O
capitulo 30 de Provérbios começa falando das gerações de Agur. São mencionadas
quatro gerações: Jaque,
Agur, ltiel e Ucal.
OS
ESTÁGIOS DA FERIDA
As
feridas da alma são o habitat de demônios. Assim como Deus habita nos louvores,
espíritos malignos habitam nas feridas.
As
fortalezas espirituais da mente.
Elas
servem de fortificações nas quais os demônios se abrigam e por intermédio delas
nos atacam, aprisionando-nos com sentimentos, pensamentos e hábitos contrários
à vontade de Deus.
Os quatro estágios concernentes à
formação de feridas:
1.° Estágio: "Ha uma geração que
amaldiçoa a seu pai, e que não bendiz a sua mãe" (Pv 30:11).
Esse
e o processo de abertura da ferida. O jugo das rejeições familiares e as
decepções com os modelos de autoridade mais significativos da vida.
Rejeiçāo
se corresponde com rebelião, e ai abre-se uma ferida. Podemos equacionar da
seguinte forma:
Rejeição-Perdão
= Rebelião e, portanto, Rejeiçāo + Rebelião = Feridas.
2.° Estágio: "Hã uma geração que é pura
aos seus olhos, e contudo nunca foi lavada da sua imundícia" (Pv 10.'12).
Esse
é O processo de espiritualização da ferida. A sutil e sinistra capacidade de
disfarçar a verdade intima em busca de reconhecimento. A dor do orgulho ferido
implícita. .
A
religiosidade, invariavelmente, não passa de uma maquiagem para encobrir áreas
específicas de derrota. Isso só dificulta e retarda ainda mais o processo de
cura.
3.° Estágio: "Ha uma geração cujos olhos
são altivos, e cujas pálpebras são levantadas para cima" (Pv 30:13).
Esse
e o processo de compensação da ferida. O processo infeccioso. A dor do orgulho
ferido explicita.
Uma
postura arrogante e competitiva que tenta contrabalançar a insegurança interna.
Feridas
emocionais podem ser uma poderosa fonte de inspiração e trabalho, porem o
espírito ê errado.
4° Estágio: `´Há uma geração cujos dentes
são como espadas; e cujos queixais são como facas, para devorarem da terra os
aflitos, e os necessitados dentre os Homens" (Pv 30:14).
Esse
e o processo de propagação da ferida.
O processo contagioso, Um espírito critico e agressivo que escraviza a forma de
reagir. Aqui o ciclo se fecha, podendo perpetuar-se. A amargura ê
potencialmente contagiosa. Com a mesma arma que fomos feridos, passamos a ferir
outros.
AS
QUATRO GERAÇÕES
Tendo
compreendido o ciclo da ferida, vamos agora descrever melhor cada uma dessas
quatro gerações através de uma seqüência estratégica que define o processo da
maldição que prende uma geração, ou que também pode se estender indefinidamente
ao longo da linhagem familiar.
1a Geração: Falhas na Paternidade
e Rebelião
"Há uma geração que
amaldiçoa a seu pai, e que não bendiz a sua mãe" (Pv 30.'11).
A
ira dos pais abastecendo a rebelião dos filhos. lsso pode se tornar um ciclo
interminável. Esse e o processo de abertura da ferida. Um convite a rebelião.
Esta
primeira geração ê denunciada através da epidemia de famílias desintegradas. O
que levaria um filho a amaldiçoar os pais?
Falhas
na paternidade, ê obvio. "Pais, não provoqueis a ira vossos filhos...``
(Cl 3: 21). Tudo começa com o legado dos pais criando uma brecha na forma de
pensar entre pais e filhos.
A
brecha das gerações ê que os pais não falam a linguagem dos filhos e os filhos
não querem mais ouvir os pais. Eles começam a fazer o oposto do que os pais
querem e dos princípios que eles têm. Abandono, rejeição, correção injusta,
desrespeito, desprezo, etc. constroem um perfil que vê a autoridade como
ameaça.
O
autor desta confusão de linguagem entre pais e filhos ê Moloque. Toda criança
rejeitada e abandonada e recolhida Moloque. “Essa entidade coloca uma cunha
entre as gerações, separando pais dos filhos, tirando-os do lar e fazendo-os
filhos da rua: moleques”.
O
efeito colateral da rejeição ou ausência
paterna ê a carência.
A
carência emocional e explicada pela sanguessuga:
``A sanguessuga tem duas filhas,
a saber: Dá, Dá. Estas três coisas nunca se fartam; e quatro nunca dizem basta.
(Pv 30:15).
A
carência afetiva distorce a personalidade, produzindo déficit emocional, baixa
estima, ausência de frutificação e insatisfação crônica (Pv 30:16). Ela destrói
a visão da vida.
2a geração: cegueira espiritual e
religiosidade
"Ha uma geração que e pura
aos seus olhos, e, contudo nunca foi lavada da sua imundícia " (Pv 30: 12)
O
que faria uma pessoa que vive na imundície se achar pura? O que lhe proporcionaria
tamanha cegueira? A resposta ê o espírito de religiosidade. Uma experiência
genuína com Jesus pode rapidamente se deteriorar e transformar-se em mera
religiosidade se a nossa motivação permanecer fundamentada em carências e
feridas não tratadas. Esse ê o primeiro estágio da apostasia.
Esse
processo e a espiritualização da ferida. Existem três posições comuns que as
pessoas tomam em relação as suas feridas:
A
primeira seria reconhecê-las e aceitar o tratamento. Se isso não acontece,
sobram duas alternativas. A pessoa torna-se um espinheiro, "estopim curto". Algumas nem estopim têm, são verdadeiras minas: e só
encostar que explode. São aquelas pessoas francamente problemáticas que todos
tendem a evitar porque são feridas e ferinas. Não da para se aproximar muito
delas. E, por fim, a pessoa pode tornar-se lustrosa, polidamente religiosa.
Essa ê a opção mais sinistra, que descreve com mais precisão esta segunda
geração.
Temos,
portanto, um ciclo vicioso: a religiosidade nos empurra para a imoralidade e
esta sendo compensada por um comportamento religioso. Esse tipo de ciclo
normalmente acaba em escândalo.
A
tendência ê compensar um déficit de amor com um credito de concupiscência. A
religiosidade baseada em tradições humanas tem o poder de cauterizar a
consciência e anular os mandamentos do Eterno.
A
hipersensibilidade em relação as feridas causadas por falhas de paternidade nos
deixa insensíveis e cegos em relação ao nosso real diagnostico espiritual.
"Os
olhos que zombam do pai, ou desprezam a obediência da mãe, corvos do ribeiro os
arrancarão e os pintãos da águia os comerão" (Pv 30:7 7).
O
efeito colateral da religiosidade ê a justiça própria. Justiça própria e o
maior inimigo do temor de Deus, deixando-nos insensíveis aos nossos pecados,
fazendo-nos achar que estamos certos. Não sejas demasiadamente justo, nem
demasiadamente Sábio; por que te destruirias a ti mesmo? (Ec 7:16.)
Paradigmas
errados que se baseiam na justiça própria têm o poder de destruir a nós e a
nossos relacionamentos.
"O caminho da águia no céu;
o caminho da cobra na penha; o caminho do navio no meio do mar; o caminho do
homem com uma virgem" (Pv 30:79).
Este
texto fala de coisas que não deixam rastros, o que define bem a justiça
própria. E quando estamos cegos ou impotentes para mapear problemas e erros do
passado e insensíveis em relação a pecados do presente. Essa revelação só vem
quando buscamos ao Eterno com um Coração inteiro e humilde. Como o velho ditado
diz: "O inconsciente esta na testa". Todo mundo vê, menos nos mesmos.
Temos
uma geração muito grande que, apesar de estar dentro de igrejas, ainda esta
cega em relação aos próprios pecados, e ainda assim, se achando a melhor. Mesmo
na pratica de pecados como superioridade, critica, preconceito, intelectualismo,
prepotência, etc., pessoas se acham uma bênção. Por baixo dessa casca de
religiosidade existem muitas feridas que ainda não foram verdadeiramente
remediadas.
Muitas
pessoas vencidas pela religiosidade e imoralidade estão ministrando dentro das
igrejas em pecado.
São
púlpitos contaminados que estão debaixo da maldição desta segunda geração:
"Tal
é o caminho da mulher adultera: ela come, e limpa a sua boca, e diz. ' Não
cometi maldade" (Pv 30.'20).
3a geração: orgulho e competição
“Há uma geração cujos olhos são
altivos, e cujas pálpebras são levantadas para cima” (Pv 30:13).
Esta
geração está refletida na epidemia de igrejas divididas. Cada qual começa a
pensar que é predileto, superior, dono do mover de Deus, senhor de toda a
verdade, salvador do mundo, detentor de uma doutrina perfeita. Relacionamentos
começam a ser potencialmente destruídos.
Grandes
resultados muitas vezes despertam orgulho e superioridade nas pessoas imaturas.
Desencadeiam
um processo de fragmentação. Aquela
igreja já é a divisão da divisão de uma outra igreja que também se dividiu.
Superioridade
é apenas o outro lado da inferioridade. Inferioridade e superioridade são os
dois extremos da mesma vara. Essa é a lei da compensação. Soberba nada mais é
que a Casca de uma ferida. Onde existem feridas normalmente vai se manifestar
a auto-afirmação e a soberba. Do orgulho vêm muitas decepções. ciladas, quedas
e escândalos. Essa é uma lei que não será quebrada:
``A soberba precede a destruição,
e a altivez do espírito precede a queda “(Pv 16:18).
O
efeito colateral da competição é divisão: Outras denominações são vistas
como concorrentes. O Reino de Deus é fragmentado. Não há descanso. Além de
muitos relacionamentos quebrados, entra o estresse os colapsos nervosos e
muitos outros males emocionais.
Eclesiasticamente,
isso traz uma terrível desorganização para o Corpo de Cristo. Posições passam a
ser mais importantes que funções. O poder passa a ser mais importante que a
autoridade. Personalidades carismáticas apagam a importância do caráter. E tudo
isso vem do orgulho e a competição. Para isso, as pessoas certas são
perseguidas e sacrificadas.
``Por três coisas se alvoroça a
terra, e a quarta não a pode suportar: Pelo servo, quando reina,' e pelo tolo,
coando anda farto de pão. Pela mulher aborrecida, quando se casa, e pela serva,
quando fica herdeira da sua senhora` (Pv 30:21-22).
Esse
é o processo da compensação da ferida. Quando
sacrificamos a submissão, sacrificamos nossa herança. Quando, por orgulho,
sacrificamos país e tutores, vamos para um lugar de necessidade e orfandade,
sofrendo perdas profundas no campo da identidade.
Precisamos
começar pela humilhação e reconciliação.
"Mas todas as coisas provém
de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério
da reconciliação" ( 1 Co 5:18).
Chega
de recalcitrar contra os aguilhões! O diabo conquista uma cidade através da
divisão da Igreja e da inimizade e frieza entre pastores. A primeira tarefa do
principado demoníaco sobre uma cidade é dividir os pastores. Quando as feridas
estão sendo compensadas ao invés de curadas, fica fácil para os demônios.
Por
que a unidade é tão difícil? Porque ela exige humildade.
Quando
há reconciliação e unidade, a revelação de Deus vem e as pessoas são salvas.
Todas as igrejas crescem. O que a unidade tem a ver com evangelismo e salvação
de almas? Simplesmente tudo. Isto foi o que Jesus expressou na sua oração
sacerdotal: ``...para que eles sejam perfeitos em unidade, afim de que o mundo
conheça que tu me enviaste " (Jo 17:
23).
4a geração: maledicência e
rejeição
"Ha
uma geração cujos dentes são espadas, e cujos queixais são facas, para
consumirem na terra os aflitos, e os necessitados entre os homens" (Pv
30.'14).
Esse
é o processo da propagação da ferida. Maledicência vem do orgulho traumatizado.
O orgulho cresce através das·feridas e se manifesta pela maledicência.. As
pessoas se tornam duras, críticas e sem misericórdia. A pessoa ferida desiste
do amor e passa a ferir com a mesma arma que foi ferida. Esse é um terreno
fértil para a liberação de maldições e demônios. .
Na
cultura judaica, palavras não são apenas palavras, são também mensageiros:
‛'Nem ainda no teu pensamento amaldiçoes o rei, nem tão pouco no mais interior
da tua recamara amaldiçoes ao rico.'
Porque as aves dos céus levariam a voz, e o que tem asas daria a noticia da
palavra" (EC 10:20).
"Tendo cuidado de que
ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando,
vos perturbe, e por ela muitos se contaminem" (Hb 12:15).
Um
quadro de amargura crônica invariavelmente produz maledicência. A maledicência
é o sintoma da maldição, da ferida, da dor. Maledicência é o elo da maldição
que prende as gerações. A morte anda de palavras. A maledicência é o veículo da
morte e a ferramenta demoníaca que faz uma maldição perpetuar-se.
Pessoas
críticas estão freqüentemente amaldiçoando pelas costas. A maior arma do diabo
é, nada mais, nada menos, a boca do crente. A Bíblia nos adverte: Se obraste
loucamente, elevando-te, e se imaginaste o mal, põe a mão na boca. Porque o
espremer do leite produz manteiga, e o espremer do nariz produz sangue, e o
espremer da ira produz contenda. (Pv 30:32-33.)
OS MENSGEIROS DE SATANÁS
Respectivamente
com relação às quatro gerações mencionadas anteriormente, vamos descortinar a
identidade e a tarefa de algumas entidades demoníacas.
1. Moloque: ‛‛Não ofereceras a Moloque
nenhum dos teus filhos, fazendo-o passar pelo fogo; nem profanaras o nome de
teu Deus. “Eu sou o Senhor” (Lv 18:21).
De
alguma forma Moloque procura destruir o relacionamento entre país e filhos. Ele
se alimenta do sangue dos filhos. Moloque, na Antiguidade, era um grande ídolo
com o ventre cheio de brasas.
Um
verdadeiro altar de sacrifícios humanos. Crianças eram lançadas pela sua
garganta e queimadas vivas. Esse genocídio bárbaro continua sendo fisicamente
praticado através do aborto. Deus evidencia sua repugnância ao relacionamento
humano com essa entidade.
O
fogo de Moloque, sua grande arma, é o abandono, o abuso e a rejeição. E o pai
da orfandade. De alguma forma essa entidade tenta abortar o desenvolvimento
emocional e espiritual das pessoas, privando-as de atingirem o propósito
divino.
2. Espírito de religiosidade:... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que
lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem
de Deus'‛ (lI Co 4:4).
Paulo
denomina essa entidade de deus deste século. Sua principal tarefa é falsificar
o caráter de Deus e os valores do seu reino, privando as pessoas da verdade.
Cegueira espiritual e incredulidade são seus principais ardis.
Para
cada tipo de pessoa e de embasamento cultural existe uma estratégia religiosa
de engano que cega e abusa da sua voluntariedade
Por
exemplo. Uma pessoa que perdeu um ente querido é abordada por um espírito
incorporado em alguém que se apresenta como a pessoa falecida, contando
situações particulares que são evidências convincentes. Essa pessoa escorrega
facilmente para o espiritismo, vítima da própria sinceridade e de uma
manipulação emocional. ignora a farsa, e muitos ficam anos e até mesmo décadas
servindo aos demônios pensando que estão servindo a Deus.
Definimos
religião como qualquer tipo de formalidade humana espiritual que não
proporciona intimidade com Deus. A conseqüência sempre é um falso padrão de
santidade no qual se baseia o orgulho espiritual.
O
que faz tantos pensarem que estão espiritualmente certos quando estão errados?
O que fez um homem como Saulo perseguir tenazmente a igreja primitiva com tanto
zelo e sinceridade? O que fez os fariseus, que eram o grupo religioso mais
zeloso e equilibrado da época, planejarem a morte do Messias que eles mesmos
esperavam por séculos? Essas são questões que demonstram o poder demoníaco da
religiosidade.
3. Baal-Zebube: Assim diz o Senhor: Porventura
não há Deus em Israel, para que mandes consultar a BaaIZebube, deus de Ecrom?
Portanto, da cama a que subiste não desceras, mas certamente morreras" (II
Rs 1: 6)
Baal-Zebube
significa o senhor das moscas. Ele era adorado em Ecrom como o produtor das
moscas, por isso capaz de "proteger" o povo contra a peste. Moscas se
alimentam de sangue e de lixo.
A
tarefa de Baal-Zebube é adoecer a alma e parasitar feridas e pecados
relacionados a falta de perdão. Essa
entidade se nutre da amargura e do ressentimento das pessoas, fazendo deles a
plataforma de onde e as recebem inspiração. Disso emerge um comportamento
ativista baseado em competição e inveja.
Muitos
lideres espirituais têm sido vítimas desse esquema, vestindo a capa de
``Baal-Zebube, compensando falhas morais e feridas internas através de um
padrão externo de santidade e ativismo ministerial.
4. Espírito de morte: "Porque não há fidelidade
na boca deles; as suas entranhas são verdadeiras maldades e sua garganta é um sepulcro aberto" (Sl 5.: 9).
Essa
entidade se aloja na boca de pessoas feridas. Sua arma é a maledicência e a
crítica. As flechas incandescentes dessa entidade são atiradas da própria boca
das pessoas.
Se
você passar a sua língua no céu da boca percebera a forma de um arco. A língua
simboliza a flecha; o veneno ê a amargura do coração.
Fonte : Pr. Marcos Borges (Coty)
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MUITO BOM.... me ajudou em meus estudos
ResponderExcluirMuito bom, me abriu o entendimento, completando meus raciocínios numa "costura" de pensamentos e estudos anteriores.
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