segunda-feira, 25 de julho de 2016

PATERNIDADE, OFICIO DE UM PAI.


 “Por esta razão dobro os joelhos perante o Pai, do qual toda família nos céus e na terra toma o nome” (Ef 3:14,15).

O apóstolo Paulo está escrevendo uma carta, e começa esta passagem com uma oração. Não vamos tratar sobre o assunto da oração, mas a respeito da pessoa a quem ela se dirige. A palavra traduzida no versículo acima como “família” poderia também ser “paternidade”. No original a palavra grega é “pátria”, uma derivação direta da palavra “pater” que significa “pai”. Portanto o versículo seria assim: “..o pai, do qual toda paternidade nos céus e na terra toma o nome”. Desta maneira estamos descobrindo que o fator originador da família é o pai.

Estes versículos contêm uma revelação tremenda. A paternidade de Deus é eterna. Não só é Deus o Pai de Jesus Cristo, mas toda paternidade é derivada e estabelecida a partir do ofício do Pai na divindade. O ofício de um pai recebe com isto um significado tremendamente importante. A função de um pai deriva sua santidade, autoridade e importância do fato dela ser uma projeção aqui na terra da paternidade divina e eterna de Deus no céu.

Pensamos que Deus só se tornava Pai quando nos tornamos seu filho. Isto não está correto. Deus é Pai eternamente. Antes da criação, Deus já era Pai. Ele é o Pai do nosso Senhor Jesus Cristo. O relacionamento de Pai para Filho dentro da divindade é eterno. Antes que qualquer coisa fosse criada, Deus eternamente era Pai, e Cristo era eternamente seu Filho.

Desta forma, todo pai, dentro da criação, recebe seu nome a partir da paternidade eterna de Deus. Este fato concede importância e santidade enormes ao ofício de pai. É na realidade, uma projeção da própria natureza de Deus para dentro da experiência humana, aqui na terra e no tempo.

Em João 14:2 Jesus diz: “Na casa de meu Pai há muitas moradas”. Deus é um Pai.

Ele possui uma casa! Se estudarmos a palavra “casa” nas Escrituras, iremos notar que seu uso não está ligado a um edifício material. “Casa” na Bíblia quase sempre refere a uma família em primeiro lugar, e ao edifício por ela ocupado apenas de maneira secundária.

Portanto, quando Jesus fala da “casa de meu Pai”, ele esta dizendo que Deus tem uma família celeste. Assim, há uma família no céu, Deus é eternamente um Pai, e a vida e estrutura da família têm sua origem na eternidade. É um retrato aqui na terra do relacionamento de Pai para Filho dentro da divindade.

Vemos que vida no lar significa muito mais que o mero fato de algumas pessoas morarem juntas debaixo do mesmo teto. É uma realidade ligada à natureza da própria divindade. Dizendo isto de outra maneira; desde a eternidade há duas coisas sempre verdadeiras: Deus é um Pai, e o céu é um lar. Nem o ofício de pai, nem a vida no lar, se iniciaram no tempo, ou depois da criação. São derivados do ser e natureza eternos da divindade.


A ORIGEM DE CHEFIA

Há outro aspecto da família que encontramos também como uma reflexão da divindade. É um conceito que iremos chamar de “chefia”. Vejamos o que Paulo diz em 1 Coríntios 11:3: “Quero, porém, que saibais que Cristo é o cabeça de todo homem, o homem (ou marido) o cabeça da mulher (ou esposa), e Deus o cabeça de Cristo.”

Temos o seguinte relacionamento, então: Deus é o cabeça de Cristo, Cristo é o cabeça do homem, e o homem é o cabeça da mulher. Outra vez temos um relacionamento eterno. A chefia do Pai sobre o Filho é eterna. Antes da criação do mundo, Deus era Pai, e também cabeça, de Cristo.

A partir deste ponto nós temos uma cadeia descendente de autoridade, que vai desde a eternidade até o tempo. Deus Pai é cabeça de Cristo eternamente. Cristo é cabeça do homem ou marido (é a mesma palavra no grego), e o homem é cabeça da mulher ou esposa.

Outra vez temos um relacionamento no lar entre marido e esposa cuja importância transcende os limites de tempo e espaço. É uma projeção dentro da família de um relacionamento eterno. Deus eternamente é cabeça de Cristo, assim como o homem é cabeça da mulher.

Com este modelo da divindade, podemos aprender muito sobre o padrão de autoridade. Cada um de nós só tem autoridade no plano de Deus quando estiver no seu devido lugar numa cadeia de autoridade. Qualquer cadeia de autoridade no universo ultimamente volta a Deus Pai como fonte original.

Em outras palavras, toda autoridade se deriva da sua posição abaixo de Deus. No lar, só existirá autoridade quando o marido for submisso a Cristo, e a esposa for submissa ao marido. Se qualquer destes relacionamentos for quebrado, a autoridade do lar será desfeita. Se o marido não estiver em submissão a Cristo, ele não terá a autoridade devida. Se a esposa não estiver em submissão ao marido, ela não terá a autoridade necessária.

O centurião romano veio a Jesus a favor do seu servo doente em Lucas 7. Nas suas palavras a Jesus ele resumiu o segredo da autoridade. Ele disse: “Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz.” A maioria das pessoas não teria se expressado desta maneira. Muitos falariam: “Eu tenho autoridade”. O centurião foi bem mais sábio e humilde. Ele não disse: “Eu tenho autoridade”; ele disse: “Eu estou sujeito à autoridade”. Por ele estar no seu lugar certo na cadeia de autoridade do exército romano, ele se tornava o representante legal do imperador.

Quando ele estava no seu devido lugar na cadeia, qualquer pessoa que o resistisse, estava na verdade se opondo ao próprio imperador. A sua autoridade se derivava da sua colocação certa numa cadeia. Ao sujeitar-se àqueles que estavam acima dele, ele tinha direito de exercer autoridade sobre aqueles que estavam abaixo dele.

Ele reconhecia em Jesus uma situação paralela no mundo espiritual. Ele disse: “Eu também sou homem sujeito à autoridade”. O que ele tinha no campo militar, Jesus tinha no mundo espiritual. Jesus estava debaixo da chefia do Pai. Estando debaixo da autoridade do Pai, Jesus trazia a autoridade do próprio Deus consigo. Tudo que Jesus fazia e dizia era tão eficaz como se o próprio Pai estivesse o fazendo e dizendo.

Quando o marido está em submissão a Cristo, ele possui a própria autoridade de Cristo. Tudo que aquele marido faz e diz é tão eficaz como se o próprio Cristo estivesse o fazendo e dizendo. Quando a esposa está em submissão ao marido, ela tem toda a autoridade do marido, que é a autoridade de Cristo, que é a autoridade de Deus Pai.

Porém, se a cadeia for quebrada em algum ponto, a autoridade é também anulada. É exatamente isto que tem acontecido na maioria das famílias hoje. Não há autoridade na família, porque em algum ponto alguém não está mantendo um relacionamento certo. Na maioria dos lares, o marido não está sujeito a Cristo, e nem a esposa ao seu marido. O resultado é uma quebra de autoridade, anarquia, desordem e rebelião.


SUBMISSÃO NÃO INFERIORIDADE

Quero chamar atenção a este relacionamento, usando a ilustração novamente da imagem que temos na divindade. Temos no relacionamento entre Deus Pai e Deus Filho um padrão perfeito para o relacionamento de marido para mulher.

As mulheres hoje, muitas vezes, pensam que ser submisso implica numa posição de inferioridade. Isto é completamente errado. Se eu puder lhes mostrar o relacionamento entre Cristo e seu Cabeça, creio que será muito mais fácil para as irmãs aceitarem sua posição que é de submissão e não de inferioridade. Submissão é muito diferente de inferioridade. O sentimento de inferioridade desaparece ao vermos que este é o mesmo relacionamento que existe entre o Pai e o Filho.

Vamos examinar duas passagens em que Jesus fala sobre seu relacionamento com o Pai: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10:30). “...porque o Pai é maior do que eu” (Jo 14:28).

Parecem ser afirmações contraditórias. Na primeira ele afirma a sua união e igualdade com o Pai. Na segunda ele mostra que o Pai é maior.

Em Filipenses 2:5, Paulo diz que Cristo não achava igualdade com o Pai uma posição que procurava atingir. Ele tinha esta igualdade já por direito divino e eterno. Mas ao mesmo tempo ele se sujeitava ao Pai, e dizia: “O Pai é maior do que eu”.

Podemos aplicar este modelo ao relacionamento entre marido e mulher. O homem e sua esposa são um. Ao mesmo tempo a mulher é sujeita ao seu marido. Ser sujeita não implica em inferioridade. Cristo não é inferior ao Pai.
Ele é sujeito ao Pai. Ao permanecer em submissão, ele permanece em união.

A esposa não é inferior ao marido. Ela está em submissão a ele. Através da sua submissão, ela se mantém em união com ele. Se ela perder a submissão, ela perde a união. Não pode ter uma sem a outra.

Assim, no plano de Deus, o homem e a sua mulher são uma só carne. Não pode existir inferioridade entre uma parte da carne e outra. Porém esta unidade depende de um relacionamento certo entre os dois. O marido, como chefe, precisa da submissão e apoio da sua esposa, assim como uma cabeça precisa do suporte de um pescoço. E a esposa precisa da proteção e cobertura da autoridade do seu marido. É o único lugar ordenado por Deus de segurança e paz para a mulher, e de união e ordem no lar.

Vimos que a chefia como um relacionamento iniciou-se na eternidade. Quero mostrar que ela continua eternamente. Em 1 Coríntios 15:28, Paulo está falando sobre a “dispensação da plenitude dos tempos”. Esta expressão se refere ao fim de todas as eras e tempos, quando estes se lançarão como rios nas eras das eras, que continuarão eternamente. Nesta hora, Paulo diz que estando tudo sujeito aos pés de Cristo, ele se sujeitará ao Pai que pôs todas as coisas debaixo de seus pés. E assim Deus será tudo em todos. Portanto, na eternidade, depois da sua vitória triunfante e universal, o Filho se colocará debaixo do Pai. Neste relacionamento, Deus, através de Cristo, será tudo em todos eternamente.

Há outro quadro aqui que pode ser visto no lar. O Pai sente prazer em honrar o Filho. Ele quer que tudo esteja debaixo dos pés do Filho. Para alguém honrar o Pai, é necessário em primeiro lugar honrar o Filho. Se alguém não honrar o Filho, Deus também não o receberá.

Deus honra e exalta seu Filho. O Filho por sua vez honra e exalta o Pai. Jesus disse que nada podia fazer por si só. Ele só falava as palavras que lhe foram dadas pelo Pai; só podia fazer as obras que o Pai fazia nele. Ele era constantemente sujeito ao Pai.

Isto deveria ocorrer no lar. O marido deve ter prazer em honrar sua esposa. Ele deve fazer tudo para exaltar sua esposa e fazê-la sentir respeitada, honrada, e estimada. A esposa, quando for tratada desta forma, em quase todos os casos, voluntária e espontaneamente reconhecerá a autoridade do seu cabeça. O homem precisa ter a mesma atitude para com sua esposa que o Pai tem para com seu Filho. O Pai promove, honra e exalta o Filho. É impossível se aproximar do Pai se desonrar o Filho.

Que aconteceria se os homens constantemente tratassem as suas esposas desta maneira? Automaticamente elas aceitariam a chefia dos maridos. Não sentiriam mais desejo nem necessidade de lutar pelo seu próprio reconhecimento ou independência.

Hebreus 1:2,3 nos diz que Cristo é o “resplendor da sua glória” (isto é, da glória do Pai). Paulo diz em 1 Coríntios 11:7 que a mulher é a glória do homem. Está claro o paralelo.

O Pai revela sua glória através da pessoa de Cristo. O marido revela sua glória através da pessoa da sua esposa. Se a esposa for descansada, segura, confiante e satisfeita, seu marido receberá glória. Ela está demonstrando que seu marido sabe tratá-la bem. Se a esposa, porém, for amargurada, cheia de ressentimentos e insegura, seu marido receberá desonra. Ela está mostrando a insuficiência do marido em desempenhar suas responsabilidades no lar.

Que acontece se um dos membros do lar não cumprir sua função ordenada por Deus? Se o marido falhar, isto tira responsabilidade da esposa? Se a esposa falhar, o marido será desculpado? Absolutamente. A responsabilidade é diante de Deus, e as ações ou erros do outro nunca podem alterar esta posição.

Qualquer estudante da Bíblia, que a aceita, e nela crê, ao ver estas verdades perceberá a importância enorme dos relacionamentos no lar. A família é uma representação viva, que reproduz nos limites de tempo e espaço, os mesmos relacionamentos eternos que existem na divindade. Dizendo isto em outras palavras, eu acho que podemos seguramente definir o lar como a criação de Deus na terra que mais se assemelha ao céu. O propósito de Deus é que cada lar na terra seja uma reprodução do seu lar no céu.


COMUNHÃO

Temos, então, dois princípios eternos que nos são revelados pela divindade. Cada um é um conceito básico do evangelho de Jesus Cristo. São os princípios de Paternidade e Chefia.

Há um terceiro princípio eterno, de importância igual, que é Comunhão. Trataremos deste princípio aqui apenas sumariamente. Existe comunhão perfeita e constante dentro da divindade, ou seja, entre o Pai e o Filho, no Espírito. Quando João diz no início de seu evangelho que o Verbo estava “com” Deus, desde a eternidade, o sentido da palavra no original quer dizer “face a face com”. Em João 1:18, diz que Jesus “está no seio do Pai”. Podemos ver neste retrato o amor e prazer mútuos que existem entre o Pai e o Filho, constantemente mantidos pelo Espírito Santo.

Certa vez alguém descreveu o Espírito Santo como sendo “o relacionamento de amor entre o Pai e o Filho”.

Em João 17, Jesus ora ao Pai, para que justamente esta comunhão perfeita e indestrutível que ele possui com Deus, seja reproduzida nos crentes na terra. Em outras palavras o que Deus está fazendo através do evangelho é projetar-se a si mesmo, com sua natureza divina, e o padrão da vida celestial, para dentro da vida do homem na terra. Talvez esta fosse uma das melhores maneiras de descrever a importância do evangelho. É Deus se projetando na humanidade.

A FAMÍLIA: CÉU SOBRE A TERRA

Há uma passagem em Deuteronômio que fala sobre a família. Moisés está mostrando aos filhos de Israel como entrar na sua herança em primeiro lugar, e como se manter na sua herança, depois de entrarem nela. Todas estas verdades da velha aliança podem ser aplicadas a nós como cristãos através da revelação do Espírito. Por meio destas advertências podemos aprender como nos firmar na nossa herança depois de entrarmos nela.

Na verdade, Israel teve maior dificuldade em permanecer na sua herança do que entrar nela no princípio. Creio que o mesmo ocorre entre os cristãos hoje. Nós temos muito mais luta para guardar as bênçãos de Deus em nossas vidas do que tivemos em recebê-las.

Um dos princípios, então, que devemos observar para podermos entrar na herança, e depois permanecer nela, se refere à família. Leiamos: Deuteronômio 11:18: “Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma; atá-las-eis por sinal na vossa mão, e elas vos serão por frontais entre os vossos olhos.” Em outras palavras, nossa vida inteira deve ser controlada pela Palavra de Deus.

 “E ensiná-las-eis a vossos filhos, falando delas sentados em vossas casas e andando pelo caminho, ao deitar-vos e ao levantar-vos” (Dt 11:19).

Ensinar ao filhos não quer dizer escola dominical, nem reunião de mocidade. No entanto é assim que muitos pais cristãos pensam que os filhos devem ser ensinados. Aqui não diz isto. Diz que a Palavra de Deus deve ser o tema de conversa todos os dias no lar.

Na mesa ao comer, na hora de levantar, na hora de deitar. Não é uma questão de enviar os filhos à escola dominical para algum professor desempenhar a função abandonada pelos pais. Não é uma questão tampouco de uma mera leitura diária da Bíblia com as crianças.

Instrução espiritual, de acordo com esta passagem, deve ser contínua. É responsabilidade dos pais entrelaçarem o ensino da Palavra de Deus com todas as atividades diárias da vida no lar.

Versículo 20: “E escrevê-las-eis nos umbrais das vossas casas, e nas vossas portas.” A família toda deve ser confrontada pela Palavra de Deus em todas as formas, em todas as oportunidades e em todos os lugares. A Palavra de Deus deve ser o núcleo de toda a vida familiar.

E no versículo 21 há uma descrição daquilo que acontecerá se fizer assim: “Para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o Senhor, com juramento prometeram dar a vossos pais (isto é, para que vocês entrem na terra da sua herança, e aí permaneçam com seus filhos) como os dias do céu sobre a terra.”

Muitas vezes nós usamos a expressão: “É como o céu na terra”. Como serão nossos dias na nossa herança, se nossa vida na família girar em torno da Palavra de Deus? Como o céu na terra!

Quantas famílias modernas parecem ser um “céu na terra”? Muito poucas. Por quê? Porque perdemos o plano de Deus que mostra como entrar na nossa herança, e como retêla depois de entrarmos nela.

O foco central deste plano de Deus é a família. O lar é o lugar onde se deve manter a vida espiritual. O lar é o lugar onde os filhos recebem instrução espiritual. Tudo mais ocupa uma posição secundária em relação ao lar. Isto vale não só para a dispensação da lei, como também para todas as épocas.

Esta passagem de Deuteronômio é um quadro da provisão de Deus para seus filhos. O foco de atenção é a família. A chave da família é o pai. Se o pai não tomar seu devido lugar, não aceitar sua responsabilidade, e não permanecer como Deus ordenou, sendo chefe da sua casa, o plano de Deus nunca poderá funcionar.

PAI: SACERDOTE, PROFETA E REI

Em todos os lares, de todas as dispensações, todo pai tem três ministérios específicos. Ele recebe estes ministérios da própria autoridade divina, e nunca poderá renunciá-los diante de Deus. Isto não depende da época ou dispensação em que vive, nem da sua raça, nem da sua religião. Todo pai, ao se tornar pai, e em virtude da sua paternidade, recebe três ministérios irrevogáveis da parte de Deus: o ministério de sacerdote, o ministério de profeta e o ministério de rei.

Outra vez, o pai está cumprindo um lugar na família semelhante ao padrão encontrado em Cristo. Em relação à igreja, Cristo é Sacerdote, Profeta e Rei. Ele recebeu do Pai estes três grandes ministérios. Deus tem constituído o homem na família como seu representante com os mesmos três ministérios.

Como sacerdote do seu lar, o pai representa sua família na presença de Deus. Como profeta do seu lar, ele faz o contrário. Ele representa Deus à sua família. Como chefe, ou rei, do seu lar, ele governa sua família no lugar de Deus. Estes ministérios pertencem ao pai de todas as épocas e dispensações. Não originaram com o evangelho, nem terminarão com o evangelho.

Como sacerdote, o pai tem a responsabilidade de interceder por sua família diante de Deus. Ele representa sua família na presença de Deus. Ele leva diante de Deus todas as necessidades da sua família. Cada membro da família é levado à presença de Deus diariamente pelo pai. Ele também traz a proteção e bênção de Deus sobre sua família, exercendo fé a seu favor. Esta é uma das maiores responsabilidades do pai exercitar a sua própria fé a favor da sua família.

Como profeta, o pai representa Deus à sua família. Inconscientemente, como as pessoas que trabalham como orientadores ou conselheiros de crianças sabem, a imagem que a criança tem de Deus vem por intermédio de seu pai. A partir do caráter e personalidade do pai é que as crianças formam seus primeiros conceitos de Deus. E foi assim que Deus quis. É parte da ordem divina. Todo pai tem a responsabilidade de representar Deus à sua família. Ele é a boca, o porta-voz de Deus no lar. É ele que também deveria ensinar as coisas de Deus aos seus filhos.

O terceiro ministério do pai no seu lar é o de rei ou chefe. Como rei, o pai deve dirigir sua família como representante da autoridade divina. Dentre as qualificações de um líder espiritual na igreja, o homem deve possuir a capacidade de governar bem a sua própria casa (1 Tm 3:4).

PAI: DESERTOR

Nenhum homem poderá renunciar estes ministérios ou responsabilidades diante de Deus. Nem poderá transferir suas responsabilidades a um pastor, professor de escola dominical, líder de mocidade, conselheiro de crianças ou outra pessoa qualquer.

Sabe o que está errado com nossa sociedade? Homens desertores. A maioria dos homens da nossa sociedade moderna são desertores. O que queremos dizer com isto?

Vou mostrar. Um desertor é alguém que foge das suas responsabilidades. A maioria dos homens modernos tem fugido das suas três responsabilidades básicas: de pai, marido e líder espiritual.

Qual tem sido o resultado? Nos deveres diários, naquilo que realmente é responsável pela formação de uma sociedade, os homens têm renunciado sua responsabilidade. E nossa sociedade passou a viver cada dia mais debaixo da influência das mulheres.

Veja bem. Entre nós mesmos, os cristãos, o que acontece? Se alguém ora com as crianças na hora de dormir, quem é que ora? A mãe. Se alguém lê a Bíblia às crianças na família, quem é que faz isto? A mãe. Quem ora com o filho quando está doente? A mãe. Quem arruma as crianças para levá-las à igreja? A mãe. Isto é errado? Não é errado a mãe tomar parte do crescimento espiritual da criança. É errado quando o verdadeiro iniciador e orientador de toda a vida espiritual no lar deixa suas responsabilidades à mãe. Diante desta situação, não é de se admirar quando Joãozinho diz no seu coração: “Quando eu for grande, eu serei como meu pai”. Em ser como seu pai, ele quer dizer que deixará as coisas de Deus para o sexo feminino. Quanto a ele, ele é “homem”, e de acordo com os modelos que ele tem para seguir, homens não se preocupam muito com estas coisas.

Pai, você é responsável pela vida de seu filho. Não culpe o professor da escola dominical! Não culpe o pastor! Não culpe o presidente da mocidade! Quando seu filho se desviar, Deus colocará a responsabilidade por cima da sua cabeça. Você e seu sacerdote, seu profeta, e seu rei. Se seu filho falhou, é porque você falhou. Você pode ter alternativas, todas elas muito boas. Você pode ser presidente de três bancos, ser um atleta excepcional, apóstolo, pastor, mas se não for um bom marido e pai, diante de Deus, você é um fracasso.

Deus esclareceu a um certo homem de uma maneira muito real. Já fazia tempo que eu viajava, pregando em muitos lugares, sempre acompanhado por minha maleta. Uma vez ouvi um servo de Deus definir o perito. Ele disse que o perito é um homem que sempre está fora de casa, carregando uma maleta. Meditando sobre isto um dia, Deus falou comigo:

“Você pode viajar para onde você quiser, com sua maleta na mão, e pregar a milhares de pessoas, com numerosas conversões no fim de cada mensagem. Mas se sua casa não estiver em ordem, aos meus olhos, você é um fracasso!”

Isto veio a mim muito claramente. Levei isto a sério. Há uma coisa que não quero ser jamais: um fracasso. Algo em mim quer vencer, e não me envergonho disto. Creio que Deus quer que eu, e que todos os homens, vençamos. E se você não alcançar este sucesso no seu lar, conforme já foi mostrado em relação ao ministério de rei, é quase certo que você nunca será um líder espiritual.


A FAMÍLIA DE NOÉ

Vamos examinar estes princípios de maneira melhor através das Escrituras.

Em Gênesis 7:1, Deus diz a Noé: “Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque tenho visto que és justo diante de mim nesta geração.”

Veja só. Através da justiça de Noé, toda sua família pôde entrar na arca. Sendo ele um homem justo, não só ele, mas sua esposa, seus filhos e as esposas de seus filhos, entraram juntamente com ele. Noé cumpriu suas funções de sacerdote e profeta na família e Deus honrou sua posição, salvando toda a sua casa. Quando um homem toma sobre si a responsabilidade e função ordenadas por Deus, ele sempre terá a confirmação, proteção e bênção divina sobre tudo que ele possui, e sobre tudo que ele tem. É uma lei espiritual.

Deus sempre há de honrar aqueles que aceitam as responsabilidades por ele oferecidas.

Não estou falando aos pais para produzir condenação ou para acusá-los. Nem estou dizendo que vocês sempre falharam e continuarão falhando. Estou dizendo que se o pai se levantar como homem, e tomar sobre si suas responsabilidades divinas, Deus estará com este pai em tudo que ele fizer, assim como esteve com cada um dos homens da Bíblia que tomou uma posição de marido, pai e chefe da sua casa. Deus sempre tem honrado esta
posição. ele sempre tem abençoado, e incluído no seu plano, toda a família na base da justiça de um pai diante de Deus.


A FAMÍLIA DE ABRAÃO

Depois do dilúvio, Deus começou a buscar um homem que seria o chefe de uma nação especial, destinada a trazer bênçãos a toda à humanidade. Quem foi que Deus encontrou? Abraão. Você sabe por que Deus escolheu a Abraão? Por que não escolheu um dos outros homens daquela época, de outra nação e outro povo?

A resposta está em Gênesis 18:19: “Porque eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para obrarem com justiça e juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado.”

Deus escolheu a Abraão por uma razão principal. Ele sabia que podia depender dele quanto ao treinamento e disciplina dos seus filhos e da sua casa no caminho do Senhor.

Quanta importância Deus coloca sobre este aspecto do caráter de um homem! O nome Abrão significa “pai exaltado”. O nome que Deus lhe deu Abraão significa “pai de uma grande multidão”. Em outras palavras, Deus estava procurando um pai. O que Deus viu em Abraão para o escolher dentre tantos?

A qualidade de ordenar a seus filhos após ele, para guardarem o caminho do Senhor. Deus não tem privilegiados especiais. Ele diz simplesmente: “Se você fizer conforme as minhas exigências, eu estarei com você, e farei vir sobre você todas as bênçãos prometidas.”

Deus tinha de encontrar um homem que cumprisse as condições a fim de receber as bênçãos e aliança do Senhor. Ele achou este homem em Abraão. A condição principal em Abraão foi ele aceitar sua posição como pai. Ele ordenou a sua casa e a seus filhos após ele para que guardassem o caminho do Senhor.

Observe a palavra “ordenar”. Há ocasiões quando um homem tem direito de ordenar. Sobretudo é nesta hora que ele tem este direito. Quando ele está tomando sua posição como representante de Deus na sua casa, ele não pode ser fraco nem vacilante. Ele tem de ser firme e convicto quando diz: “Eu estou neste lar como representante de Deus, e exijo que você faça isto ou aquilo.”

Alguém vai me dizer: “Mas irmão, que fariam minha esposa e filhos se eu falasse assim? Eles não têm costume de ouvir isto.” Vou lhe dizer o que eles farão. Depois do choque inicial, eles dirão: “Até que enfim, temos um verdadeiro homem nesta casa.”

É verdade que tanto a esposa como os filhos em quase todos os casos, sabem no seu íntimo que o homem da casa deveria liderar. Quando são as mulheres que lideram, geralmente estão à frente simplesmente porque os homens não tomam sobre si sua devida responsabilidade.


A FAMÍLIA DE LÓ

Havia no tempo de Abraão um outro homem chamado Ló. Ele conhecia a Deus também, tinha estado com Abraão, ouviu as mesmas bênçãos e promessas. Quando chegou o tempo de separação entre os dois, Ló tomou uma decisão de malgrado e perversa.

Ele foi às cidades da planície que eram muito ímpias diante de Deus. Como pai, Ló tomou a decisão de levar a sua família para lá, mas a verdade triste é que daquele lugar ele conseguiu tirar apenas duas filhas. Sempre que penso ou falo sobre isto, sinto comovido. Ele levou uma família toda para Sodoma, e escapou com apenas duas filhas. Todos os demais pereceram com o julgamento de Deus sobre a cidade. Quem foi responsável? Ló. Pai, você pode levar sua família para o mundo com seus prazeres e atrações. Você pode introduzir as coisas do mundo para dentro do seu lar. Mas no dia em que você quiser voltar a Deus, talvez sua família não queira mais o seguir. É fácil levar a família para Sodoma, é quase impossível tirá-la novamente.

Aqui está o contraste. Um pai honrou a Deus, seguiu a Deus, obedeceu a Deus, cumpriu as exigências de Deus, e foi abençoado por Deus, ele e sua família e descendência após ele. É considerado o pai de todos aqueles que crêem. Outro pai com as mesmas oportunidades, conhecimentos, e entendimento, falhou nas suas responsabilidades como pai, e é sempre um exemplo de um homem que aceitou o plano inferior ou secundário de Deus para a sua vida.

O que você quer? O melhor que Deus tem, ou o secundário? Vai ser um Abraão ou um Ló? É você quem tem de tomar esta decisão.

A FAMÍLIA DE JOSUÉ

Examinemos outro líder do povo de Deus Josué. Ao final da sua vida, depois de levar o povo de Israel para a terra prometida, ele desafia a nação: “..escolhei hoje a quem haveis de servir; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24:15).

Sempre ao ler esta passagem, eu me sentia maravilhado. Admirava-me de como este homem podia estar tão certo de que não só ele, mas toda sua casa, serviria ao Senhor. Vim a entender, porém, que ele tinha o direito de dizer isto.

Ele era o sacerdote e representante de Deus no seu lar. Se ele tomasse sua posição e cumprisse as suas responsabilidades, Deus era obrigado a honrá-lo.

Josué não estava dependendo de si próprio. Ele estava confiante na fidelidade de Deus ao ofício de paternidade que ele desempenhava. Tendo tomado sua posição de sacerdote, ele sabia que Deus seria fiel em responder sua intercessão a favor da família. Tendo tomado sua posição de profeta, ele podia contar com a confirmação da sua declaração profética no seu lar.

Governando seu lar como rei, ele confiava que Deus sustentaria sua autoridade.


A FÉ DO PAI

No livro de Jó, nós lemos que este servo de Deus se levantava cedo e oferecia sacrifícios a favor de seus filhos e suas filhas, caso tivessem pecado nos seus corações, desviando-se do Senhor. Como pai ele reconhecia sua responsabilidade como sacerdote de toda sua casa.

Um dos versículos mais conhecidos e citados pelos evangélicos está em Atos 16:31. Encontra-se na história do carcereiro filipense. Depois que o terremoto abalou a prisão, o carcereiro ficou convencido dos seus pecados, e dirigiu a Paulo e Silas no meio da noite a tão conhecida pergunta: “Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?” E a resposta foi: “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo”. Muitos param aí. Mas há mais no versículo. Diz: “...e serás salvo, tu e a tua casa.”

Algum tempo atrás, uma irmã veio a mim, contando o problema dos seus filhos desviados. Tentando a consolar, num espírito compassivo, porém humano, eu citei para ela este versículo. Depois que ela saiu, o Espírito Santo me repreendeu: “Você não usou corretamente aquele versículo”! Aquelas palavras não foram ditas a uma mulher. Foram dirigidas a um homem, e isto porque ele era o chefe da sua casa. Ele tinha o direito de crer em favor de toda a sua casa!”

É quando o homem toma a sua posição de sacerdote, profeta e rei, que o Senhor promete salvar toda a sua casa. Deus tem dado a cada pai, em virtude da sua paternidade, tanto o direito como a responsabilidade de exercer sua fé em favor da salvação de toda a família.

Isto significa que os outros membros da família podem ser salvos simplesmente através da fé do pai, sem a ação da fé individual dos próprios membros? Evidentemente não. Significa que através da fé e do ministério de um pai que exerce seu ofício divinamente designado, cada membro da família virá a possuir fé pessoal no Senhor Jesus, e desta forma será salvo.

Não estou dizendo tampouco que uma família não pode ser salva através da fé de uma mãe, ou mesmo através de um filho. A verdade é que Atos 16:31 não o diz! Se quisermos uma passagem que mostre uma base bíblica para a salvação da família através de uma mulher, devemos voltar ao livro de Josué, e examinar a história de Raabe.

Aparentemente Raabe, da cidade de Jericó, não tinha marido. Ela creu e ganhou seu pai, sua mãe, seus irmãos e tudo que ela tinha (Js 6:23). Deus poupou a todos mediante a fé dela. Não há limites àquilo que Deus pode fazer.

Entretanto, a posição do pai no plano de Deus é diferente de todos os outros membros da família. Se ele tomar sua posição indicada por Deus, como chefe da sua casa, ele tem o direito de tomar posse da salvação de toda a sua casa.

Este direito não se baseia simplesmente na fé pessoal do pai, mas no ofício de paternidade que ele ocupa.

Eu creio que um estudo cuidadoso do Novo Testamento revelará que na igreja primitiva a salvação não se destinava basicamente a indivíduos, mas a famílias. Não era uma salvação individual que os apóstolos pregavam. Era uma salvação por famílias. Uma igreja era formada por famílias salvas. O pai cria, e toda a família entrava e servia a Deus na comunidade como uma unidade. Eu creio que precisamos voltar ao mesmo padrão.

Observe também o acontecimento em Marcos 9:14-29. Um pai trouxe a Jesus seu filho epiléptico. Em grande desespero o pai pediu que Jesus fizesse algo por seu filho. O espírito maligno o jogava no fogo, na água e o convulsionava. O pai estava tão desesperado que ele chegou a fazer uma pergunta surpreendente a Jesus: “Se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós” (Mc 9:22).

Note como Jesus lhe respondeu. Ele devolveu a responsabilidade ao pai. Ele disse: “Se tu podes crer!” Se o pai podia crer para quem? Para seu próprio filho.

Eu tenho aprendido com este padrão na minha própria experiência. Quando trazem crianças que precisam de libertação de espíritos malignos, eu tenho aprendido a não entrar de uma vez. Procuro saber primeiro onde estão os pais. “Se tu podes crer, teu filho será liberto.” Não vejo uma vez nas Escrituras onde Jesus libertou uma criança sem os pais. Ele sempre requisitava que os pais cressem a favor dos filhos. A responsabilidade básica de crer a favor dos filhos está sobre o pai. “Crê no Senhor Jesus, pai, e serás salvo, tu e tua casa.”

Na prática, comumente o pai é o último que aparece com o filho necessitado. Geralmente quem traz é a tia, a avó, a vizinha ou a mãe. Mas a pessoa principal nunca aparece.


OS DEVERES DO PAI

Os últimos capítulos de Efésios mostram o que é a vida no Espírito. O andar no Espírito aparece através de relacionamentos pessoais: esposas a maridos, maridos a esposas; pais a filhos e filhos a pais; patrões a empregados e empregados a patrões.

Efésios 6:4 dá uma exortação muito importante aos pais: “E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor.”

A palavra aqui traduzida “disciplina” poderia também ser traduzida “educação”. E note que Paulo não está falando com o pai e a mãe, mas somente com o pai. De quem é a responsabilidade de educar os filhos? Do pai. Este é o evangelho, a nova aliança. Mais uma vez, Deus revela sua preocupação com o pai. É evidente que a mãe trabalhará em conjunto com o pai. Mas a responsabilidade básica e primária pertence ao pai. “Não provoqueis à ira os vossos filhos.” É verdade que muitos pais provocam os seus filhos. Meu pai me provocou à ira quando eu tinha apenas dois anos. Fiquei irado, e por muitos anos fui perseguido por este demônio de ira que entrou em mim.

Um pai tem duas obrigações para com seus filhos. A primeira é comunicação. A segunda é educação. Se as vias de comunicação não permanecerem abertas entre o pai e seu filho, a educação deste filho será impossível. Não é suficiente o pai dar instrução. O filho precisa estar disposto a recebê-la. É por isto que o pai não pode provocar seus filhos à ira.

A fim de evitar as atitudes negativas de rebelião e desânimo nos seus filhos, um pai precisa dar tempo e atenção a cada filho individualmente. Cada criança precisa ser amada e cultivada na sua personalidade individualmente. Não existem duas crianças iguais. Uma disciplina que beneficiará uma criança poderá oprimir a outra. É responsabilidade do pai descobrir e pesquisar a personalidade de cada um de seus filhos, a fim de produzir nela, não o pior e sim o melhor.

Não os provoqueis à ira, à amargura, ou à queixa, mas ao amor e às boas obras. Criai vossos filhos na educação e admoestação do Senhor.

DESOBEDIÊNCIA DOS PAIS

Quando os pais falham nas suas responsabilidades ordenadas por Deus resulta a maldição. No capítulo 28 de Deuteronômio, encontramos todas as maldições que viriam sobre Israel como conseqüência da sua desobediência à Palavra do Senhor. Uma destas maldições se refere à família. Está no versículo 41, e se aplica perfeitamente à situação nos lares hoje:

“Filhos e filhas gerarás, porém não te pertencerão (ou terás prazer neles); porque irão em cativeiro.”

Quão poucos pais têm prazer nos seus filhos hoje! Eu poderia contar poucos que eu conheço que realmente têm prazer nos filhos. Por que isto acontece?

Por que quase uma geração inteira de jovens tem entrado no cativeiro do ocultismo, das drogas e do sexo? Porque seus pais falharam. Não existem jovens delinqüentes. Só existem pais delinqüentes!

Cada vez que encontro crianças necessitadas de libertação, eu digo: “Filho problema significa pai-problema!” Até hoje nunca fui enganado. Uma vez numa conferência, eu fui convidado a dirigir uma reunião de libertação para crianças. Exigi que os pais das crianças estivessem presentes na reunião também. Sabe o que aconteceu no fim da reunião? Estávamos orando pela libertação dos pais!

Os problemas de crianças não se originam com elas. Começam com os próprios pais. O maior fator responsável pela abertura de crianças a ataques demoníacos é a desarmonia entre seus pais. Eu estou plenamente certo de que em qualquer lar onde houver desarmonia entre os pais, os filhos serão automaticamente expostos a ataques de demônios.

Geralmente eles não possuem defesas suficientes para resistir a estes ataques. Onde fica a responsabilidade? Sobre os pais.

No livro do profeta Oséias, Deus revela seu julgamento sobre a obstinação e desobediência do povo de Israel. É uma descrição do povo de Deus hoje. As responsabilidades ordenadas por Deus têm sido abandonadas. “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento” (Os 4:6). Este é o problema-chave. É a raiz do cativeiro, escravidão, destruição e opressão que existem entre o povo de Deus. É a falta de conhecimento da Palavra de Deus. O versículo continua: “Porquanto rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.”

Ninguém pode ser sacerdote aos olhos de Deus quando rejeita o próprio conhecimento de Deus! Este é o requisito de Deus para o sacerdócio: que um homem seja instruído na Palavra. Malaquias 2:7 mostra a função de um sacerdote em guardar e interpretar a lei de Deus. É da boca dos sacerdotes que os homens devem buscar a instrução e a lei. Esta é a função do pai na sua própria casa. Que acontece se ele não instruir a sua família na lei do Senhor?

O fim do versículo diz: Deus vai se esquecer dos seus filhos. Por que há tantos jovens e crianças hoje, aparentemente esquecidos por Deus? Porque seus pais, e principalmente o pai, têm se esquecido da lei do Senhor. A situação do mundo hoje é uma confirmação evidente e clara de que Deus não estava brincando quando disse estas palavras em Oséias.

RESTAURAÇÃO DOS PAIS

No último livro do Velho Testamento, numa profecia que nos leva até o fim desta época, imediatamente antes do grande julgamento de Deus, Malaquias diz: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha e fira a terra com maldição” (Ml 4:5,6).

Para que Elias precisa vir? O que ele vai fazer? Qual será a grande necessidade da situação social e religiosa que será encontrada ao findar este século?

Relacionamentos errados na família. Pais e filhos fora do seu relacionamento correto. E Deus está dizendo que a única coisa que o impedirá de ferir a terra com uma maldição será a conversão dos pais aos filhos e dos filhos para os pais.

Mas para isto Deus há de levantar um ministério que faça justamente isto. Converterá os corações dos pais a seus filhos, e o coração dos filhos a seus pais. Note que há uma ordem imposta aqui. Os pais se tornarão a seus filhos primeiro. Reconciliação e restauração nos lares se iniciarão com os pais. Esta é a mensagem do Espírito de Deus para nós hoje. Se os pais se voltarem a seus filhos, certamente os filhos se tornarão a seus pais.

Esta não é uma mensagem de condenação. Deus tem na sua Palavra maravilhosas promessas para aqueles que cumprirem as suas condições, que se arrependerem dos seus caminhos, e que voltarem a Deus, sujeitando-se a ele, e aceitando suas responsabilidades de pais. Leiamos duas destas promessas. “Acaso tirar-se-ia a presa ao valente? ou serão libertados os cativos de um tirano?

“Mas assim diz o Senhor: Certamente os cativos serão tirados ao valente, e a presa do tirano será libertada; porque eu contenderei com os que contendem contigo, e os teus filhos eu salvarei” (Is 49:24,25).

O julgamento de Deuteronômio 28 já fora cumprido. Os filhos já tinham sido levados ao cativeiro. Eles é que eram as presas do valente, justamente porque a lei tinha sido esquecida. Mas Deus está prometendo salvar estes filhos. Pais, firmem-se nesta promessa.

Se vocês voltarem a Deus, se arrependerem, e se sujeitarem a Deus, ele mesmo há de tomar os seus filhos forçosamente da mão dos valentes, e os livrar.

Ainda em Isaías 59:20,21: “E virá um Redentor a Sião e aos que em Jacó se desviarem da transgressão, diz o Senhor. Quanto a mim, este é o meu pacto com eles, diz o Senhor: o meu Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca, nem da boca dos teus filhos, nem da boca dos filhos dos teus filhos... para todo o sempre.”

Esta é uma promessa da restauração dos últimos dias, e da volta do povo de Deus quando vier o libertador de Sião. Deus está formando uma aliança com aqueles que se arrependerem e se voltarem das suas transgressões. Ele está prometendo nunca mais retirar seu Espírito da boca dos filhos e das futuras gerações daqueles que voltam ao Senhor.

A Palavra de Deus não é de condenação. Se você, pai, tomar a sua posição como homem, abaixo de Deus, como chefe da sua casa, Deus mesmo se encontrará com você e com toda a sua casa. E juntos entrarão na provisão de Deus preparada para a família!

Fonte: Esta mensagem foi traduzida do original em inglês, intitulado “Fatherhood”.
Direitos autorais pertencem a: NEW WINE Magazine.
Copyright em abril, maio e junho de 1974.


quinta-feira, 14 de julho de 2016

ARREPENDIMENTO GENUÍNO.

Salmos 51:1-11
1-Ao regente do coro. Salmo de Davi, quando o profeta Natã o confrontou, depois de haver ele cometido adultério com Bate-Seba. Tem piedade de mim, ó Deus, segundo a tua misericórdia; conforme a tua grande clemência, apaga minhas transgressões!
2-Lava-me de toda a minha culpa e purifica-me do meu pecado.
3-Pois no meu íntimo reconheço as minhas transgressões, e trago sempre presente o horror do meu pecado.
4-Pequei contra ti, contra ti somente, e pratiquei o mal que tanto reprovas. Portanto, justa é a tua sentença, e incontestável, ao julgar-me condenado.
5-Reconheço que sou pecador desde o meu nascimento. Sim, desde que me concebeu minha mãe.
6-Sei que tu queres estabelecer a verdade no meu interior; e no meu coração ministras a tua sabedoria.
7-Portanto, purifica-me com hissopo e ficarei limpo; lava-me, e mais branco do que a neve serei.
8-Faze-me voltar a ouvir júbilo e alegria, e os ossos que esmagaste exultarão.
9-Esconde o rosto do meu pecado e apaga todas as minhas iniquidades.
10-Ó Deus meu! Cria em mim um coração puro, e renova dentro de mim um espírito inabalável.
11-Não me afastes da tua presença, nem tires de mim teu Santo Espírito!
12-Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito disposto a obedecer.
13-Então ensinarei os teus caminhos aos transgressores, para que os pecadores se voltem também para ti.
14-Salva-me do pecado de sangue derramado, ó Eterno, Deus da minha salvação, para que minha língua seja livre para cantar exaltando a tua justiça.

Davi foi o homem segundo o coração do Senhor, mesmo depois de ter adulterado, e assassinado um homem inocente e temente a Deus.

Mas reparem a postura de Davi no vrs 4, depois de ter sido confrontado pelo profeta Natã, ele não se escondeu atrás de seu titulo, mas se humilhou e aceitou o mal que viria sobre ele por consequência de seu erro, declarando ser justa a sentença do Eterno.

Outro ponto que chama atenção e que sua preocupação não era as perdas materiais que teria pelo seu erro, mas sim em conquistar novamente a confiança do Deus que tanto amava, repare que no vrs 11, sua preocupação era com a intimidade perdida.

Outro ponto e que ele entendeu que seu erro seria um exemplo para outros para que voltassem ao Senhor com genuíno arrependimento.

Hoje infelizmente deixamos de temer ao Senhor e achamos que os pecados cometidos pelos escolhidos do Senhor, não influenciara o destino de uma casa, família ou nação, mas aprendemos com Davi que pecado e perdoado, mas a consequências são inevitáveis, e se queremos ser restituídos como autoridade do reino, será necessário admitir assim como Davi, que tudo que ocorrer decorrente ao nosso erro e justo, a punição e justa, as percas são justas, o castigo e justo.

O Eterno vai restituir nesses dias a autoridade perdida pela igreja nessa nação, mas vamos ter que entender que o que esta por vir e justo, e aceitar o castigo proposto pelo Eterno, e voltar a amar mais o Eterno e sua presença do que os benefícios que Ele tem nos dado.

Estamos no final de um Jubileu, ano que o Senhor vai trazer restituição a terra, alguns governos vão cair outros serão levantados. A uma promessa sobre nossa nação que uma igreja genuína se levantaria e alcançaria as nações, creio que esse tempo chegou.

O shofar já tocou um ajuntamento de remanescentes esta por acontecer um grande avivamento está por ocorrer, que a igreja brasileira entenda que o Pai amoroso trará restituição sobre o Brasil, mas se vai haver julgamento para que após aja restituição de autoridade, vai começar pela igreja, não pelo mundo.

Que o Senhor tenha misericórdia de nossas vidas e que nos restitua para avançarmos e o representar de forma digna.


João Campos.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

O EVANGELHO DO REINO.

“Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” Mateus 4.17.

Existem dois tipos de pregação trazidos por Jesus aos homens o da graça para trazer pecadores ao arrependimento e o do reino para restabelecer a autoridade perdida no Éden.

Mas o reino era a verdadeira pregação de Jesus, Ele pregava o reino e tudo o que o reino poderia produzir nas pessoas.

O reino de Deus não é visível, mas é real e pode e deve ser manifestado em nós. Em primeiro lugar é necessário arrependimento para que o reino se manifeste como registrado no versículo acima.

Precisamos entender que o  reino de Deus não é deste mundo, e que as leis do reino não podem ser compreendidas ou cumpridas pela inteligência humana, precisamos da mente de Cristo, precisamos do Espirito Santo.

“Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui.” João 18.36.

O reino de Deus é uma estratégia para restaurar o que se havia perdido. Ele veio restaurar todas as coisas e dar acesso ao plano original e a comunhão com Ele. O reino é um sistema de governo, é poderoso. Todas as coisas estão sob seu domínio e o processo de restauração se inicia nas nossas vidas a partir do momento em que o reino é estabelecido.

O Espírito Santo conhece o desenho original de todas as coisas por que perscruta as profundezas de Deus. Quando Ele paira sobre uma família, Ele já sabe o destino profético desta família, pois está dentro Dele tudo que será realizado sobre esta família, tudo o que cada membro viverá em Cristo.
O reino de Deus é um sistema de autoridade, governo, proteção, restauração e cura.

“Percorria Jesus toda Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo”. Mateus 4.23.

Com Jesus, vem à cura e restauração do governo de Deus nas nossas vidas. É também herança para nós: “Assim como o Pai vos confiou um reino, eu vo-lo confio”. Lucas 22.29.

 Porém em Mateus 6.13 lemos: “Teu é o reino, o poder a glória para sempre”.  Primeiro vem o reino, depois o poder e a glória.

Não podemos ter nada fora do reino. A partir do momento em que tenho encontro com Cristo, consequentemente aparece fruto de arrependimento e o reino se manifesta, e depois em segundo lugar vem o poder de Deus para prosseguirmos, para guerrearmos, ganharmos vidas, expandir o reino, lutar pela casa, família e nação.

Como o reino opera? Com ordem, estratégia e fundamento.

“… Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus a pedra angular. “Efésios 2:20

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Efésios 4:11

“Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;” Efésios 4:12

“Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, Efésios 4:13

“Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Efésios 4:14

Este texto de Efésios nos ensina que há cinco ministérios. Jesus opera e flui em cinco unções liberando para sua igreja a base para edificação e crescimento da mesma.

Hoje a muita discussão sobre se ainda existem apóstolos e profetas nas igrejas? A resposta e qual o entendimento que temos sobre isso.

Há uma diferença dos 12 apóstolos do cordeiro que foram levantados por Jesus para o inicio da igreja, e os demais que foram levantados pelo Espirito Santo para continuarem a obra de Jesus na terra, apos os 12.

Através de Efésios entendemos que é uma vocação, um serviço dado por Jesus através do Espirito,  não um statos ou uma recompensa pelos serviços prestados ou pelo grande numero de membros, se negarmos o serviço ou a função de um apostolo nos dias de hoje também teremos que negar um serviço de um pastor, ou dos demais ministérios deixado por Cristo, quando fluímos em nossos ministérios, fluímos para Ele e através Dele, não e para nossa honra e para Dele, pelo menos deveria ser assim.

São elas a unção apostólica e a unção profética. Quando se fala de mover apostólico não se trata de uma pessoa ou somente de um apóstolo ou de um profeta, mas de Jesus onde contém Nele todas as coisas, a base para fundamentar nossas vidas.

Ele opera em todas as unções compartilhando e multiplicando com seus discípulos. Esta unção está espalhada pela sua igreja. Poderemos ser edifício poderoso, bem estruturado, habitação de Deus, se Jesus for nossa base e pedra angular.

 Não podemos de forma alguma rejeitar esse alicerce, temos que permitir o trabalhar do reino de Deus em nossas vidas e em todas as áreas.

Um bom evangelismo pode ser totalmente fragilizado, abalável, suscetível se não tem base, ou seja, a unção apostólica e profética de Jesus fluindo em seu ministério, muitas vezes tem a prática da evangelização, mas não tem compaixão verdadeira, não tem quebrantamento, uma palavra revelada. Um bom mestre pode estar ensinando só letra se não tiver base e fundamento.

Podemos analisar as características e diferenças das duas unções:

A unção apostólica nos faz sentir a paternidade e o amor de Deus, nos dando direção e senso de propósito. É o governo de Deus nas nossas vidas, temos autoridade. O Espírito fala no nosso espírito, nos impulsiona ao nosso destino.

A unção apostólica mexe com a igreja para que ela exerça seu máximo potencial para glória Dele, use seus talentos com a finalidade de ajudar uns aos outros, nos leva ao movimento espiritual dos céus, pois o reino é movimento.

 Todos têm acesso, todos podem e devem ser ministros de Deus, não fragmentado, pois somos seres espirituais, imagem e semelhança de Deus e Ele é Espírito. Todos, em Cristo ou não nasceram com um propósito que só poderá ser realizado, quando estamos inseridos no reino e temos consciência desta realidade.

A unção profética nos quebranta, nos faz perder a postura formal que muitas vezes lutamos para manter, nos faz estar na presença gloriosa Dele e darmos gritos, bradarmos, pularmos. Leva-nos a adorar ao Senhor em todo tempo, sermos extravagantes. Também nos revela o pecado, nos livra de andarmos no engano, quebra toda insensibilidade das nossas vidas, propõe libertação, quebra de todo altar de Baal e Jezabel que possa existir na vida da igreja.  

O reino entra para romper com a catividade do pecado e os céus se alegram, faz com que desça óleo do Cabeça nos lavando ,nos curando, nos levantando como um guerreiro para a batalha espiritual e para lutar por Israel (Igreja) e pela restauração de nossas famílias. Trazemos para a terra a vontade do Senhor nos céus. Atuamos de forma profética nesta terra para nos edificar e edificarmos.

Cristo trouxe o reino para a terra e este reino é edificado por um fundamento, a unção apostólica e a unção profética. Não guarde o conhecimento para si, se movimente, flua, gere fruto.

Devemos colocar Jesus como fundamento total das nossas vidas, permitir que Ele abale toda estrutura religiosa. Não chegaremos ao nosso ministério ou a nossa posição se não houver fundamento. Não temos o que temer. O reino crescerá em nossa vida e demonstrará o poder de Deus.

Dele é o reino, o poder e a glória. Dependemos do Senhor, do seu governo, da sua unção em nós. E nada poderá impedir os desígnios de Deus de se cumprir.

“ Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; Mateus 6:9-10


Artigo compilado, por João Campos

 Fonte : Profeta Martha Faria