sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

MINISTÉRIO APOSTÓLICO, OFICIO E PATERNIDADE



 Apostolos, Dons e Ofícios
O dom de apóstolo, como no caso de todos os dons espirituais, é dado aos crentes por Deus como Lhe agrada (veja 1 Co 12:11,18). Os dons espirituais são dados apenas pela graça de Deus.
No entanto, um ofício, tais como o ofício de apóstolo, não é dado pela graça, e gerado pelas obras. Se Deus deu a uma pessoa o dom de apóstolo, o fruto desse dom será evidente para os outros e, no devido tempo o Corpo de Cristo vai conferir o ofício de apóstolo a essa pessoa. Este ato é mais freqüentemente chamado de “comissionamento”, e é realizado por apóstolos do mesmo nível representando a igreja e através da imposição de mãos. O título “apóstolo” é normalmente utilizado apenas por aqueles que tenham sido devidamente comissionados no ofício.
Qualificações dos Apóstolos
Certos requisitos se aplicam a todos os apóstolos, independentemente dos diferentes ministérios ou atividades que possa ter sido atribuída a eles por Deus. Estes incluem:
• Caráter Extraordinário. Apóstolos cumprem as exigências de liderança descritas em 1 Timóteo 3:1-7. Eles levam a sério a advertência de Tiago 3:1, de que eles serão julgados com um julgamento mais severo do que a maioria dos outros crentes. Eles são santos.
• Humildade. Jesus disse que somente aqueles que são humildes serão exaltados. Desde que apóstolos são exaltados por Deus (veja 1 Co 12:28), eles devem ser humildes, a fim de se qualificar.
• Liderança. Nem todos os líderes são apóstolos, mas todos os apóstolos são líderes. Apóstolos devem ter seguidores para verificar o seu papel de liderança.
• Autoridade. A característica que mais distingue apóstolos de outros membros do Corpo de Cristo é a autoridade que vem como parte e parcela com o dom de apóstolo.
• Integridade. Apóstolos são esperados para mostrar a integridade que vai levá-los a ser “irrepreensíveis” (1 Tm 3:2) e “ter um bom testemunho entre aqueles que são fora” (1 Tm 3:7).
O que todos os apóstolos fazem
• Recebem revelação. Apóstolos ouvem o que o Espírito está dizendo para as igrejas. Para alguns esta revelação vem diretamente, para outros através de relacionamentos adequados com os profetas.
• Lançam visão. A sua visão baseia-se na revelação que recebem.
• Trazem nascimento. Apóstolos são pessoas com iniciativas, que iniciam novas coisas.
• Eles governam. Apóstolos são hábeis em pôr as coisas em ordem.
• Eles constroem. Apóstolos lançam estratégias e acham formas de continuar um projeto ao longo de seu curso pretendido.
• Eles terminam. Apóstolos são capazes de levar um projeto ou uma temporada de Deus para a sua desejada conclusão.
• Eles guerreiam. Apóstolos são os generais do exército de Deus.
• Eles alinham gerações. Apóstolos têm uma longa perspectiva sobre os propósitos de Deus e levantam um segundo nível de liderança para o futuro.
• Eles equipam. Efésios 4:12 diz que os apóstolos equipam os santos para a obra do ministério.
• Enviam. Apóstolos enviam os que estão equipados para cumprir com o seu papel em estender o reino de Deus.

Paternidade Apostólica
1. Orfandade na Igreja. Muitos pastores e líderes estão órfãos pela ausência de uma relação de paternidade. Orfandade produz, invariavelmente, insegurança e ausência de um modelo para imitar. Orfandade provoca alterações de personalidade, introversão, feridas não curadas, dores, complexos e às vezes, confusão e indefinições na vida.
A orfandade, no plano humano natural, cria vazios de amor, de carinho, de ensinamento, de educação e de princípios de vida.
No âmbito espiritual ocorre o mesmo. Quando alguém cresce sem um pai verdadeiro ou um apóstolo maduro que o guie, cresce inseguro, confuso, com manhas, com temor e indefinições no ministério. Orfandade espiritual gera dúvidas, insegurança no chamado, precipitações e muitos erros que, sem correção, se tornam parte de nossa conduta. Orfandade produz ministros carentes de fé, muitas vezes temerosos de assumir compromissos e desafios divinos. Orfandade causa danos ao ministro e ao corpo, pois suas consequências são ministradas e transferidas à Igreja. Orfandade é o flagelo dos ministros de hoje. A maioria não poderia sequer identificar seu pai no ministério; eles não o conhecem, e quase a totalidade deles, nunca teve um.
O Manto de Elias: O manto do Pai. O manto do Elias tira o Eliseu no anonimato.

 2. Benefícios de uma paternidade saudável. Os males da sociedade de hoje são reflexo de más relações interfamiliares.
Paternidade: O ministério do Pai. Comenta que Ef 3.5 que fala “do Pai de quem toma o nome toda família” poderia ser parafraseado, “do Pai de quem toma a paternidade toda família”. Paternidade é um dom do Pai.
O ministério do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Áreas de influência da paternidade

A. Identidade
B. Auto-estima
C. Segurança pessoal
D. Provisão
E. Cobertura e proteção.
Transferência e porção dobrada do Espírito. Apóstolos são ministros de paternidade.

 3.  Cura Interior Ministerial: uma necessidade de hoje na igreja (Jr 8.22). Já vi uma infinidade de casos, sobretudo de homens, cujas relações com seus pais terrenos foram más e traumáticas (surras, abandono, abuso, etc.) e por isso não podiam chamar a Deus de Papai. Muitos ministros e líderes têm um relacionamento maravilhoso com Jesus Cristo (Deus Filho) e com o Espírito Santo do Senhor (Deus Espírito Santo), mas não puderam ter um bom relacionamento com Deus Pai por causa de suas feridas.
4. Alguns Apóstolos... (1 Co 4.14-15). Hoje em dia, o mover apostólico se vê ameaçado pelo seguinte:
A. Imaturidade de muitos apóstolos (na realidade, lhes faltam discipulado e formação do caráter apostólico).
B. Ciúmes de alguns apóstolos (chamamos assim aos líderes de seu próprio concílio ou grupo que não vêem a possibilidade de que se levantem outros apóstolos junto a eles).
C. Falsos apóstolos que se autonomeiam como tais, sem testemunho e sem marcas apostólicas.
D. Ignorância acerca da função apostólica na Igreja – falta de revelação do genuíno trabalho do apóstolo na igreja.
E. Falta de humildade de alguns apóstolos para serem ensinados por outros com mais experiência.
É necessário compreender que Satanás se empenhará a todo custo para desvirtuar o mover genuíno de Deus.
Pais ou irmãos mais velhos. Nosso grande problema é que a igreja tem sido dirigida por irmãos mais velhos e não por pais apostólicos. Um irmão mais velho tem algumas características negativas:
A. Tem potencial para ser pai (mais ainda não é pai);
B. Luta mais pelos seus próprios interesses (ainda que não seja sempre);
C. Não sabe o que é ser um pai;
D. Tem ciúmes de sua posição;
E. Às vezes menospreza os seus irmãos menores;
F. Por vezes é abusivo, impõe sua vontade;
G. Alguns não se alegram com o progresso de seus outros irmãos menores;
H. Às vezes rejeita quando o pai o abraça;
I. Pensa que a herança é mais sua que de outros;
J. Acredita ter direitos sobre os demais.

Pais se multiplicam
Paternidade Apostólica: Necessidade de Hoje.
A síndrome do irmão menor.
A necessidade de apóstolos horizontais. Eu chamo este de apóstolos de relacionamentos... Eles se preocupam com aqueles ministros que estão debaixo de sua autoridade, concílio, denominação, ou rede ministerial; mas estão mais interessados em ter relacionamentos horizontais no Corpo de Cristo. Aleluia!
Apóstolos horizontais são pais empenhados em se reproduzir em outros apóstolos e em promover o levantar outros apóstolos de outras redes apostólicas e de muitas relações de amizade. Apóstolos horizontais são pais chamados por Deus para animar os apóstolos ignorados e menosprezados por outros ministros. Eles estão interessados na restauração do ministério apostólico, de sua multiplicação e operação no Corpo de Cristo.

Pais espirituais: o nível mais alto de maturidade. A Bíblia usa a palavra grega “patter”, “abba” para Deus. Seu significado em grego e hebraico é: pai, fundador, iniciador, guia, mestre, protetor, autor, o que nutre, fonte e líder... Eis aqui suas características principais:
A. Seu maior desejo é reproduzir-se em seus discípulos;
B. Sua meta é que seus filhos ministeriais alcancem seus destinos proféticos;
C. É um mentor e formador de discípulos e ministérios;
D. Está disposto a investir totalmente em seus discípulos para que haja fruto;
E. É um treinador de líderes por excelência;
F. É uma fonte de vida do Espírito e revelação da Palavra;
G. Equipa e capacita a outros;
H. É um nutridor de vocação;
I. É um progenitor. Provê qualidade de vida para outros. Reparte de sua unção com outros;
J. Admoesta, exorta, corrige e disciplina;
K. É um provedor;
L. Alimenta com responsabilidade e amor;
M. É protetor e dá cobertura;
N. É um motivador de novos líderes.

5. O Deus de Múltiplas Gerações (Êx 3.6)
Apóstolos transcendem gerações (ou são multi-geracionais).
Elias voltará outra vez (Mq 4.5-6).
Paternidade responsável
Paternidade: a maior cobertura .

6. Discipulado Apostólico: Paternidade (Lc 6.12-13). Um real insatisfação. De discípulos fiéis a ministros. E quanto aos apóstolos?

7. A Herança é dos Filhos (Rm 8.17). Herdeiros no ministério. Buscando os próprios filhos (59-64)
 8. Uma Perspectiva Apostólica do Filho Pródigo (Lc 15.11-13, 20-24). O irmão mais velho. A legalidade de Deus. Promessas da herança. Da promessa ao juramento. O sinal do pacto. Do pacto ao testamento. Do testamento à herança. Da promessa à herança.
 9. Os Herdeiros de Deus (Gl 3.28-29).
Os “Huios” de Deus (Mt 3.16-17). O huio era o filho primogênito que alcançou a maturidade.
Como filhos amados...
Herdeiros ou escravos
Discípulos ou... qualquer coisa. Há três tipos de pessoas que frequentam as igrejas:
1. Seguidores,
2. Admiradores
3. Discípulos (filhos ministeriais) .

Fonte: Ap.Peter Wagner e Ap. Rony Chaves

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Cobertura Espiritual ou Fundamento Apostólico?

Como deveria funcionar a estrutura de autoridade e governo na igreja?

A várias práticas na igreja que, na grande maioria das vezes, e completamente diferentes daquilo que há nas Escrituras. Assim, aquilo que passarei a escrever é um compêndio do assunto em questão de diversas literaturas e pesquisas para estudarmos.
Vamos ser contestado por alguns posicionamentos que vamos tomar. Porém nosso compromisso não é com a tradição e muito menos com alguma instituição, mas com Deus e com a restauração de sua igreja.
Cobertura Espiritual
Nas duas últimas décadas uma prática tomou conta das igrejas. A prática da “cobertura espiritual”. Esta prática não era conhecida até o surgimento das igrejas independentes na década de 1970. Para que estas igreja independentes não ficassem a mercê unicamente de seu líder máximo, e para que houvesse proteção do pastor, dos membros da igreja local (independente) e, de forma geral, da igreja global (evitando escândalos e desvios), foi criada uma forma de segurança através da cobertura espiritual a quem aquele líder ou igreja se submete. Nas denominações tradicionais por muito tempo não se falou sobre este assunto, a ainda não se fala em muitas delas, pois a questão da cobertura espiritual está intrincica nas linhas de governo e autoridade da denominação.

Porém a prática de “cobertura espiritual” se multiplicou, criando várias formas e conceitos, indo de uma cobertura espiritual apenas verbal e formal até uma prestação de contas minuciosa, tendo que o discípulo prestar conta dos mínimos detalhes de sua vida a sua “cobertura”. Começaram a surgir variáveis como cobertura para igreja e cobertura para pessoa. Muitos pastores hoje tem até três “cobertura espirituais“. Uma cobertura pessoal, outra para o modelo de igreja que escolheram seguir e outra a denominação a que pertencem.
A “cobertura espiritual”, na própria semântica da palavra, contém a compreensão de proteção. O entendimento é que toda pessoa que se encontra debaixo de uma “cobertura espiritual” está automaticamente debaixo de proteção. A cobertura funcionaria como um guarda-chuva de proteção contra os ataques e ciladas do inimigo.
Mesmo que no conceito de “cobertura espiritual” esteja a idéia de submissão e prestação de contas a uma autoridade espiritual, na prática isto não tem funcionado desta maneira. A grande maioria tem falado que está debaixo de uma certa “cobertura espiritual”, porém não tem nem sequer tido contato por um longo período de tempo com esta pessoa, muito menos se submetido a sua orientação e a prestação de contas.

A “Cobertura Espiritual” na Bíblia
Por incrível que pareça não existe nenhum exemplo bíblico daquilo que chamamos hoje de cobertura espiritual. Existem sim, muitos exemplos de discipulado (Moisés e Josué, Elias e Eliseu, Jesus e os 12 apóstolos, Paulo e Timóteo, entre outros), porém não há exemplos de “cobertura espiritual”.
Enquanto no disipulado o discípulo é levado a seguir o modelo de seu mestre (discipulador), a “cobertura espiritual” tem apenas uma conotação de proteção e não segue a essência do discipulado, ou seja, a imitação de um modelo (Fp 3:17).
 
Historicamente tem se visto que a igreja tem desenvolvido sistemas alternativos para solucionar carências em alguma área da igreja. As organizações para-eclesiásticas tem se desenvolvido exatamente neste mercado. Alternativas tem sido desenvolvidas para tapar a brecha daquilo que tem sido negligenciado pela igreja.
Creio que o modelo de igreja desenvolvido por Deus é completo em si mesmo. Quando se mexe no modelo estabelecido por Deus, como tem acontecido através dos séculos, é necessário desenvolver alternativas paralelas para que o sistema venha a funcionar. Assim são incorporados apêndices na igreja para tornar viável seu funcionamento. Não sou contra as estruturas para-eclesiásticas, pois graças a elas chegamos onde estamos. Porém precisamos caminhar para o modelo de igreja neotestamentária.
A cobertura espiritual se tornou uma destas invenções. Graças a Deus pela “cobertura espiritual”, pois apesar dela ser uma disfunção bíblica, ela veio resolver uma situação causada por outra disfunção bíblica, igrejas e pessoas independentes. Nem uma e nem outra seguem o modelo bíblico.
A Limitação da “Cobertura Espiritual”

Na realidade aquilo que chamamos de cobertura espiritual é uma pequeníssima parte de um verdadeiro discipulado. Jesus não nos chamou para darmos ou termos cobertura, mas para sermos e fazermos discípulos. Analisemos a raiz da palavra cobertura através de um exemplo. Numa guerra um soldado pode pedir a outro que lhe dê “cobertura” enquanto faz uma investida no campo do inimigo. O seu colega que o cobre, na verdade o irá proteger. Mas a pergunta é: o soldado que está sendo protegido está fazendo a coisa certa? Quem garante que esta é a melhor estratégia? Foi decisão dele ou alguém lhe deu ordens para fazer aquilo daquela forma? E ainda mais, se por algum motivo qualquer ele se expor, mesmo que esteja sendo coberto, estará ele protegido e seguro?
Trazendo para dentro da igreja, “cobertura espiritual” não é sinônimo de segurança, pois mesmo que se esteja debaixo de cobertura, pode se estar fazendo a coisa errada de forma errada, ou fazendo a coisa certa de forma errada, ou fazendo a coisa errada de forma certa, pois a cobertura não tem o objetivo de dar direção, mas proteção, pois a própria semântica da palavra traz esta conotação. Isto significa que uma pessoa pode estar sob cobertura espiritual, e ao mesmo tempo pode estar agindo de forma equivocada, perdendo seu tempo, não produzindo resultados e sendo destruída. Como no exemplo do soldado sendo protegido, a cobertura apenas garante uma limitada segurança contra algum inimigo que é viso e percebido pela cobertura, mas não dá garantia de se estar trilhando o caminho correto.
Cobertura ou Fundamento?
Quando a chuva cair, os rios transbordarem e os ventos sobrarem, não adianta termos um bom telhado (cobertura) em uma casa para que ela não caia, mas como a palavra de Deus diz, temos que ter um bom fundamento. A maior proteção que uma pessoa pode ter para que tenha estabilidade, é estar alicerçada sobre um bom fundamento (Mt 7:24-27). O fundamento por si só faz o trabalho de proteção contra as muitas águas, os fortes ventos e as tempestades, circunstâncias estas criadas pelo inimigo para destruir nossas vidas. O fundamento é que traz a segurança e proteção que a maioria dos cristãos espera encontrar em uma “cobertura”. Se quisermos ser vencedores temos que correr desesperadamente atrás de um bom fundamento e não atrás de uma boa cobertura.
A “Cobertura Espiritual” como fonte de altivez

 
Hoje se tem falado muito sobre “cobertura espiritual”. Porém, infelizmente, no meio daqueles que são sinceros, honestos e querem verdadeiramente ser obedientes a Deus, há alguns que querem alguém com quem possam se aliançar e, através desta aliança, alcançar projeção e visibilidade no meio eclesiástico. Querem que suas “coberturas” sejam pessoas famosas e de prestígio, para serem vistos com aqueles que são importantes.
Por outro lado também tenho visto pessoas oferecendo “cobertura espiritual” como se fosse um negócio, para poderem dizer aos outros que tem uma grande quantidade de pessoas debaixo de sua “cobertura”, o que os tornam mais importantes e influentes. Transformaram o amor num negócio. De fato, a questão de “cobertura espiritual”, em muitos casos, tem se tornado um meio de expressar soberba, altivez, orgulho e arrogância. Não foi este o plano de Deus para a arquitetura das linhas de autoridade na igreja.
A construção da igreja (e de nossas vidas) deve ser baseada num projeto
Se quisermos edificar uma casa de forma segura, correta e que subsista ao tempo temos que buscar engenheiros e arquitetos que farão um projeto e nos darão sábias orientações que servirão de base para construirmos. Da mesma forma quanto a igreja. Se quisermos edificar a igreja de forma correta e segura e que subsista as intempéries espirituais temos que seguir a orientação de exímios arquitetos ou construtores espirituais. Não basta termos um bom telhado (cobertura) para que uma edificação subsista ao tempo. Temos que ter um bom projeto. Temos que ter uma boa base.

 
Deus deu capacitação sobrenatural a algumas pessoas para serem estes arquitetos espirituais de sua igreja, ou seja, pessoas dotadas com aptidões espirituais para fazerem o projeto e darem orientações sábias que sirvam de base para se edificar a igreja. Se não tivéssemos pessoas com estes dons na igreja, estaríamos em sérios problemas, pois cada um construiria conforme seu pensamento, sem sabedoria e entendimento, o que resultaria em uma igreja edificada de forma irresponsável que não suportaria aos terremotos da vida.
Quem são os arquitetos espirituais da igreja?
O apóstolo Paulo escreveu que “segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele” (I Co 3:10). A palavra grega traduzida como construtor é ARCHITEKTON, de onde deriva a palavra arquiteto. Um arquiteto é uma pessoa cuja profissão é preparar projetos para edificações e exercer a superintendência geral em sua construção. Um arquiteto faz projetos de estruturas complexas, e orienta como edificá-las. Ele planeja e constrói para alcançar resultados desejados. Ele faz projetos e tem estratégias definidas em como construir.
Paulo se auto identificava como um arquiteto espiritual. Ele reconhecia que não era apenas um simples arquiteto, porém, como escreveu, ele se intitulava como sendo um prudente arquiteto. A palavra grega usada para prudente significa alguém perito em sua atividade. Uma pessoa experiente e sábia naquilo que faz. Isto significa que Paulo tinha aptidões diferenciadas dadas por Deus (dons) para estabelecer as bases arquitetônicas da igreja. Aquilo que Paulo ensinava era um projeto espiritual com as devidas estratégias para edificação da igreja. Seus ensinamentos explicavam como Paulo, através de seus atributos especiais, ou seja, através da graça que Deus lhe havia concedida, recebera revelação e havia concebido a igreja. Os ensinamentos apostólicos eram projetos espirituais com suas devidas estratégias para trazer a cabo estes planos. Esta é uma das principais funções apostólicas.

Quem quiser andar num modelo verdadeiramente bíblico precisa estar construindo sobre as bases apostólicas. São os apóstolos que receberam a função e os dons necessários para estabelecerem os fundamentos, ou seja, as bases arquitetônicas da igreja. Quem construir fora destas bases estará fora da concepção de funcionamento que Deus fez para sua igreja. A segurança está em construir sobre as bases corretas e não apenas ter a cobertura correta. Desta forma, a verdadeira “cobertura espiritual” é construir sobre os fundamentos apostólico-proféticos.
Quando se fala em “cobertura espiritual” sobretudo fala-se em fundamento apostólico. “Cobertura espiritual” sem entendimento claro do que é “fundamento apostólico” é como querer construir uma casa sem que se saiba o que é o alicerce. A Bíblia diz que “com a sabedoria edifica-se a casa, e com a inteligência ela se firma” (Pv 24:3). Na Bíblia a casa é figura da vida de uma pessoa ou da igreja. Tomando este verso de Provérbios pode-se dizer que para se edificar a vida de uma pessoa ou para se edificar uma igreja local é necessário sobretudo de sabedoria e não somente boas intenções.
Toda estrutura de uma casa depende de seu fundamento. Quanto mais forte o fundamento maior a possibilidade de se edificar um grande edifício sobre ele. Quem constrói sem fundamento é como se estivesse construindo sem alicerces. Logo quando soprarem os ventos a casa cairá.
Por isso a Bíblia dá tanta ênfase ao fundamento, pois dele depende toda estrutura de uma “casa”. Se uma pessoa ou uma igreja não está bem fundamentada, ela não tem estrutura para suportar as dificuldades que virão, nem terá capacidade de crescer para se tornar uma grande obra.
O que é o Fundamento na Bíblia?

Se quisermos receber ou dar o que se chama hoje de “cobertura espiritual” para edificarmos a vida de pessoas e  igrejas locais temos que ter em mente muito claramente de que se constitui o fundamento. Ao observarmos na Palavra de Deus, vemos que o fundamento é constituído de vários componentes:
Jesus é o fundamento. I Co 3:11 diz: “porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo”. Jesus é o fundamento da igreja. A construção de uma casa (vida ou igreja) começa pelo fundamento. Nos tempos bíblicos, a pedra angular era a primeira pedra colocada em um vértice do fundamento de um prédio e esta pedra tornava-se o referencial para construção de toda edificação. Toda construção partia desta pedra. Todas medidas partiam desta pedra. Ela era o início e a base de tudo. A bíblia nos diz que “ele mesmo, Cristo Jesus, é a pedra angular” (Ef 2:20, I Pe 2:7).
Doutrinas Básicas fazem parte do fundamento. Hb 6:1-2 nos diz: “deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. Existem certas doutrinas básicas que fazem parte de nosso fundamento. Estes ensinamentos são básicos e não podem ser removidos da base da igreja. Ninguém tem o direito de mexer ou retirar algum deles com o risco de toda casa cair.

Os Apóstolos e Profetas também são o fundamento. A função de Jesus no fundamento da igreja é única. Ele é a pedra angular. A pedra angular é apenas uma parte do fundamento. Se Jesus é a pedra angular do alicerce ele não é todo fundamento. Como vimos, as doutrinas básicas também fazem parte do fundamento da igreja. Jesus tem uma função específica e única no fundamento, mas não exclusiva. Além de Jesus, os ensinamentos que partem dele, da pedra angular, também fazem parte do fundamento. Da mesma forma, os apóstolos e profetas que também partem dele igualmente fazem parte do fundamento da igreja. A Palavra de Deus diz: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Ef 2:20). Uma das poucas vezes que Jesus falou a respeito da igreja ele afirmou ao apóstolo Pedro: “eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt 16:18). Temos aqui dois entendimentos:
Os próprios apóstolos e profetas são o fundamentos. No livro de Apocalipse o apóstolo João nos fala a respeito da nova Jerusalém: “a muralha da cidade tinha doze fundamentos, e estavam sobre estes os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro” (Ap 21:14). Além de Jesus especificamente dizer que sobre Pedro (literalmente pedra, rocha) seria edificada a igreja, também no livro de Apocalipse nos é exemplificado que o fundamento da muralha da nova Jerusalém tinha o nome dos 12 apóstolos do Cordeiro. O significado dos apóstolos e profetas serem o fundamento está em que eles são as estruturas fortes da igreja visível que sustentam no cotidiano a sua força, estatura, expansão e caráter.
Os ensinamentos apostólicos são o fundamento. O apóstolo Paulo escreveu: “segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele.” Paulo estabeleceu ensinamentos como fundamento para que outros edifiquem sobre estas bases. Os ensinamentos apostólicos também faziam parte do fundamento da igreja primitiva.

Jesus é a pedra angular do fundamento da igreja de onde parte todo edifício (I Co 3:11, Ef 2:20, I Pe 2:7). As doutrinas básicas (Hb 6:1-2) e as pessoas e ensinamentos dos apóstolos e profetas (Ef 2:20), que tem origem na própria pessoa de Jesus que é a pedra angular, também são parte do fundamento da igreja. A pessoa de Jesus e as doutrinas básicas é algo claramente entendido e aceito na igreja, porém o entendimento de que os apóstolos e profetas com seus ensinamentos também fazem parte do fundamento da igreja é algo novo. Com base neste entendimento está toda compreensão bíblica daquilo que chamamos hoje de “cobertura espiritual”. Por isso vamos nos deter mais pormenorizadamente neste ponto.

Apóstolos e Profetas como Fundamento da Igreja
Observemos o que o apóstolo Paulo escreve em sua carta aos Romanos: "esforçando-me, deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio" (Rm 15:20). Através deste texto podemos entender algumas coisas que nos ajudarão a compreender a respeito do que significa o fundamento apostólico.
Primeiro, através deste texto entendemos que havia diferentes fundamentos. Paulo fala de um fundamento alheio, ou seja, um fundamento que não pertencia a ele, um fundamento de outro apóstolo e/ou profeta (pois eram os apóstolos e/ou profetas que estabeleciam fundamentos na igreja conforme Ef 2:20).  Entendemos então que na igreja primitiva havia o fundamento de Paulo e o fundamento de outros apóstolos e profetas, ou seja, havia muitos fundamentos apostólico-proféticos.
Segundo, este fundamento, diferente do de Paulo, também era cristão, uma vez que provinha da pregação do evangelho.

Terceiro, Paulo não escreveu que este fundamento alheio ao dele tinha algo de errado. Pelo contrário. Ele dava liberdade para continuar a se expandir livremente onde havia sido estabelecido, sem fazer nenhuma advertência ou objeção. Além disto, ele se sentia confortável que o evangelho estivesse sendo pregado daquela forma naquele lugar ao ponto de não permanecer naquele território, partindo para outros lugares onde o evangelho ainda não havia sido pregado. Se houvesse alguma coisa errada, ele certamente faria alguma advertência, tentaria colocar as coisas em ordem ou permaneceria naquele lugar para pregar seu fundamento (se considerasse que o fundamento que ele pregava fosse o único correto e aceitável).
Através deste texto entendemos que havia alguma diferença ente um apóstolo e outro no que tange ao que pregavam. Não eram diferenças que comprometiam o puro evangelho, a fé ou as doutrinas bíblicas, porém eram diferenças individuais que diferenciavam um apóstolo de outro. Diante disto, surge a pergunta: o que são estes fundamentos apostólico-proféticos? Antes de explicar o que são os fundamentos apostólico-proféticos, gostaria de explicar o que eles não são:
1. O fundamento apostólico-profético não é uma nova doutrina que venha complementar ou substituir as Escrituras. Aquilo que foi estabelecido no canon bíblico é insubstituível e completo. Ninguém poderá acrescentar ou tirar nada. “Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro” (Ap 22:18-19).
2. O fundamento apostólico profético não é uma nova invenção baseada em alguma elucidação humana (II Pe 1:20). Ou seja, não é algo que saiu do nada, sem base nenhuma e que leva a alguma lugar diferente daquele que as Escrituras nos levam.

 
Aquilo que outros apóstolos pregavam e que era diferente, mas aceitável, comparando-se àquilo que Paulo pregava, é o que chamo de “ensinamentos apostólicos”.  O que, então, são estes ensinamentos apostólicos que fazem parte do fundamento da igreja, que diferenciava de um apóstolo de outro na igreja primitiva?
Para introduzir esta questão quero dar um pequeno exemplo: veja a diferença das estratégias da igreja de Jerusalém e da igreja de Antioquia. Eram completamente diferentes. Estavam sendo edificadas sobre algumas premissas radicalmente distintas. Tinham bases de entendimento diversas. Tinham alguma parte do fundamento diferenciado uma da outra. Nisto percebemos que existiam diferenças nos fundamentos que determinavam a forma diferenciada de como trabalhavam.
A Missão, os Princípios e a Visão da Igreja
Nas Escrituras Deus nos deixou revelado, entre tantas outras coisas, qual "a missão" da igreja, ou seja, "o que" sua igreja deveria fazer. A missão representa "a razão da sua existência". A missão confere à igreja a sua verdadeira identidade e propósito. A missão da igreja determina  porquê a igreja existe.
Muitos pastores dizem que a visão de sua Igreja é alcançar os perdidos e discipulá-los e enviá-los. Esta não é a visão de nenhuma Igreja. Esta é a missão de todas as Igrejas. Nenhuma Igreja pode ter uma missão muito diferente desta, pois se assim fosse não seria uma igreja bíblica. Isto é o que as Escrituras dizem ser a missão de todas as Igrejas e não de uma igreja especificamente.

Além das Escrituras terem registrado a missão da igreja, Deus também nos deixou registrado os "princípios" em como cumprirmos com esta missão. Ele não nos deixou registrado especificamente o "como" cumprirmos com a missão, mas sim os "princípios" em como cumprirmos com a missão.
Para exemplificar. A comunhão é um princípio, porém como praticamos a comunhão muda de geração em geração. A oração é um princípio, porém como oramos muda de uma cultura para outra.
Os "princípios" não mudam com o tempo ou com as novas tecnologias disponíveis. Porém, "como" especificamente aplicamos estes princípios nas diversas épocas e culturas, muda consideravelmente. Os princípios devem ser contextualizados dentro da cultura e dos recursos disponíveis e aplicados de acordo com a situação. O "como" aplicamos os princípios da Palavra na cultura e tempo que vivemos é o que chamamos atualmente de "visão".
A “visão” de trabalho é baseada nos princípios estabelecidos desde a antiguidade no cânon bíblico e é tarefa dos apóstolos fundacionais da atualidade trazer esta visão para igreja. A visão de trabalho é o fundamento sobre o qual as igrejas apostólicas trabalham.
A Visão Procede de Revelação e Entendimento
Pedro recebeu revelação dos céus que Jesus era o Cristo, o Filho de Deus. Jesus disse que sobre esta rocha (a revelação e entendimento de Jesus Cristo como Filho de Deus), Ele edificaria sua igreja (Mt 16:18).
A igreja é edificada sobre a rocha da revelação e entendimento. Revelação e entendimento é o fundamento sobre a qual a igreja é estabelecida. Sem revelação apostólica, a igreja não pode ser edificada corretamente.

Diferentes apóstolos são enviados a pregarem diferentes revelações. Existem apóstolos de fé, libertação, prosperidade, etc. Também existem apóstolos que estabelecem uma visão prática de trabalho sobre a qual a igreja é estabelecida. Mesmo que hajam diferentes mensagens reveladas para diferentes apóstolos, estas revelações são fundacionais. A mensagem do apóstolo estabelece um forte fundamento sobre o qual os santos devem alicerçar suas vidas e a igreja deve ser edificada.
A Verdadeira Cobertura Espiritual
Finalizando. Dar cobertura espiritual a alguém ou a uma igreja é estabelecer os fundamentos sobre os quais estas pessoas ou igrejas são edificadas. Estar debaixo de cobertura é andar na visão estabelecida pelo apóstolo. Quem não está edificando sobre a revelação e entendimento apostólico (visão apostólica), está fora de cobertura espiritual.

FONTE: REDE APOSTOLICA CRISTA