No AT Deus deixou
regras e princípios claros da terra, sua divisão, herança e venda da terra.
Em Levítico 25.23 Deus
estabelece a lei: "Também a terra não se vendera em perpetuidade, porque a
terra e minha; pois vos sois para mim estrangeiros e peregrinos". A terra
podia ser arrendada ate o ano do jubileu, que era festejado a cada cinquenta anos.
Sempre que a Bíblia traduz "vender a terra", leia-se arrendamento. A
terra, a cada cinquenta anos voltava para alguém da família daquela tribo.
Essa lei de direito agrário
permitiu que Noemi resgatasse as terras que eram de seu esposo e cujo resgatador
naqueles dias, uma pessoa que a Bíblia não menciona o nome, permitiu que Boaz a
resgatasse (Veja Rute 4).
Foi em obediência a
este principio que Nabote recusou vender suas terras a Acabe. Jezabel, naqueles
dias, havia implantado o sistema fenício de direito perpetuo de propriedade rural,
mais tarde adotado por Roma. Em Israel, no entanto a terra era "arrendada"
ou vendida por no máximo 49 anos. E o preço do arrendamento era a quantidade de
safras. Se faltassem 10 anos para o jubileu da terra, o preço da venda ou
arrendamento era de dez safras.
O que caracteriza a legislação
em Levítico e o fato que, depois da invasão de Canaã por Israel, a divisão da
terra por lotes foi enfatizada como uma herança do Senhor a ser passada de geração
em geração. O termo moderno "lote" usado para referir-se a um pedaço
de terra, ou a um terreno vem diretamente deste conceito. As palavras hebraicas
e gregas geralmente traduzidas como "herança" referem-se a esta divisão
de lotes. As inúmeras referencias na Bíblia ao termo "herança",
"lote", "linhagem", "posse", etc., aparecem como
pano de fundo destacando a vontade de Deus que divide igualitariamente ao seu
povo.
Entretanto, depois
que a terra foi dividida e loteada, cada porção permanece no âmbito da família
ou do clã que a recebeu e jamais poderá ser alienada. A terra nunca pertence a
um Individuo, mas a todas as futuras gerações daquele que atualmente a possui.
Assim, ele não pode dar o titulo de propriedade da terra a ninguém mais. Nem tão
pouco poderá, ainda que cobice as terras de seu vizinho, acumular uma vastidão
de terra para si mesmo, a menos que seja temporariamente.
Conforme Levítico 25
quando um posseiro desejar vender a terra tudo o que pode fazer e assinar um termo
de "arrendamento" que vigorara ate o ano do jubileu. O termo "leasing"
que também e usado em português especifica que um produto, um objeto, uma casa
ou carro, esta sendo pago, mas não e propriedade permanente da pessoa que o
utiliza. Este apenas arrendado.
Não ha uma palavra na
Escritura traduzida como "aluguel" ou "leasing" porque o
conceito de vender uma terra como e conhecido na maioria dos países "civilizados"
não existe na Bíblia a não ser como crime! Ha, entretanto, três exceções, onde
um titulo perpetuo poderia ser adquirido por compra.
Três exceções sobre o direito agrário
podem ser vistas nas Escrituras:
(1) A primeira esta em
Genesis 23 quando Abraão comprou dos hititas um sepulcro num pedaço de terra
para sua possessão perpetua. Presume-se que este foi um titulo valido sob as
leis dos hititas. Todos os anciãos presenciaram a transação comercial e a
aprovaram.
(2) A segunda esta em
Genesis 33 quando Jacó comprou um pedaço de terra onde edificou a sua tenda com
a finalidade de edificar um altar. Ele a comprou dos siquenitas. Este negocio e
mencionado outra vez em Josué 24.32 e Joao 4.5. Foi adquirido de toda a tribo
de Siquem e não de um individuo apenas.
(3) Finalmente, em 2
Samuel 24 e em 1 Crônicas 21 lemos o registro de Davi comprando a eira de Araúna
dos jebuseus (Araúna ou Ornam aparece como um titulo de família e não um nome
de pessoa).
Afora esses registros que destacam a
compra de terras sob as leis vigentes de outros povos, os judeus não podiam
vender suas terras permanentemente, mas apenas "aluga-las" ou arrenda-las
ate o jubileu.
Sob condições normais da lei, quando
um pedaço de terra e vendida (alugada), o vendedor tem o direito de redimir a terra
a qualquer momento indenizando o restante do aluguel (Lv 25.24-28). Se o vendedor
não pode redimir a terra (pagar para tê-la de volta), seu parente mais próximo terá
que faze-lo.
O máximo a que isto era permitido era
50 anos, todos os alugueis e cessões de terra terminavam com o ano do jubileu,
ou o ano da liberdade, o ano da trombeta. A palavra hebraica "yobel"
e traduzida tanto trombeta como jubileu, dependendo do contexto.
Fonte: Trecho do livro, Cultura Bíblica
Pr João Antônio de Souza Filho
Pr João Antônio de Souza Filho
excelente
ResponderExcluir