quarta-feira, 20 de abril de 2016

O MINISTÉRIO DE UM APÓSTOLO

 Vamos ver as principais características de um ministério apostólico. Vejo três aspectos principais:
 1 – INICIATIVA.
Um apóstolo exerce um ministério iniciador. Ele expressa iniciativa não humana, mas divina. Deus usa o apóstolo para realizar seus próprios começos no desenvolvimento do plano da salvação. Vemos isto quando os doze foram enviados. A iniciativa de alcançar as cidades de Israel com o evangelho do reino de Deus não estava com a multidão dos discípulos em geral, mas com os doze apóstolos particularmente. Foram eles os primeiros a sair pregando o reino de Deus. Mais tarde, vemos que ele designou mais setenta, porém foram os doze quem tomaram a iniciativa.

No Pentecoste foram os apóstolos que tomaram a iniciativa de interpretar o acontecimento. Lucas diz que Pedro se levantou com os onze. Mais tarde quando as multidões viram a Pedro e ao resto dos apóstolos dizendo: "Que faremos?", foram os apóstolos quem deram a resposta, apesar de 120 pessoas terem sido cheias do Espírito.

Na evangelização dos gentios foi um ministério apostólico que rompeu a barreira de separação entre o judeu e o gentio, barreira essa construída através de séculos de tradição. Pedro diz: "Deus escolheu que através de minha vida, os gentios ouvissem". Foi o apóstolo Pedro quem introduziu uma nova fase no programa divino de salvação e mais tarde seu ministério foi seguido e ultrapassado pelo ministério do apóstolo Paulo. O ministério apostólico toma o primeiro passo no programa de Deus, o primeiro passo numa nova direção, numa nova dimensão. Paulo estava resoluto a pregar Cristo onde ele ainda não havia sido pregado. Ele queria ser o iniciador, ele queria ser o primeiro.

A uma diferença de iniciador e pioneiro, o ministério necessário ainda é apostólico. Por exemplo, podemos ir a muitas cidades e povoados em nossa terra hoje e encontrar sinais de que o evangelho já fora pregado ali. Há igreja; salvação se encontra ali. Mas ainda pode haver um ar de morte prevalecendo no lugar. Faz-se necessário um ministério apostólico para reconquistar a iniciativa para Deus. Esta é uma função apostólica. É Deus usando o apóstolo para tomar a iniciativa a fim de que seus propósitos de salvação possam fluir novamente entre os homens e as mulheres.

2 – LANÇAR FUNDAMENTOS.

Em segundo lugar, o ministério apostólico é lançar fundamentos. Este é mais um passo além da iniciativa. Algumas pessoas, depois da iniciativa, a direção da ação é determinada puramente pelo acaso. É bom ter pessoas iniciando alguma coisa, mas o apóstolo, além de saber iniciar, sabe também assegurar que os propósitos de Deus atrás daquela iniciativa sejam realizados. O apóstolo leva os propósitos de Deus a serem demonstrados visivelmente, e assim o alvo é alcançado, e a missão é cumprida. Esta diferença pode ser vista no caso de Filipe. Filipe saiu com uma mensagem poderosa e almas foram salvas, mas parecia estar faltando alguma coisa nos convertidos - algo que Filipe sozinho não pôde suprir. É somente quando os apóstolos levam estas pessoas para uma experiência no Espírito, e batizam-nas no corpo de Cristo, que há uma igreja. Aí está a diferença: alguém pode tomar iniciativa, mas é preciso também saber colocar os alicerces.

O apóstolo não somente colocava os alicerces, mas ele mesmo era o alicerce. São os próprios apóstolos que são dados à igreja, não somente seus ministérios. Eles mesmos são o dom de Deus e os fundamentos. Vemos isto em Mateus 16:16-18. Algumas pessoas são tão ansiosas para provar o erro dos Católicos Romanos que chegam a afirmar com toda certeza que a pedra é a confissão de Pedro e de maneira alguma pode ser o próprio Pedro. Creio que precisamos dar o devido valor a Pedro. Parece-me que o Senhor está dizendo que não só a confissão de Pedro, mas o próprio Pedro, faz parte do alicerce da igreja.

Paulo nos dá uma interpretação de Mateus 16 em Efésios 2:19, onde ele se refere à casa de Deus sendo edificada no alicerce dos apóstolos e profetas, sendo Cristo Jesus a pedra principal de esquina. Em sua visão da nova Jerusalém, João viu os doze alicerces com os nomes dos doze apóstolos. O próprio Paulo pôde falar daqueles que eram colunas  da igreja em Jerusalém - Cefas, Tiago e João. Eram homens que havia subido a um lugar de importância e preeminência unicamente porque Deus havia colocado um peso e uma responsabilidade sobre eles. Deus os havia feito alicerces e a obra dependia deles.

Não podemos apoiar o domínio de um só homem ou perpetuar um sacerdócio denominacional. Nem enfatizar tanto o sacerdócio dos crentes que se torne impossível os líderes surgirem, e os apóstolos serem reconhecidos, e os homens de Deus se tornarem alicerces da igreja. Em alguns lugares tornamo-nos tão ansiosos para fugir dos cultos à personalidade que quando um homem começa a aparecer e se torna óbvio que a obra está sendo edificada em volta dele, nós imediatamente queremos reduzi-lo a tamanho normal. Talvez Deus queira levantá-lo um pouquinho mais, por amor a Sua igreja.

O apóstolo também sabe como construir nos alicerces e como estruturar a igreja. Há um paralelo maravilhoso entre Mateus 16 e 1 Coríntios 3:9, onde temos uma referência ao edifício de Deus. Depois no versículo 10 diz: "Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor". Jesus disse: "Sobre esta pedra edificarei minha igreja". E Paulo diz: "Lancei o fundamento como prudente construtor". Seu ministério é um com o ministério de Jesus. Mas ele não está preocupado somente em lançar o alicerce; ele se preocupa igualmente com aquilo que é edificado sobre ele. "...e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica".

3 – CORREÇÃO DE FALSAS DOUTRINAS

A terceira característica do apóstolo é seu ministério de corrigir falças doutrinas, supervisionar. "Porque está escrito no Livro dos Salmos: Fique deserta a sua morada; e não haja quem nela habite; e: Tome outro o seu encargo" (At 1:20). A palavra para encargo é episkope, a mesma palavra que podemos traduzir em outro lugar pela palavra "bispo". Tome outro o seu episcopado. Esta palavra já era muito significativa na época em que foi escrito o livro dos Atos dos Apóstolos. É usada na Septuaginta, em Números 7:2, onde há uma referência aos príncipes de Israel que presidiam ao censo. Também em Números 4:16: "Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, será supervisor, terá a seu cargo o azeite da luminária, o incenso aromático, a contínua oferta dos manjares e o óleo da unção, sim, será supervisor de todo o tabernáculo, e tudo o que nele há, o santuário e os móveis".

O livro de Reis se refere aos superintendentes da casa do Senhor, cujo cargo era receber o dinheiro recolhido para reparar e reconstruir o templo e distribuí-lo aos carpinteiros e pedreiros e a todos que trabalhavam na casa do Senhor para restaurá-la. Neemias escreve sobre o superintendente dos levitas. Os judeus então já estavam familiarizados com esta expressão. Eles sabiam que a superintendência era uma função dos príncipes ou líderes de Israel, e uma função daqueles que tinham um cargo sobre á casa de Deus.

É esta mesma ideia que é desenvolvida no uso do termo no Novo Testamento. "É necessário, portanto, que o bispo... governe bem a sua própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo respeito; pois se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?" (1 Tm 3:2-5). "Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós... pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangidos, mas espontaneamente, como Deus quer; ...nem como dominadores dos que vos foram confiados" (1 Pe 5:1-3).

Nestas duas referências vemos o piskope no seu ambiente local. O apóstolo funciona na capacidade de um presbítero para a igreja universal, enquanto o presbítero (líder local, pastor) se limita a uma localidade. O apóstolo é enviado com aquele mesmo ministério essencial para toda a igreja de Deus. Há três setores principais onde a superintendência do apóstolo atua.

1             - Em primeiro lugar, no setor do ensino. Os discípulos primitivos continuaram firmes no ensino dos apóstolos (At 4) e este ensino providenciava as normas para a igreja primitiva. Paulo, como um apóstolo, escreveu com a expectativa de que suas epístolas fossem obedecidas. "Se alguém se considera... espiritual, reconheça ser mandamento do Senhor o que vos escrevo. Caso alguém não preste obediência à nossa palavra dada por esta epístola, notai-o; nem vos associeis com ele" (1 Co 14:37; 2 Ts 3:14). Pedro escreve que nós devemos lembrar o mandamento de nosso Senhor e Salvador pela boca dos apóstolos (2 Pe 3:2).
II Pedro 3:2 - Para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas, e do nosso mandamento, como apóstolos do Senhor e Salvador.

Quando surgiu o problema da circuncisão, foram os apóstolos que tomaram a iniciativa em resolver o que devia ser ensinado para os convertidos gentios (At 15:5,6). Eles estavam preocupados sobre o ensino a ser administrado ao corpo de Cristo. Precisa haver apóstolos hoje que se preocupem com os vários ensinos e revelações que estão circulando por aí e sejam capazes de tratar com eles com a mesma autoridade dos apóstolos primitivos. Se não houver liderança o povo de Deus pode cair em confusão. É a responsabilidade de um apóstolo assegurar o ensino sólido da palavra de Deus e impedir que o diabo faça destruição através de "ventos de doutrina".

2             - Em segundo lugar, na área de apontar presbíteros. O governo da igreja local era designado pelos apóstolos. Vemos isto no livro de Atos e em Tito. Eles estavam a par daquilo que se passava nas igrejas, designavam os presbíteros locais e exerciam uma superintendência sobre os presbíteros. Seu ministério ajudava a ligar e a unir as igrejas. Quando a palavra fala de presbítero está falando de um líder local um pastor local, mas quando fala de presbitério está se referindo a uma equipe de governo (apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres) que é formada por anciões homens experimentados e idôneos.

3             - O terceiro aspecto é no setor de disciplina. Paulo se preocupava com as situações locais e quando ouvia sobre dificuldades nas igrejas, ele escrevia, se envolvendo no problema, mesmo não estando lá fisicamente. Em Corinto ele entregou um irmão a Satanás para a destruição da carne e chamou a igreja para apoiar seu julgamento. Mais tarde ele lhes escreveu: "Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor. E foi por isso também que vos escrevi, para ter prova de que em tudo sois obedientes" (2 Co 2:8,9). "Portanto, escrevo estas cousas, estando ausente, para que, estando presente, não venha a usar de rigor segundo a autoridade que o Senhor me conferiu para edificação, e não para destruir" (2 Co 13:10). 

Fontes: Biblia sagrada
             Livros, estudos na net.   
             Ruach Ministries International
                         Dr Graham Perrins

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