Um grave problema que impede muitos
cristãos sinceros de entenderem a verdade em relação aos ministérios
apostólicos é um ensinamento conhecido de algumas pessoas como a "teoria
dos apóstolos desaparecidos". Este
ensinamento é responsável por grande parte da falta de entendimento hoje.
A idéia de que Paulo foi o último
apóstolo não possui base alguma, pois há um com número de outros apóstolos
mencionados nas Escrituras, e ainda outros cuja existência é subentendida.
Podemos achar vários sem maior dificuldade. Por exemplo, em Atos 14:4 Barnabé é denominado apóstolo juntamente com
Paulo; em Gálatas 1:19 Tiago, irmão do Senhor, é chamado apóstolo; 1
Tessalonicenses 2:6 refere a Paulo, Silas e Timóteo como apóstolos. Outras
referências necessitarão de mais pesquisa, mas estão aí para serem encontradas
pela mente investigadora. Efésios 4
esclarece que todos os ministérios, apóstolos, profetas, evangelistas, pastores
e mestres funcionarão até que o corpo de Cristo chegue à unidade da fé, e à
estatura completa de Jesus Cristo. Eu não acho que podemos afirmar que
chegamos àquela posição até agora, no cristianismo. Você poderá notar também
que o evangelista (ministério que, em conjunto com o pastor, está mais em
evidência na igreja hoje que os demais) somente é encontrado duas vezes em todo
o Novo Testamento! Certamente não usaremos este argumento para sugerir que o
evangelista somente era necessário para dar início à igreja, como alguns dizem
em relação aos apóstolos. J. B. Lightfoot diz no seu comentário sobre Gálatas
que a palavra apóstolo "não pre empregada no sentido de ser um termo
restrito aos doze".
HOMENS COMUNS HOJE
Colocando assim os apóstolos numa
posição elevada, tem se tornado impossível reconhecer o apostolado em homens
normais que vivem em nossos dias. Jesus realmente chamou simples pescadores e
transformou-os em fundadores da igreja. Ele quer fazer a mesma coisa novamente,
porém nós nos privamos deste ministério vital através de uma humildade falsa e
de incredulidade. Esperando que todos os
apóstolos se assemelhem a Paulo, temos perdido o benefício de um Timóteo ou de
um Barnabé. O Senhor quer mudar tudo isto, à medida que nos encorajamos uns aos
outros, reconhecendo todos os dons e vocações no corpo de Cristo.
Os dois extremos de catolicismo e
protestantismo têm falhado igualmente em produzir a qualidade certa de
autoridade na igreja. Um, conferindo a um só homem a autoridade absoluta, e o
outro dando a cada indivíduo o direito de governar na igreja. Este nunca foi o
caminho de Deus. Ele pretendia que, através de oração e reconhecimento,
pudéssemos ver uma pluralidade de liderança emergir em cada nível de
autoridade, que se tornaria evidente à medida que um grupo de pessoas esperasse
em Deus, e que se basearia no verdadeiro reconhecimento dos dons ligado à
submissão aos mesmos dons. Isto começará no meio de grupos de cristãos que,
através de comunhão, chegaram a amar e a confiar uns nos outros. Aquele
ministério de um só homem será banido para sempre, e haverá uma verdadeira
segurança na igreja. Os ministérios se respeitarão e se submeterão uns aos
outros, operando em conjunto dentro dos limites da sua vocação. Presbíteros
locais serão cobertos pelos ministérios, e serão eles próprios uma verdadeira
cobertura para as ovelhas por causa da sua confiança mútua.
CONSEQUENCIA DO DESPARECIMENTOS DOS AOPOSTOLOS
Com o desaparecimento dos apóstolos e
profetas da igreja primitiva, ela perdeu logo seu poder e sua força de
expansão. Surgiram divisões, e como já vimos, ela foi lançada na noite mais
escura da sua história. Com a exceção de breves avivamentos, nem se ouvia falar
de milagres: no entanto, a chama da verdade nunca se extinguiu completamente,
louvado seja Deus! Mesmo assim, por mais que agradeçamos a Deus pelos
avivamentos passados, estes foram frequentemente operações de salvamento, para
que a igreja não viesse a se apagar, ao invés de uma experiência decisiva para elevar
a igreja a um nível mais elevado. Uma
geração precisa nascer, e crescer de maneira constante sob a autoridade e
disciplina dos ministérios e ofícios da igreja, aceitando todas as intervenções
de Deus como meios de alcançar a maturidade e a plenitude da vida em Cristo (Ef
4:11-13). Verdadeiramente este povo haverá de subir como asas como águias...
Hoje nós temos uma situação semelhante
àquela que existia durante os dias dos juízes. Periodicamente, homens foram
levantados especialmente para libertar Israel de exterminação. Entre estas
épocas, aparentemente todo homem fazia o que era reto aos seus próprios olhos
(Jz 21:25). Não havia rei, nem autoridade constante em Israel, e assim o povo
ia de um trauma a outro. Semelhantemente,
a igreja tem cambaleado entre um avivamento e o próximo. Evidentemente
estes avivamentos foram dirigidos por homens que conheciam a Deus, e a sua
verdade tem sido descoberta, mas o seu desejo é que o seu povo seja
transformado de um grau de glória a outro superior. Ele ainda anseia para que conheçamos refinamento constante, encorajados
pelos seus despertamentos, até que ele veja a sua própria imagem na igreja,
como num espelho perfeito.
As Escrituras dizem:
"...primeiramente apóstolos, segundo profetas, terceiro mestres, depois
operadores de milagres, etc." (1 Co 12:28). O Senhor tem motivos para dar esta seqüência exata através de Paulo.
Serão justamente estes ministérios que lançarão os alicerces de caráter, sobre
os quais poderá ser edificada uma casa de poder. Pode ser notado em muitos
lugares onde houve manifestações de poder sem os alicerces de caráter, que uma
obra tem crescido de noite para o dia, como a abóbora de Jonas. Porém, em razão
da falta de capacidade para resistir aos ataques sutis de Satanás, a obra
murcha tão depressa quanto cresceu. Não é de admirar que tenhamos visto tão
pouca bênção prolongada na igreja. Não é de admirar que tenhamos falhado em
consolidar as bênçãos, a fim de continuarmos rumo aos níveis superiores de
experiência e às profundezas do amor que Deus tem reservado para nós.
Na passagem de Coríntios citada acima,
e mais claramente em Romanos 12, os ministérios, dons sobrenaturais e dons
naturais são reunidos e denominados em conjunto de carismata ou dons da graça.
Romanos 12:6 diz: "de modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que
nos é dada..." A palavra dom aqui é carisma, como em 1 Coríntios 12:4, e é
aplicada de várias maneiras. Por
exemplo, profecia, no v.6, é um dom do Espírito; ensinar, no v.7 é um dom
ministerial; e mostrando misericórdia, no v.8 é um dom de caráter. Portanto dos
dons são todos dons da graça. Os dons do ministério são concedidos por Jesus,
os dons do caráter são formados em nós através de experiência e pela disciplina
dos ministérios, e os dons sobrenaturais são concedidos pelo Espírito
Santo, de acordo com sua vontade para a bênção, desenvolvimento e expansão da
igreja. Todos são dons de Deus, que nós não merecemos. Todos são destinados ao
corpo, a fim de que cada junta possa efetivamente suprir às outras; o todo,
então, é edificado e sustentado de dentro para fora.
Sem isto, o programa evangelístico de
Mateus 24:14 durante os últimos dias será impossível. O evangelho do reino não é apenas a mensagem que Jesus morreu na cruz
pelos pecadores; nem mesmo é simplesmente uma mensagem acompanhada por sinais;
antes, é uma mensagem acompanhada por sinais e vidas transformadas. Os
poderes das trevas serão então afastados, confinados e amarrados. Cada canto da
terra verá e ouvirá que Jesus está de fato vivo. Cristo sendo vivo na igreja, será visto pelo mundo; a igreja sendo viva
em Cristo será preservada do derramamento final de juízo. Enquanto trevas
cobrem a terra, sua luz brilhará cada vez com esplendor maior, e perseguição
simplesmente acrescentará combustível ao fogo que está aceso nela. Ela
conhecerá gozo transbordante no meio do sofrimento, e vitória estupenda
justamente na hora em que sua derrota é aparentemente inevitável.
Fontes: Biblia sagrada
Livros, estudos na net.
Ruach Ministries International
Dr Graham Perrins
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