de puro linho azul, púrpura e escarlate com ouro.  Em cada ombro, deveria levar uma pedra de ônix com o nome das 12 Tribos de Israel (seis nomes de cada lado). Isso significava que toda vez que o Cohen Gadol entrasse no Lugar Santo ele estaria levando o nome das 12 Tribos perante YHWH.
Também, deveria ser feita uma faixa em linho azul, púrpura e escarlate, entrelaçada com ouro, para ser colocada ao redor da cintura do Cohen Gadol. Por cima do éfode deveria levar um "peitoral" (espécie de bolsa pendurada), lindamente tecido em linho azul, púrpura e carmesim, ouro e com 12 pedras preciosas fixadas na parte da frente com o nome da cada Tribo.
Para usar debaixo do efod deveria ser feito um manto azul com pequenos sinos de ouro pendurados na borda, intercalados com pequeninas romãs também de ouro. (O Som dos sininhos poderia ser ouvido por toda kehilah de Israel, quando Aharon entrasse no Lugar Santo seria o sinal de que a oferta do povo tinha sido aceita por YHWH).
O Cohen Gadol deveria usar sobre sua cabeça uma espécie de turbante (ou mitra) de linho fino, preso por uma faixa azul, com uma placa em ouro, com a seguinte inscrição: "Santidade a YHWH", simbolizando a verdadeira santidade, sem a qual o povo não seria aceito por HaShem (Shemot 28:36-38). (A colocação da lâmina dourada na testa de Aharon tinha um significado especial: era a certeza de sua qualificação para o serviço a YHWH e de sua eleição como "mediador entre YHWH e Am'Israel/Povo de Israel).
Tanto as vestes especiais de Aharon, quando as vestes de seus filhos deveriam ser usadas todas as vezes que eles entrassem no Tabernáculo, para o ofício ao Eterno.
Os Cohanim/Sacerdotes que ministrassem no Lugar Santo deveriam usar uma túnica longa (casaco bordado), com mangas de linho branco, sem costura; calções brancos de linho até as coxas; turbante (ou mitra) e um faixa de tecidos (Shemot 39:29).
Assim como os sacerdotes não poderiam chegar à presença de YHWH de qualquer jeito, pois, poderiam morrer (Shemot 28:43), nós também não podemos servir a Ele de qualquer maneira. 

Fonte: israelitasdocaminho

quarta-feira, 1 de junho de 2016

PÁSCOA

A Páscoa marcou o começo de uma nova era para o povo de Deus. Somente a partir da redenção, a vida de Israel passa a ter real significado, pelo fato de andar com Deus: "E falou o Senhor a Moisés e a Arão no Egito: Este mês será para vós o começo dos meses, será o primeiro mês do ano (Êxodo 12.1,2).
Jesus é a nossa Páscoa, conforme ensina o apóstolo Paulo nesta passagem: "Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado" (1 Coríntios 5.7). Dadescrição da Páscoa, de Êxodo 12.1-28, destacamos alguns pontos interessantes, para compararmos com o ensino do Novo Testamento.
1. A separação do cordeiro. O cordeiro deveria ser guardado quatro dias: "Falai a toda a comunidade de Israel, dizendo: No dia dez deste mês cada um tome um animal por família, para cada casa. Devereis guardá-lo fechado até o dia catorze deste mês, quando toda a comunidade de Israel reunida o imolará" (vv. 3 e 6). Jesus, cumprindo rigorosamente esta profecia tipológica, entrou em Jerusalém quatro dias antes da Páscoa.
2. A perfeição do cordeiro. No verso cinco encontramos que o cordeiro tinha de ser perfeito: "O animal será sem defeito, um macho de um ano. Podereis escolher tanto um cordeiro como um cabrito".
3. A suficiência do cordeiro. Se um cordeiro fosse muito para uma família, deveria ser repartido com os vizinhos: "Se a família for pequena demais para um animal, convidará também o vizinho mais próximo, de acordo com o número de comensais por animal" (v.4). - Estamos nós também repartindo Cristo, o Cordeiro de Deus, com os nossos vizinhos? Quando os discípulos levaram ao seu Senhor o problema da multidão faminta, sugerindo-lhe que a despedisse, Ele lhes disse: "Não precisam retirar-se, dai-lhes vós mesmos de comer" (Mateus 14.16). O Cordeiro deveria ser entregue por toda a Congregação, isto é, em favor de todo o povo. Jesus foi entregue por Deus para ser o Salvador de todo aquele que nele crê (João 3.16).
4.O sangue do cordeiro. Cada israelita devia apropriar-se do sangue. "Tomarão um pouco do sangue e untarão a moldura da porta das casas onde comerem" (v.7). Para aqueles que não se apropriam do sangue de Jesus, de nada vale o sacrifício expiatório do Calvário. A salvação é para todos, mas é necessário que cada um se aproprie dela através do sangue de Jesus. O valor da morte de Cristo é universal em sua suficiência, mas restrito em sua eficiência.
5. Os sofrimentos do cordeiro. A Páscoa devia ser comida com ervas amargas: "Comerão a carne nesta mesma noite. Deverão comê-la assada ao fogo, com pães sem fermento e ervas amargas" (v.8). Este texto fala do arrependimento, da tristeza pelo pecado, da lembrança dos sofrimentos de Jesus na cruz. A carne assada ao fogo fala das suas provações, de como Ele foi provado por Deus. Os pães sem levedura falam de Jesus como o verdadeiro Pão do Céu, sem pecado, sem mancha, sem hipocrisia.
6.  O cordeiro assado ao fogo. Os israelitas não deveriam comer nenhuma parte do cordeiro crua: "Não deveis comer dessa carne nada de cru, ou cozido em água, mas assado ao fogo, inteiro, com cabeça, pernas e vísceras" (v.9). A fé só tem valor quando posta no Cristo crucificado, morto e ressuscitado: "Assim, que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne, e, se antes conhecemos a Cristo segundo a carne, agora já não o conhecemos deste modo" (2 Coríntios 5.16). A cabeça indica a mente de Cristo e fala dos pensamentos puros: "Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra" (Colossenses 3.2). "Pois, quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo" (1 Coríntios 2.16). Os pés indicam a vida exemplar e santa de Jesus, e a fressura (ou entranhas) fala do afeto, do seu amor.
7. Quando devemos apropriar-nos do cordeiro? No versículo 10 lemos: "Não deixareis nada para o dia seguinte. O que sobrar, devereis queimá-lo no fogo". O tempo para nos apropriarmos da plenitude de Cristo é esta vida presente: "Porque todos nós temos recebido da sua plenitude, e graça sobre graça" (João 1.16). "Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo" (Efésios 4.13). A expressão "o dia seguinte" fala do retorno de Cristo - um novo dia. "Assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã. Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou araiz e a geração de Davi, a brilhante estrela da manhã" (Apocalipse 2.28; 22.16). "O que sobrar, devereis queimá-lo", indica que só se pode tomar posse da salvação na presente dispensação da graça. Há uma relação perfeita entre o cordeiro da Páscoa e Jesus. Embora dezenas de milhares de cordeiros tenham morrido na primeira Páscoa, em Êxodo 12 a palavra "cordeiro" não aparece uma só vez no plural, mas sempre no singular. Nos versos 3,4 e 5 de Êxodo 12 Moody observou três passos no relacionamento do cordeiro com o povo de Deus: um cordeiro, um Salvador - Êxodo 12.3 e Lucas 2.11; o cordeiro, o Salvador - Êxodo 12.4 e João 4.42; seu cordeiro, meu Salvador - Êxodo 12.5 e Lucas 1.47.



A PRIMEIRA PÁSCOA
Como os israelitas comeram a primeira Páscoa?
1. Com os lombos cingidos (Êxodo 12.11). Ora, os crentes devem celebrar a sua "Páscoa" tendo os lombos cingidos com a Verdade, prontos para partir como estavam os israelitas no Egito. "Assim o comereis: com os cintos na cintura, os pés calçados, o bordão na mão; e comereis às pressas, pois é a Páscoa do Senhor" (v.l 1). "Estai, pois, firmes, cingindo-yjos com a verdade, e vestindo-vos com a couraça da justiça" (Efésios 6.14). E o Senhor Jesus recomenda: "Cingidos estejam os vossos corpos e acesas as vossas candeias. Sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas de casamento, para que quando vier a bater à porta, logo lha abram" (Lucas 12.35,36).
2.  Com os pés calçados. As sandálias nos pés falam da pregação do Evangelho da paz: "Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que diz a Sião: o teu Deus reina!" (Isaías 52.7). "Calçai os pés com apreparação do Evangelho da paz" (Efésios 6.15).
3.  Com o cajado nas mãos. Todo crente é estrangeiro e peregrino aqui na terra. É este o testemunho de Jacó e do salmista: "Sou indigno de todas as misericórdias, de toda a fidelidade que tens usado para com o teu servo; pois com apenas o meu cajado atravessei este Jordão; já agora sou dois bandos" (Gênesis 32.10).
"Sou peregrino na terra: não escondas de mim os teus mandamentos" (Salmo 119.19). Ao enviar seus discípulos, Jesus "ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, exceto um bordão: nem pão, nem alforge, nem dinheiro" (Marcos 6.8). Temos, ainda, o testemunho do autor da carta aos Hebreus: "Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas, vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra" (Hebreus 11.13). E mais adiante: "Pela fé Jacó, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de José, e, apoiado sobre a extremidade do seu bordão, adorou" (Hebreus 11.21). E, finalmente, a palavra de Pedro: "Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais que fazem guerra contra a alma" (1 Pedro 2.11).
João Bunyan fala dos peregrinos a caminho da pátria celestial assediados por comerciantes ávidos por vender seus produtos. "O que mais assombrava os mercadores, porém, era o fato de os peregrinos fazerem pouco caso das mercadorias, não se dando sequer ao incômodo de olhar para elas. E se alguém os chamava para comprarem, tapavam os ouvidos, exclamando: Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade (Salmo 119.37). E olhavam para cima, dando a entender que os seus negócios estavam no Céu (Filipenses 3.20,21). Um dos da feira, querendo zombar destes homens, perguntou-lhes com insolência: - Que quereis comprar? E eles, encarando-o com muita seriedade, responderam: - Compramos a verdade (Provérbios 23.23)" (O Peregrino, Casa Publicadora das Assembléias de Deus, Lisboa, Portugal, 1981, p. 126).
4. A proteção do sangue. O sangue do cordeiro foi a proteção contra a escravidão e o juízo: "O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes: quando eu vir o sangue, passarei por vós e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito" (Êxodo 12.13). O sangue de Jesus nos livra da escravidão de Satanás e da punição ou juízo eterno. A esse respeito escreveu Mackintosh:
"Nada mais era necessário, senão a aspersão do sangue, para se desfrutar de paz na passagem do anjo destruidor, quando a morte devia fazer a sua obra em todas as casas do Egito. Aos homens está ordenado morrerem uma só vez (Hebreus 9.27). Porém, Deus, em sua grande misericórdia, encontrou um substituto imaculado para Israel, sobre quem foi executada a sentença de morte. Assim, as exigências de Deus e a necessidade de Israel foram satisfeitas por uma mesma exigência: o sangue do cordeiro. O sangue fora das portas era prova de que tudo estava divinamente arrumado; e, portanto, dentro reinava perfeita paz. Uma sombra de dúvida no coração dum israelita teria sido uma desonra para o fundamento divino da paz - o sangue da expiação...
"Note-se que o israelita não descansava sobre os seus próprios pensamentos, nos seus sentimentos ou na sua experiência a respeito do sangue. Isto teria sido descansar sobre um fundamento fraco e movediço. Os seus pensamentos e os seus sentimentos podiam ser profundos ou superficiais; mas que fossem profundos ou superficiais, nada tinham a ver com o fundamento da sua paz. - Deus não havia dito: vendo vós o sangue, e avaliando-o como ele deve ser avaliado, eu passarei por cima de vósl Isto teria bastado para lançar um israelita em profundo desespero quanto a si próprio, visto que é impossível para o espírito humano apreciar o valor do precioso sangue do Cordeiro de Deus. O que dava paz era a certeza de que os olhos do Senhor estavam postos sobre o sangue, e que Ele apreciava o seu valor. Isto tranqüilizava o coração. O sangue estava de fora da porta, e o israelita encontrava-se dentro da casa, de modo que não podia ver aquele sangue; mas Deus o via, e isso era perfeitamente suficiente.

"A aplicação deste fato à questão da paz do pecador é bem clara. O Senhor Jesus Cristo, havendo derramado o seu precioso sangue em expiação perfeita pelo pecado, levou esse sangue à presença de Deus, e fez ali aspersão dele; e o testemunho de Deus assegura ao crente que as coisas estão liquidadas a seu favor -liquidadas, não pelo apreço que ele dá ao sangue, mas, sim, pelo próprio sangue, que tem um tão grande valor para Deus, que, por causa desse sangue, sem mais um jota ou um til, Deus pode perdoar com justiça todo o pecado e aceitar o pecador como um ser perfeitamente justo em Cristo. - Como poderia alguém desfrutar paz segura se a sua paz dependesse da sua própria apreciação do sangue? Seria possível? A melhor apreciação que o espírito humano possa formar do sangue estará sempre infinitamente abaixo do seu valor divino; e, portanto, se a nossa paz dependesse da apreciação que lhe devíamos dar, nós jamais poderíamos gozar de uma paz segura. O mesmo se daria se a buscássemos pelas obras da Lei (Romanos 9.32; Gálatas 2.16; 3.10). O fundamento da paz ou há de ser somente o sangue, ou então nunca teremos paz. Juntar-lhe o valor que nós lhe damos, é derrubar todo o edifício do cristianismo, precisamente como se conduzíssemos o pecador ao pé do monte Sinai e o puséssemos debaixo do concerto da Lei. Ou o sacrifício de Cristo é suficiente ou não é. - Se é suficiente» por que essas dúvidas e temores? As palavras dos nossos lábios confessam que a obra está cumprida, mas as dúvidas e temores do coração declaram que não. Todo aquele que duvida do seu perdão perfeito e eterno, nega, tanto quanto lhe diz respeito, o cumprimento do sacrifício de Cristo" (Ob. cit., pp. 106-108).

FONTE: Trechos tirados do livros de Abraão de Almeida- O tabernáculo e a Igreja.

O Sacerdócio


 A SEPARAÇÃO DOS SACERDOTES

1. Os sacerdotes se ocupavam em servir a Deus, enquanto os levitas em servir aos sacerdotes: "Depois manda que do meio dos israelitas se aproximem a ti o teu irmão Arão e seus filhos Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar, para que me sirvam como sacerdotes" (Êxodo 28.1). A Igreja deve ser como um sacerdócio, a fim de oferecer sacrifícios espirituais a Deus: "Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo" (1 Pedro 2.5).
2. Os sacerdotes precisavam ser parentes do sumo sacerdote e vestirem-se formosamente, "pois tanto o que santifica, como os que são santificados, todos vêm de um só. Por isso é que ele não se envergonha de lhes chamar irmãos" (Hebreus 2.11). O crente tem de pertencer à família de Cristo pelo novo nascimento, e de estar vestido com vestes de justiça e de glória. Jesus deixou isso bem claro na parábola das bodas: "E perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu" (Mateus 22.12).
3. Os sacerdotes eram constituídos em favor dos homens nas coisas pertencentes a Deus (Hebreus 5.1-3). Os crentes, como sacerdotes, entram na presença de Deus em favor dos homens. O sacerdócio universal dos crentes foi uma das doutrinas basilares da Reforma Protestante.

A CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES

1. Antes da mediação, o sacerdócio. Cristo não é sacerdote para o mundo, mas para a Igreja. "É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra" (João 17.9,20).
2. Os sacerdotes não se consagram a si mesmos. Eles são consagrados por outrem. Devemos apenas apresentar nossos corpos: "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional" (Romanos 12.1).
3. Os sacerdotes tinham de ser lavados com água. O texto de Êxodo 29.4 diz: "Mandarás avançar Arão e seus dois filhos até a entrada da tenda de reunião, e os lavarás com água". A grande necessidade e a importância da pureza moral, ou santidade, podem ser avaliadas nestas passagens: "Retirai-vos, retirai-vos, saí de lá, não toqueis cousas imundas; saído meio dela, purificai-vos, os que levais os utensílios do Senhor" (Isaías 52.11).
4. Arão foi primeiramente lavado e depois ungido: "Tomaras o óleo da unção e, derramando-lhe sobre a cabeça, o ungirás" (Êxodo 29.7). "Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele" (Mateus 3.16). "Oh! como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! E como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão!" (Salmo 133.1,2). Jesus, seguindo a ordem da consagração dos sacerdotes, foi primeiramente batizado nas águas, e depois ungido com o Espírito Santo.
5. Arão, o sumo sacerdote, como tipo de Cristo, é ungido antes dos sacrifícios. No caso dos sacerdotes, porém, como tipos dos crentes, o sangue precede a unção.
6. A unção do sumo sacerdote indicava que ele havia de estar cheio do Espírito Santo para edificação e alegria do povo: "Não saireis da porta da tenda da congregação, para que não morrais: porque está sobre vós o óleo da unção do Senhor. E fizeram conforme a palavra de Moisés" (Levítico 10.7).Um detalhe interessante na consagração do sacerdote é que o sacerdócio de Jesus é segundo a ordem de Melquisedeque e não segundo a de Arão. Somente o sacerdócio de Melquisedeque foi constituído com juramento. "O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque". "E visto que não é sem prestar juramento (porque aqueles, sem juramento, são feitos sacerdotes, mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre)" (Salmo 110.4 e Hebreus 7.20,21).


AS VESTES SACERDOTAIS

As roupas santas apontavam para a justiça de Cristo (Apocalipse 19.8), e indicavam que os sacerdotes eram homens ativos e preparados para a obra de Deus.
1. A túnica. Esta é a primeira peça descrita em Êxodo 28.39: "Mandarás tecer a túnica e a mitra de linho fino, e bordar artisticamente o cinto". A túnica de linho fino era uma peça interior, representando o Evangelho, que não pode ser partido ou fragmentado
2. A sobrepeliz.(Êxodo 28.31-35). O manto do éfode, ou sobrepeliz, era uma peça curta, feita em azul. Possuía uma abertura para a cabeça e era bordada com romãs em azul, púrpura e carmesim. Havia também campainhas de ouro, entre uma romã e outra. Os frutos só podem surgir de uma vida redimida (carmesim), santificada (fundo branco), glorificada (a púrpura), e assentada nos lugares celestiais (o azul). Estas cores correspondem ao estado do crente conforme Efésios 2.5,6. As campainhas de ouro, que falam da adoração, ou glorificação, estão acompanhadas das romãs, um tipo da frutificação. O verdadeiro louvor e a verdadeira adoração só acontecem, só se tomam efetivos, quando há frutificação.
3. A estola. Também conhecida por éfode, a estola sacerdotal está descrita em Êxodo 28.6-12:Esta peça dividia-se em duas partes: frente e costas, unidas por duas pedras de ônix, com os nomes das doze tribos que Arão levava diante do Senhor. Sobre seus ombros Jesus suporta, com o seu poder, todo o seu povo. Notem também as cores desta peça: o ouro, o azul e o carmesim, que falam dos aspectos do caráter de Jesus.
4. O peitoral: Diferentemente da estola, onde Cristo suporta sobre seus próprios ombros o seu povo, no peitoral esse mesmo povo, agora representado por doze pedras, está no coração de seu Senhor e Salvador. "Quão animador é para os filhos de Deus, que são provados, tentados, zurzidos e humilhados, pensar que Deus os vê sobre o coração de Jesus! Perante os seus olhos, eles brilham sempre em todo o fulgor de Cristo, revestidos de toda a graça divina. O mundo não pode vê-los assim; mas Deus vê-os desta maneira, e nisto está toda a diferença. Os homens, ao considerarem os filhos de Deus vêem apenas as suas imperfeições e defeitos, porque são incapazes de ver qualquer coisa mais; de sorte que o seu juízo é sempre falso e parcial. Não podem ver as jóias brilhantes com os nomes dos remidos gravados pela mão do amor imutável de Deus". (Mackintosh, ob.cit.,pp. 241,242.)
5. O cinto. "O cinto que está por cima do éfode será do mesmo tecido: de ouro, de púrpura violácea, vermelha e carmesim e de linho fino torcido. O peitoral se unirá por suas argolas às do éfode com um cordão de púrpura violácea, para que o peitoral fique por cima do cinto do éfode, e não se desprenda do éfode" (Êxodo 28.8,28. O cinto é tipo da verdade, como escreveu Paulo: "Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade, e vestindo-vos da couraça da justiça" (Efésios 6.14). A verdade confere estabilidade ao caráter, unindo todas as virtudes. Por ser muito largo e longo, moderava o movimento do sacerdote. A Palavra de Deus impõe disciplina, prudência e modifica a nossa maneira de andar e de viver: "Educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus" (Tito 2.12,13).
As três palavras do texto citado indicam que o crente tem de viver sua vida de maneira sensata, justa e pia. São as três principais fases da corrida cristã: sensata é a vida vivida de bem com nós mesmos. A vida justa é aquela vivida de bem com nosso próximo, e a vida piedosa é aquela vivida de bem com Deus. Primeiramente o crente tem de resolver o seu próprio problema, buscando viver de bem consigo mesmo. Então pode viver em paz com os seus semelhantes, e, finalmente, levar uma vida piedosa, vivendo em perfeita harmonia com o próprio Deus.
6. A mitra. Era um turbante de linho fino, apropriado para cobrir a cabeça do sumo sacerdote, que tinha, na parte dianteira, uma placa de ouro com a inscrição: "Santidade ao Senhor (Êxodo 28.36-38). O apóstolo Paulo tem em mente a mitra, quando escreve: "Tomai também o capacete da salvação..." (Efésios 6.17). A placa de ouro com as palavras "Santidade ao Senhor" mostra que sem a santificação ninguém verá o Senhor (Hebreus 12.14).
7. Calções de linho. Cobriam dos lombos às coxas, e indicavam que todo o serviço devia ser espontâneo: "Faze-lhes também calções de linho para cobrirem a pele nua: irão da cintura às coxas" (Êxodo 28.42): "Tiaras de Unho lhes estarão sobre as cabeças, e calções de Unho sobre as coxas; não se cingirão a ponto de lhes vir suor" (Ezequiel 44.18).

FONTE: Trechos tirados do livros de Abraão de Almeida- O tabernáculo e a Igreja.

O Tabernáculo



Afirma a Palavra de Deus que "tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência, e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança" (Romanos 15.4). O Tabernáculo, construído por Moisés no deserto, deixou profundas lições para a Igreja, tanto através da rica tipologia dos seus objetos, como também pelo significado espiritual do sacerdócio, dos sacrifícios e das celebrações anuais.

SEPARAÇÃO E COMUNHÃO
O Tabernáculo estava separado da congregação por uma cerca constituída de 60 colunas de bronze, sobre as quais apoiava-se um cortinado de linho branco, de dois metros e meio de altura. Isso fala da separação entre Deus e o pecador (Êxodo 38.10-15,19 31; Isaías 59.2). O número 6 e seus múltiplos, como no caso dessas colunas, associam-se ao número 7, que é o número de peças do Tabernáculo. Como o 6 relaciona-se com o homem e o 7 com Deus, temos no Tabernáculo a comunhão, ou o encontro do homem com a Divindade. O número 6 aparece em muitos lugares do Tabernáculo, como nas duas fileiras de pães da proposição, de seis cada uma, e no número de braços do candelabro de ouro (excetuando-se a haste central, que apresenta Jesus como o tronco que sustenta as varas).

AS COLUNAS E OS VÉUS
As quatro colunas da entrada do Tabernáculo têm também um significado muito importante. Em Êxodo 27.16 lemos: "A porta do átrio haverá um reposteiro de vinte côvados, de estofo azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido, obra de bordador; as suas colunas serão quatro, as suas bases quatro". Estas quatro colunas representam ou falam da oportunidade para todos, pois o número quatro está sempre relacionado com a plenitude da Terra. Todos têm oportunidade de entrar no Santuário (Mateus 24.31; João 3.16).

Os quatro véus que cobrem as quatro colunas de entrada da tenda, por suas cores significativas, apontam-nos os quatro Evangelhos, pela ordem em que estes aparecem no Novo Testamento. Comparemos essas cores com os retratos de Jesus que os quatro evangelistas nos deram:
1. A púrpura. Esta cor se relaciona com a realeza e aponta para o Evangelho segundo Mateus, que é o Evangelho do Rei. O Messias viria como Rei, conforme a profecia de Zacarias 9.9: "Eis aí o teu Rei". Por isso Mateus registra a genealogia de Jesus, pois um Rei precisa provar a sua ascendência real.
2. O carmesim. O Evangelho segundo Marcos está relacionado com a cor carmesim, ou seja, como sangue, que aponta para o servo sofredor, para o Messias na cruz, conforme a profecia de Isaías 42.1: "Eis aqui o meu servo, a quem sustento; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios". Mateus é decrescente, enquanto em Marcos é crescente. Mateus diz: a 100, a 60 e a 30 por um, e Marcos registra: a 30, a 60 e a 100 por um, e isso conforme as três principais divisões do Tabernáculo: o Pátio, o Santuário e o Santo dos Santos.
3.  Linho branco. No Evangelho segundo Lucas temos o linho branco apontando para o homem perfeito, para o caráter justo de Jesus. O Senhor, em Lucas, cumpre a profecia de Zacarias 6.12: "E dize-lhe: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo: ele brotará do seu lugar, e edificará o templo do Senhor".
4.  Azul. Finalmente chegamos à cortina azul, e essa cor indica sempre o Céu ou aquilo que é celeste. Vemos em João o Evangelho do Filho de Deus. Jesus, como Filho de Deus, cumpre a profecia de Isaías 40.9: "Tu, ó Sião, que anuncias boas-novas, sobe a um monte alto! Tu, que anuncias boas-novas a Jerusalém, ergue a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, e dize às cidades de Judá: Eis aí está o vosso Deus". João não registra a genealogia de Jesus, pois Deus não tem genealogia.

OS METAIS
1. O bronze. Os metais do Tabernáculo são muito expressivos. Seguindo a ordem de entrada do pátio para o Lugar Santíssimo, encontramos as colunas revestidas de bronze e com suas bases de bronze, o grande altar todo revestido de bronze, situado logo após a porta do Tabernáculo e a pia, ou lavatório, de bronze maciço. As passagens bíblicas de Êxodo 27.17; Números 21.9; Jeremias 1.18; 6.28; 1 Coríntios 13.1; 2 Coríntios 5.21, indicam esse metal como o tipo de julgamento, de juízo. E o bronze, no Tabernáculo, significa o julgamento do pecado. Também todos os cravos, ou pregos, usados nesse Santuário, eram desse mesmo metal e apontavam para a crucificação de Jesus no madeiro do Calvário.
2. A prata. Por sua vez, a prata estava presente em todos os ganchos que ostentavam as cortinas do Tabernáculo e também formava os capiteis ou faixas que ornamentavam essas cortinas. A prata é o símbolo de resgate, e o mesmo preço seria pago por todo o israelita, independentemente de suas posses.
3. O ouro. Se entrássemos no Santuário propriamente dito, atravessando o segundo véu (que seria o primeiro da parte coberta), encontraríamos nele as cinco colunas de ouro, que sustentavam, com seus colchetes, também de ouro, as cortinas, ou o cortinado da entrada, e notaríamos que as bases dessas colunas eram de bronze.
O ouro que reveste a mesa, as colunas e a Arca, e de que se constituem os colchetes, o Candelabro, o Propiciatório e os Querubins, aponta para a glória e a realeza de Cristo.

OS NÚMEROS
De uma maneira geral, os números que aparecem no Tabernáculo com mais freqüência são:
1. Três. Corresponde às três principais divisões do Tabernáculo: o Pátio, o Santuário e o Santo dos Santos, e indica sempre perfeição, ressurreição ou renovação.
2. Quatro. Este número, como já vimos, relaciona-se com a Terra e está presente nas colunas da entrada, nas cores do Tabernáculo e concerne aos quatro Evangelhos, expressões que falam dos quatro cantos da terra, aos quatro reinos em Daniel, etc.
3.  Cinco. Ele está na entrada do Lugar Santo, nas cinco colunas de ouro, e indica sempre a graça divina, como nas virgens prudentes (Mateus 25.2), nos irmãos (Lucas 16.28), nos maridos (João 4.18) e nas palavras (1 Coríntios 14.19), e ainda nas medidas do Tabernáculo: 50 côvados de frente e 100 côvados de fundos, números que são múltiplos de cinco.
4. Seis. Aparece nas fileiras de pães, no número de hastes que rodeiam a haste central do Candelabro, e, também, como múltiplo no número de tábuas do Tabernáculo (48 ou 6 x 8) e como múltiplo das colunas do Tabernáculo, que eram 60. Esse número aponta sempre para o homem, que tem os seus dias e horas sempre divididos em 6. É o número do homem.
5.  Sete. Aponta para a perfeição espiritual ou plenitude espiritual, e no Tabernáculo está presente nas lâmpadas e nas peças principais.
6. Dez. Aparece como múltiplo de seis: 6 x 10 = 60 (sessenta colunas); 10 x 5 = 50 (cinqüenta côvados de largura); e 10 x 10 = 100 (cem côvados de comprimento). Indica ordem perfeita e responsabilidade pessoal, como nos dez mandamentos, no dízimo, comprimento das tábuas, nas dez virgens, nas dez dracmas, no número de cortinas, etc.
7. Doze. Aparece no número de pães e, como múltiplo, nas tábuas do Tabernáculo (20 tábuas do lado Sul, 20 do Norte, seis do Ocidente, e mais uma em cada canto ocidental da Tenda da Congregação, perfazendo 48 tábuas). Esse número sugere o perfeito viver, como número do povo de Deus: doze tribos de Israel e doze apóstolos do Cordeiro, e o seu múltiplo - 48 - indica que o Tabernáculo representa todo o povo de Deus, incluído tanto o do Antigo como o do Novo Testamento. O número 48, como 4 x 12, relaciona o povo de Deus com a plenitude da Terra. Assim, todo o povo de Deus, de toda a Terra, está representado no Tabernáculo.


AS TÁBUAS
1.  Sua origem. As tábuas vieram da floresta. Cada tábua representa um cristão. Nós, como crentes, fomos cortados, derrubados aos pés de Cristo pelo arrependimento, quando ouvimos o Evangelho, a Palavra de Deus. Como espada, ela nos colocou por terra, e, depois de derrubados, fomos trazidos para a Casa de Deus. Viemos da maneira como caímos, mas na Casa de Deus fomos trabalhados, conforme Efésios 2.1-3:
2. Seu despojamento. Embora tenhamos sido trazidos para a Casa de Deus no estado bruto, passamos pelo despojamento. Para esse trabalho, o escultor, ou o carpinteiro, usa as ferramentas apropriadas para o desbaste da casca e dos nós. Tudo precisa ser despojado pelas afiadas ferramentas do hábil carpinteiro de Nazaré: "Nele também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo". "Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar. Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos" (Colossenses 2.11; 3.8,9).
3. Seu revestimento. Note que essas tábuas foram cobertas de ouro. O ouro fala de realeza, de glória: "Revestirás as tábuas de ouro. De ouro farás também as argolas em que passarão as travessas, recobrindo inclusive estas de ouro" (Êxodo 26.29). Em Apocalipse 1.6 afirma a Bíblia: "E nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém". "E para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra" (idem 5.10). Aqui o crente, depois de despojado de todas as rugas do pecado, é glorificado com o ouro da glória de Deus, feito participante da realeza de Cristo e constituído rei e sacerdote.
4. Suas bases. Estas tábuas, como já vimos, foram colocadas em bases de prata. Toda a nossa firmeza, toda nossa aparência real descansa em bases de prata - símbolo de resgate, de redenção. Há outro interessante aspecto relacionado com as tábuas: é que, embora as madeiras fossem muito diferentes entre si quando trazidas para o Tabernáculo, agora, depois de trabalhadas, ficaram todas iguais. Aos olhos de Deus não há uns melhores que outros. Deus não faz acepção de pessoas: "Onde não pode haver grego nem judeu, circuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre; porém Cristo é tudo e em todos"; "porque para com Deus não há acepção de pessoas" (Colossenses 3.11; Romanos 2.11).

AS TRAVESSAS
As travessas, ou barras de madeira que mantinham as tábuas de pé e unidas, eram também revestidas de ouro: "Farás ainda travessas de madeira de acácia; cinco para as tábuas dum lado do Tabernáculo, cinco para as tábuas do outro lado do Tabernáculo e cinco para as tábuas do Tabernáculo ao lado posterior que olha para o Ocidente. A travessa do meio passará ao meio das tábuas de uma extremidade à outra" (Êxodo 26.26-28). Essas travessas apontam para a união espiritual descrita no Salmo 133 e em João 17.22,23.
As travessas, por serem em grupos de cinco, apontam também para os ministérios descritos em 1 Coríntios 12.5 e Efésios 4.9-13: "E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo". "Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até às regiões inferiores da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as cousas. E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo". Esses ministérios sustentam a Igreja.

As Peças do Tabernáculo
A Arca e o Altar de Bronze apresentam, em certo sentido, dois extremos. O primeiro era o trono de Deus estabelecido em justiça e juízo (Salmo 89.14). O último era o lugar onde o pecador podia aproximar-se, porque a misericórdia e a verdade iam adiante do rosto de Jeová.

ALTAR DO HOLOCAUSTO
Essa peça, também chamada na Bíblia de o Altar da Transferência, era a maior peça do Tabernáculo e apontava para a cruz de Jesus.

BACIA DE BRONZE
Simbolizando a Palavra de Deus, esta peça continha água na qual os sacerdotes teriam de se lavar cada vez que ministrassem no Altar de Bronze.

A MESA DOS PÃES DA PROPOSIÇÃO
Essa mesa, que também se chamava Mesa da Presença, tinha um metro de comprimento, por 50 centímetros de largura e 75 de altura. Sobre ela ficavam os 12 pães da presença, representando todo o povo de Deus. Eram comidos pelos sacerdotes a cada sábado, e no mesmo dia substituído. Esses pães indicam a pessoa de Jesus como o Pão da Vida, o alimento espiritual do povo de Deus.

O CANDELABRO
No lado esquerdo de quem entra no Santuário está o Candelabro de Ouro, feito com ouro batido e pesando 30 quilos. Ele indica a iluminação e a direção do Espírito Santo. O Espírito Santo não foi dado antes de Jesus ter sido glorificado. (Compare-se João 7.39 com Atos 19.2-6.) Em Apocalipse, capítulo 3, Cristo é apresentado à igreja de Sardo como aquele que tem os sete espíritos. Quando o Senhor Jesus foi exaltado à destra de Deus, então derramou o Espírito Santo sobre a sua Igreja, a fim de que ela pudesse brilhar segundo o poder e a perfeição da sua posição no lugar santo, a sua própria esfera de ser, de ação e de culto.

O ALTAR DO INCENSO
Representando as nossas orações e a nossa adoração, o Altar do Incenso era uma peça de madeira toda coberta de ouro, tinha 50 centímetros de cada lado e um metro de altura. Ele ficava diante do terceiro véu.

A ARCA
Colocada dentro do Santo dos Santos, a Arca era uma peça de madeira de acácia toda revestida de ouro por dentro e por fora. Media 125 centímetros de comprimento por 75 de largura e 75 de altura. Ela representa a base do trono de Deus, pois sobre ela ficava o Propiciatório com os querubins da glória. Em Isaías 53.2 temos a humanidade de Jesus representada na acácia, madeira do deserto.
 A Arca tipifica a presença de Deus com o seu povo: "Ali me encontrarei contigo, e de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins colocados sobre a arca da aliança, eu te comunicarei tudo que ordenar aos israelitas". "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)" - (Êxodo 25.22; Mateus 1.23). A Arca estava no Lugar Santíssimo. "Como ministro do santuário e do verdadeiro Tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem. Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo Céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus" (Hebreus 8.2; 9.24).

O PROPICIATÓRIO
Esta peça, feita de ouro puro, representa o trono de Deus (Isaías 6.1). Era um trono de misericórdia, pois a palavra propiciatório significa "onde Deus nos é propício", nos é favorável. "Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro" (1 João 2.2).
O Propiciatório era guardado pelos querubins, símbolo do poder de Deus: "tendo expulso o homem, colocou diante do jardim do Éden os querubins com o cintilar da espada fulgurante, para guardar o caminho da árvore da vida" (Gênesis 3.24).

UNCÃO E ASPERSÃO
A Bíblia também fala da unção e da aspersão do Tabernáculo e diz que só foi enchido de glória divina depois de ter sido ungido de azeite santo e aspergido com sangue: "Então Moisés pegou o óleo da unção, ungiu o Tabernáculo e tudo o que nele havia, para consagrá-lo. Aspergiu sete vezes o altar, e ungiu-o com todos os utensílios, bem como a bacia com o suporte, consagrando-os" (Levítico 8.10,11). "Tomando um pouco do sangue com o dedo, o sacerdote Eleazar, respingará sete vezes em direção à fachada da tenda de reunião" (Números 19.4).

NO PRÓXIMO ARTIGO VAMOS FALAR UM POUCO SOBRE SACERDÓCIO, E SUA CONSAGRAÇÃO.

FONTE: Trechos tirados do livros de Abraão de Almeida- O tabernáculo e a Igreja.