sexta-feira, 26 de junho de 2015

SUFOCANDO A PALAVRA



Vamos falar sobre “atos do coração”, atitudes e ações que podem causar o afastamento do nosso primeiro amor por Jesus Cristo.
Vamos observar as palavras do próprio Jesus em Lucas 8, onde Ele conta uma história que usa o conhecido para explicar o desconhecido. Nos dias de Jesus a semeadura era feita manualmente. O fazendeiro colocava suas sementes numa bolsa e a pendurava no pescoço de um burro. Ele levava o burro para a área em que ia plantar, enfiava a mão na bolsa cheia de sementes e as lançava na terra. 

As sementes caíam por todas as partes. A ideia era saturar a terra com sementes para que o semeador tivesse pelo menos algumas sementes fecundadas. Este é basicamente o quadro que Jesus está tentando pintar na mente das pessoas. Ele disse que o semeador saiu para semear as suas sementes, as quais caíram em quatro tipos de solos diferentes.

Os solos

 

Uma parte das sementes caiu ao lado da estrada, onde “foi pisada, e as aves do céu a comeram” (v. 5). A semente nem conseguiu germinar. Ela caiu dentre os dedos do semeador. Ele pisou nela e ela ficou presa em sua sandália. Quando ele andou um pouco mais, a semente caiu de suas sandálias. Os pássaros a viram, e a comeram.
Outras sementes caíram em solo rochoso (v. 6). Este solo era raso, cheio de pedras e rochas. Como resultado, a semente cresceu, mas acabou secando porque não havia umidade. Ela não conseguiu aprofundar suas raízes para sugar a umidade do solo a fim de desenvolver-se. O solo não podia sustentar a vida daquela semente.
Jesus continuou: “outra caiu entre espinhos e, crescendo com ela os espinhos, a sufocaram” (v. 7). Evidentemente os espinhos cresceram mais rápido e eram mais fortes que a planta, e havia tantos espinhos que sufocaram a planta até que ela morresse.
Finalmente Jesus disse que “outra caiu em boa terra e, nascida, produziu fruto, a cento por um” (v. 8). Este solo tinha o equilíbrio correto. Ele era rico em nutrientes e produziu o resultado desejado.
Jesus terminou a parábola com o seguinte desafio; “quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (v. 8).
O Senhor sabe que temos dois ouvidos, mas também sabe que é possível tê-los e, ainda assim, não conseguir ouvir. O que Ele está dizendo é: “Preste bem atenção! ”. Quando um professor diz isso numa sala de aula, você sabe exatamente o que ele está querendo dizer. Ele está alertando: “E melhor você ter certeza de que está entendendo o que acabei de explicar, porque terá de responder isso na próxima prova”.

A questão

 

Qual a melhor coisa a fazer se você não entendeu o que o professor acabou de explicar? Você deve levantar a mão e pedir para ele explicar novamente. Foi o que os discípulos fizeram no v. 9: “Os seus discípulos perguntaram o que ele queria dizer com essa parábola”.
Em outras palavras, eles estavam dizendo: “Jesus, não entendemos o que você está falando. Um semeador saiu para semear. Entendemos isso, mas qual a lição para nós? ”. Jesus fez uma declaração espetacular antes de explicar o significado da parábola:
Ele lhes disse: A vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros fala-se por parábolas, para que, vendo, não vejam e, ouvindo, não entendam (v. 10).
A multidão gostava de ouvir Jesus, mas ninguém nunca se aproximava para fazer a pergunta mais importante: “Jesus, o que o Senhor quer dizer? ”. As pessoas estavam satisfeitas somente com a informação, e não se importavam com a compreensão. Existe um princípio importante aqui: sua habilidade em perceber as verdades divinas está relacionada com o quanto você quer conhece-las. Se você está satisfeito com uma história aqui e outra ali, se lhe bastam sentimentos e experiências emocionais, você não vai compreender totalmente o que Deus tem para você em sua Palavra.
Isso é o que estava acontecendo nessa passagem. As pessoas gostavam de ouvir Jesus pregar, mas a maioria não amava ao Senhor, pelo menos não da maneira à qual estamo-nos referindo neste livro. Uma vez que Jesus não era o seu primeiro amor, sua Palavra não era a preocupação principal da multidão. Não basta ouvir um bom pregador, nem mesmo se for Jesus em pessoa. Nós precisamos ir além e perguntar: “Jesus, o que o Senhor quer dizer com isso? ”. Vamos começar a fazer isso agora.

A DIFICULDADE EM RESPONDER

 

Jesus começou a responder aos seus discípulos explicando a parábola:
Esta é a parábola: A semente é a palavra de Deus. Os que estão à beira do caminho são os que ouvem; depois vem o diabo, e tira-lhes do coração a palavra, para que não se salvem, crendo (w. 11,12).
Jesus disse que a primeira resposta à Palavra é ilustrada pela semente que caiu na beira da estrada. Ela nunca se enraizou no coração do indivíduo. Ela somente estava lá, jogada no caminho. O diabo, representado pelo pássaro que a tomou, veio e retirou a palavra do coração do indivíduo. Essa pessoa não pode deixar o seu primeiro amor por Cristo porque, na verdade, nunca o amou.

UMA RESPOSTA SUPERFICIAL

 

A próxima semente caiu num solo rochoso (v. 13), o solo superficial com pedras. Estes são aqueles que ouvem a palavra com alegria. Quando a Bíblia usa esta terminologia, sempre se refere à salvação (veja 1 Tessalonicenses 1:6 e Atos 17:11).
Nesse versículo Jesus não está mais falando de não-crentes. Ele agora está discorrendo sobre as maneiras diferentes pelas quais os cristãos respondem à Palavra. Estas pessoas a recebem com alegria, ou seja, são salvas. “Mas como não têm raiz, apenas creem por algum tempo, e na hora da provação se desviam”
(v. 13).
Estes são os crentes que verdadeiramente são salvos, mas que nunca desenvolvem sua fé. Eles permanecem espiritualmente fracos, como bebês na fé. Nunca se aprofundam nas coisas de Deus. Quando os problemas vêm e as provações os afetam, eles se afastam. Imediatamente negam o compromisso que fizeram de andar com Deus.

Não culpem a semente

 

Vamos deixar uma coisa bem clara. O que acontece não tem nada que ver com a semente. A Bíblia é suficientemente completa. Ela fala de si mesma:
“Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hebreus 4:12).
Portanto, a semente não possui deficiência. A Palavra de Deus é suficiente para erguer sua vida e tomá-la uma colheita de vitalidade espiritual, vitória, poder e tenacidade. Tiago nos exorta: “ ...recebei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas” (Tiago 1:21).
Jesus está dizendo que, ao receber a semente de sua Palavra, você tem tudo de que precisa para se tomar o que Deus quer que você seja. Mas o primeiro exemplo deste texto deixa claro que alguns cristãos não permitem que a semente crie raízes. A Palavra não se aprofunda no solo de seus corações.

Suas respostas às tribulações

 

Note que eu não disse que Deus envia as adversidades para que Ele possa saber se você é espiritual ou não. Ele já sabe o que você vai fazer. As provações acontecem para o seu benefício, para que você saiba se os seus “améns” na igreja são tão reais quanto você pensava que fossem quando os pronunciou.
Como ocorre no relacionamento conjugal, seu compromisso para com seu casamento não pode ser testado na lua-de-mel. E muito cedo. Ainda não houve tempo suficiente para que as coisas acontecessem.
Jesus disse que as pessoas sem raízes profundas tendem a cair quando as coisas apertam (Lucas 8:13). Em vez de cavarem mais fundo nas coisas de Deus para descobrirem como podem lidar com a tribulação e superar o problema, elas querem fugir da situação. Não querem ser identificadas como pertencentes a Cristo. O amor dessas pessoas por Jesus fica seriamente comprometido.
  E por isso que Paulo disse a seu pretenso companheiro de viagem João
Marcos: “Você não pode mais ir comigo porque abandonou o trabalho. Estou aqui arriscando minha vida e você vai acabar me deixando numa situação difícil. Você não pode vir comigo” (veja Atos 15:37-40).
Paulo estava dizendo que as raízes de Marcos não eram suficientemente profundas. Elas estavam no tipo errado de solo. Seu coração não estava totalmente compromissado com o Senhor. Ainda bem que, no caso de Marcos, houve uma segunda chance com Barnabé e ele se tornou um bom discípulo.

Você deve aprofundar-se

 

A salvação é gratuita, mas o discipulado é caro. Você pode ir para o céu sem nenhum esforço, por meio da cruz de Cristo. Mas é muito caro trazer o céu até você. Deus já lhe deu, sem nenhum custo, a vida eterna. Mas fazer com que a vida eterna esteja operando em sua vida exige um preço alto de amor e compromisso.
A diferença entre um cristão vitorioso e um cristão derrotado é que um permitiu que a raiz da Palavra fosse mais profunda dentro do solo de sua vida, enquanto o outro está vivendo com raízes superficiais e recusando-se a aprofunda-las. Deus não possui filhos prediletos. Ele está disponível para dar a todos o mesmo nível de vitória.
A única maneira de alcançar raízes mais profundas é ter o conhecimento e a aplicação da Palavra. Com uma pergunta já posso sinalizar se você tem ou não raízes profundas. Por acaso a única hora em que você pega a Bíblia é para ir à igreja no domingo?
Com certeza elas virão, como Jesus mesmo disse no v. 13. Ele falou sobre isso como um fato consumado, o que não significa que o cristão espiritual passe por tribulações e o cristão carnal as enfrente. Se você é crente, tem tribulações. O problema não é ter ou não tribulações. A sua resposta à Palavra de Deus é que determina se você sairá delas vitorioso ou derrotado.
Nenhum cristão pode viver permanentemente sendo derrotado. É verdade que você terá problemas e sofrerá reveses, mas, se você está sempre levando surra do mundo, da carne e do diabo, talvez o seu solo seja a raiz do problema. Um terreno rochoso não permite o aprofundamento das raízes.

Um firme alicerce

 

  Um crescimento permanente vem somente da aplicação da Palavra de Deus. Você não pode, contudo, aplicar aquilo que não conhece. Por isso Jesus nos disse: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Lucas 8:8). A semente da Palavra de Deus está sendo espalhada, mas nem todos a recebem da mesma forma. Algumas pessoas a ignoram e pisam nela. Outros a recebem e deixam que ela cresça até certo ponto. Mas logo vêm os problemas e elas caem, porque as raízes não são profundas.
Você deve aprofundar-se antes que sobrevenham as tribulações. Quando os problemas chegam, já é tarde para aprofundar as raízes. Se você quer ser capaz de enfrentar as dificuldades da vida, deve primeiramente construir um alicerce forte.
Os alicerces não são bonitos. Qual foi a última vez em que você saiu em busca de alicerces? Você não sai por aí procurando um alicerce, você procura a casa pronta. Seu desejo é o de ver a casa, as janelas, o tamanho, o acabamento e os quartos.
Tudo isso não vale nada se o alicerce for feito sobre a areia. Uma casa, assim como você, precisa possuir uma base sólida. Você pode construir o que quiser sobre uma base firme. Os cristãos que são feitos de solo rochoso necessitam de raízes profundas e de um alicerce forte.

ESCOLHENDO O MUNDO EM VEZ DA PALAVRA

 

Em Lucas 8:14, Jesus começou a explicar aos seus discípulos o terceiro tipo de solo descrito em sua parábola:
A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, com o passar dos dias, são sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida, e seus frutos não chegam a amadurecer.
As pessoas às quais Jesus está-se referindo agora são um pouco mais maduras, são como adolescentes. Mas, ainda assim, suas atitudes em relação à Palavra de Deus são inadequadas.
Nós sabemos que eles cresceram um pouco porque deram algum fruto. O problema é que o fruto não amadureceu.
Este é o problema com as pessoas que Jesus descreveu no v. 14. Elas estavam produzindo algum fruto, mas eles não amadureceram. A razão deste crescimento entravado, segundo Jesus, é que estes cristãos estavam sendo sufocados.

Sufocando a si mesmo

 

Alguns cristãos não sabem administrar as suas prioridades. A vida espiritual deles está sempre embaraçada com coisas estranhas a ela.
Jesus está falando que o que pode sufocar um cristão são os cuidados, riquezas e deleites da vida. Você sabia que, quando permite que as riquezas, diversões e preocupações tomem-se o centro de sua vida, está cometendo suicídio espiritual? Jesus disse que isso “sufoca você”!
Muitos crentes estão sendo asfixiados espiritualmente. Eles dizem: “Não consigo respirar; sou um miserável e vivo constantemente deprimido; não consigo ter alegria na minha vida! ”. Isto ocorre porque todas as vezes que Deus tenta enviar algum ar fresco espiritual, o ar fica preso porque o crente está muito enraizado nas coisas deste mundo. Suas preocupações são o dinheiro e os prazeres. Como resultado disso, a bênção de Deus também é sufocada.

Não há nada de mal em tentar ser bem-sucedido. Jesus não está condenando todas as coisas que fazem nossa vida mais agradável.
O problema é que nós podemos ficar sufocados por essas preocupações. Isto acontece quando elas se tomam tão dominantes que nos agarram pelo pescoço e cortam o ar, tirando o nosso fôlego espiritual.

Os cuidados da vida

 

Este ponto é crucial em relação ao nosso amor por Cristo. Ouvi alguém dizer que o amor se soletra assim: T-E-M-P-O. Creio que isto seja verdade. Um homem não pode dizer a uma mulher que a ama e não passar tempo com ela, não descobrir as coisas que ela gosta, sobre o que ela pensa e como ele pode ir ao encontro de suas necessidades e satisfazer os seus desejos.
Não é de admirar que a Bíblia chame de adultério o fato de um crente apaixonar-se pelo mundo. Jesus Cristo deve ser o primeiro amor em nossos corações. A vida cristã é um caso amoroso com Jesus.
Jesus disse em Mateus 6:33: “Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Frequentemente queremos inverter este quadro: “Mas buscai primeiro estas coisas, e o reino de Deus vos será acrescentado”!
Todas as vezes que você escolhe colocar as questões desta vida à frente das perspectivas do reino, toda vez que o governo deste mundo (a palavra grega para reino significa regime ou autoridade) toma-se mais importante do que a autoridade do reino de Deus, você está sufocando sua vida espiritual.
Deixe-me sugerir algumas diretrizes bíblicas. Em 1 Timóteo 6:6, Paulo diz: “E grande fonte de lucro a piedade com o contentamento”.

Praticando a piedade

 

Se você não está sendo santo e praticando a piedade, não está servindo ao reino. Se você não está servindo ao reino, então Deus está contra você e você está morrendo sufocado. O primeiro teste é este: você está comprometendo a sua vida espiritual para alcançar determinados objetivos?

Experimentando o contentamento


O segundo teste de Paulo é este: você está contente onde está, mesmo que onde esteja não seja onde gostaria de estar? Você pode querer sempre fazer o seu melhor e possuir grandes alvos. Não há nada de errado nisso. Porém um compromisso com o Senhor significa que a sua alegria como filho de Deus, a sua paz de coração e mente e a sua felicidade estão intactas, não importando as circunstâncias em que você se encontre. Isto significa que você está em paz por dentro, enquanto espera que Deus faça a mudança no mundo exterior.
 Uma pessoa que está verdadeiramente contente pode dirigir um Audi
A4. Ouvi alguém dizer: “Eu também estaria contente se tivesse um A4”. Mas se esta pessoa perder o Audi e tiver de dirigir um Fusca, para ela vai estar tudo bem, porque em todos os casos ela ainda possui um meio de transporte.
Uma pessoa contente com o que tem pode ter uma casa grande. Mas se ela perde o seu trabalho e tem de se mudar para um apartamento pequeno, ela suporta bem isso, porque ainda tem um teto para morar.
Alguém que possui o contentamento de Deus pode agradecer a Ele pelo filé mignon ou por um simples ovo frito, porque ela tem alguma coisa para comer e sabe que foi Deus quem supriu suas necessidades.
Um cristão espiritual tem esta atitude porque está sob a direção de Deus. Ele quer sempre fazer o melhor. Ele não permite que a sua vida seja destruída pelas circunstâncias deste mundo. Você não pode escapar das palavras de Paulo. Ele disse que Deus nos dá contentamento mesmo quando as circunstâncias não nos agradam.

TRÊS COISAS QUE NOS SUFOCAM

 

Cuidados

 

A primeira é o cuidado ou as preocupações deste mundo. Você sabia que a preocupação é um pecado? Nenhum cristão deve dizer: “Todo mundo se preocupa”.
Esta declaração é irrelevante, porque nem todas as pessoas são cristãs e nem todos os cristãos são espirituais. Paulo diz em Filipenses 4:6: “Não andeis ansiosos por coisa alguma”. Não se preocupe e nunca permita que nada domine a sua mente de maneira tal que você já não consiga mais controlar-se.
Você diz: “Não posso controlar o que está controlando a minha mente”. Claro que pode, porque Filipenses 4:6 continua dizendo: “ ..., mas em tudo, pela oração e pela súplica, com ações de graças, sejam as vossas petições conhecidas diante de Deus”. E o versículo 7 adiciona esta promessa: “e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus”.
A palavra guardar significa “vigiar, colocar uma proteção ao redor de sua mente”, para que quando a preocupação ou algum outro problema aparecer, os soldados que montam a guarda em sua mente possam removê-la. Se você orar, em vez de se preocupar, Deus montará um escudo ao redor de sua mente.

 

Riquezas

 

A segunda coisa que Jesus menciona são as riquezas. Quando seu amor pelo dinheiro — não é o fato de ter dinheiro em si — suplanta o seu amor por Deus, você está-se afogando em sua carteira.
Como é que você sabe que ama o dinheiro mais do que ama a Deus? Quando você precisa escolher entre o dinheiro e Deus, quem ganha? Jesus disse que você sabe o que ama observando os seus investimentos (Mateus 6:19-21).
Quais são os seus investimentos espirituais? O que você dá ao reino de Deus e quais são as coisas que compra para si mesmo? Quanto dinheiro você está disposto a perder para não comprometer os seus valores espirituais? Este é o xis da questão.

Prazeres

 

Jesus disse que o prazer tem a capacidade de sufocar o relacionamento com a sua Palavra. Não preciso dizer a vocês que a cultura do final do século XX é direcionada para o prazer. Temos a televisão e o videocassete. Não queremos perder ou renunciar a nenhum dos prazeres da vida.
 Mas se você está assistindo tanto à televisão que não consegue abrir a
Bíblia e se colocar de joelhos para orar, se você está tendo tanta diversão com seus amigos que não consegue falar sobre assuntos espirituais, se você faz piada com tudo, mas nunca fala de Cristo, e se a Bíblia e as coisas de Cristo deixam você envergonhado em seu convívio social, há alguma coisa errada com seu tipo de diversão.

O BOM SOLO

 

Você não fica contente por Jesus ter mais uma classe de pessoas e mais um tipo de solo a respeito dos quais falar? Leia Lucas 8:15: “A que caiu em boa terra são os que, ouvindo a palavra, a retêm num coração honesto e bom, e dão fruto com perseverança”.
Estes são os cristãos que dão frutos abundantes e permanentes. A característica dos frutos sempre reflete o caráter da árvore.
Quando você está-se relacionando apropriadamente com a Palavra de Deus e o seu amor por Cristo está no lugar devido, você vai agir, falar e pensar como Cristo, pois Ele é a videira à qual estamos ligados João 15:1-5). Você vai ser um espelho de seu caráter.
Sabemos também que os frutos existem para beneficiar outras pessoas. Uma árvore nunca se alimenta de seus próprios frutos. Você nunca viu uma laranjeira chupando laranjas. As laranjas não são produzidas para o benefício próprio da laranjeira.
Uma forma pela qual você pode avaliar seu crescimento espiritual é se outras pessoas querem dar uma mordida na sua vida. As pessoas dizem: “Quero ser como você... como pode me ajudar a ser um crente como você é? ”. Em Mateus 13:8 Jesus diz que o fruto dos cristãos iria multiplicar-se trinta, sessenta e até cem vezes mais. Isto significa que o benefício que você trará para outras pessoas será permanente e constante.

Trechos do livro de Tony Evans de volta ao primeiro amor

domingo, 21 de junho de 2015

O CANCER DA CARNALIDADE




Jesus trata esse assunto para um grupo de crentes na igreja em Efeso (Apocalipse 2:4).
Vivendo num mundo imperfeito, e isso facilita a inversão da ordem de nossas prioridades. Geralmente erramos quando colocamos nossos olhos e corações em algo além de Cristo. Isto se chama deixar o primeiro amor, e só existe um remédio para isto: voltar a ele!

Mas, antes de retornar, você precisa saber onde está, descobrir onde errou e refazer o seu caminho. É possível que você abandou o seu primeiro amor, e a melhor coisa a fazer nesse caso é identificar as atitudes que o tiraram do caminho e lidar com elas. O primeiro desses “ladrões de amor” é a condição espiritual que o Novo Testamento chama de carnalidade.

Deus tem muitos filhos que não sabem a qual família pertencem. Eles estão tentando viver com Cristo e com o mundo ao mesmo tempo. Essa situação leva a orações sem respostas, fraqueza emocional e física, perda de paz, ausência de alegria e diversos tipos de enfermidades.

O que significa ser um crente carnal? De forma bem simples, a carnalidade é um estado espiritual em que o cristão nascido de novo consciente e persistentemente vive para si, e não para Cristo. Paulo explica este conceito de carnalidade em 1 Coríntios 3.
Primeiro vamos definir o que é um cristão carnal e um cristão de verdade. Quando eu digo cristão carnal, é exatamente isso o que quero dizer. Não estou falando sobre aqueles que não vieram a Cristo. Você não pode abandonar o seu primeiro amor por Jesus se nunca se relacionou verdadeiramente com Ele. Portanto, quando falo sobre um cristão carnal, tenho em mente um crente nascido de novo.

Muitas pessoas pensam que são cristãos carnais quando, na realidade, nem crentes são. Muitos pensam que são desviados, mas nunca estiveram realmente no caminho! Se você nunca confiou no Senhor Jesus Cristo como único e suficiente Salvador, então precisa nascer de novo (João 3:1-7). Você precisa arrepender-se de seus pecados e confiar o seu destino nas mãos de Jesus, que morreu na cruz pelos nossos pecados. A carnalidade não é um de seus problemas, se você não é crente.

Isso acontece porque os cristãos têm um relacionamento dual com Deus. Assim como existe a possibilidade de se estar legalmente casado sem desfrutar das relações íntimas do casamento, é também possível estar casado com Cristo sem desfrutar da comunhão que deve ser parte de nosso relacionamento com Ele.

Uma pessoa pode ser cristã e carnal ao mesmo tempo. Isto está claro na primeira carta de Paulo aos Coríntios, capítulo 3. Ele diz no versículo 1: “Eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo”.

As pessoas da Igreja de Corinto eram separadas para cumprir os propósitos de Deus. Eram salvas, santificadas e membros da família de Deus. Mesmo assim eram carnais, vivendo como se Cristo não fosse o alvo de seu amor, muito menos do seu primeiro amor.

Não é de admirar que, quando Salomão escreveu o livro de Eclesiastes, seu tema fosse o vazio da vida. Quando deixou o seu primeiro amor e entrou numa vida de carnalidade, Salomão só poderia falar sobre a falta de significado da vida fora de um relacionamento dinâmico com Deus, porque ele havia-se tornado um crente carnal.

O que precisamos entender é que ter sido salvo há dez anos não garante sua espiritualidade hoje. Deus lhe deu vida nova, mas você deve viver uma nova vida. E possível ter sido um campeão em sua vida espiritual ontem e ser um derrotado hoje. Ainda que vivamos numa caminhada dinâmica com Deus no dia-a-dia, é possível que sejamos reprovados. Salomão acertou no começo em buscar sabedoria mais do que prazeres carnais, mas depois fez uma escolha tola se casando com várias mulheres por interesse político e corrompeu sua fé, ele começou bem mas terminou mal.
Um cristão carnal é um cristão estagnado. Veja 1 Coríntios 3:2: “Com leite vos criei, e não com alimento sólido, pois ainda não estáveis prontos para isso. Com efeito, ainda agora não estais prontos”.

Eles ainda estão envolvidos com os mesmos velhos pecados e continuam agindo da mesma forma antiga. Recusam-se a pensar biblicamente e a se relacionar com Deus como Ele quer. Sentam-se nos mesmos bancos todos os domingos. Mas não conseguem superar coisas do passado.
O meio pelo qual desenvolvemos nossa habilidade de leitura é a prática. Não basta querer ler, ter esperança ou orar para receber o dom da leitura. Se você quiser aprender a ler, precisa praticar. Assim, se quiser tornar-se um cristão espiritual, o qual tem o seu primeiro amor como prioridade, deve fazer as coisas necessárias para crescer espiritualmente. Você não pode continuar estagnado.
Muitos de nós queremos dar tudo para Deus e nos esquecemos de que temos de dar para Ele o que é realmente necessário. Queremos dar para Deus um pouco disso e daquilo, mas nossos motores espirituais não vão pegar porque não estamos dando para Deus o que é necessário: uma vida compromissada, usando todo o nosso tempo para as coisas do Espírito.

Os carnais medem o sucesso de suas vidas espirituais pelo entretenimento que têm na igreja e não pelo ensino que recebem. Precisam sentir-se bem, mesmo que não estejam aprendendo nada. Querem que alguém lhes dê a Palavra na boca, pois não conseguem usar os talheres sozinhos.

Os cristãos carnais recusaram-se a aprender e aplicar a verdade de Deus. Esta atitude paralisa por completo o desenvolvimento espiritual.
O cristão carnal é aquele que tem sua mentalidade dirigida pelas coisas que não são do Espírito. Em 1 Coríntios 3:3, Paulo diz: “Ainda sois carnais. Pois havendo entre vós inveja e contendas, não sois carnais, e não andais segundo os homens?”.

Agora Paulo entra no cerne da questão. Os cristãos carnais desenvolveram uma mentalidade de desobediência. Isto significa que estão vivendo em pecado por vontade própria, sendo antes controlados pela velha criatura do que pela nova criatura na qual se transformaram.

Quando Deus nos salvou, Ele o fez para servimos a Cristo. Não podemos superar nossa carnalidade até que haja uma mudança de enfoque e nossa mentalidade se torne espiritual.
Para que possamos entender isso, devemos observar os quatro tipos de pessoas que Paulo menciona no texto, assim poderemos ver como um cristão carnal se encaixa nesse contexto.

A pessoa natural

 

A pessoa natural é o primeiro tipo descrito em 1 Coríntios 2:14: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, pois lhe parecem loucura, e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”.

Um cristão deve ser sobrenatural. Um não-cristão faz as coisas naturalmente. Sua mentalidade é de que qualquer coisa é aceitável simplesmente pelo fato de que todo o mundo a pratica, porque é “natural”.
A segunda marca dos homens e mulheres naturais é que as coisas espirituais lhes parecem tolices. Eles não recebem bem as coisas de Deus, pois não sabem o que fazer com elas. Não sabem como aplicar as coisas do Espírito em suas vidas.

Sendo assim, assuntos como “morte” e “vida eterna” não são muito importantes para as pessoas naturais. Elas falam sobre todas as coisas, menos as do Espírito. O homem natural pode entender de ciência, matemática e outras coisas, mas não pode entender e apreciar a realidade espiritual.

O não-crente não pode conectar-se com as coisas de Deus, não importando quanto prestígio ou títulos possua. Ele não tem acesso a Deus. Os não-crentes têm muito para mostrar ao mundo das coisas do mundo, mas não conseguem receber o sinal (revelação) das coisas espirituais porque não estão conectados a Deus.

A pessoa espiritual

 

O segundo tipo de pessoa que Paulo descreve está nos versículos 15 e 16 de 1 Coríntios 2: “Mas o que é espiritual discerne bem a tudo, e ele de ninguém é discernido. Pois quem conheceu a mente do Senhor, para que o possa instruir? Mas nós temos a mente de Cristo”.

Note a referência sobre a mente. A pessoa espiritual é um cristão maduro que pensa como Cristo pensa. A mente é a chave porque ela é o canal por meio do qual você coleta os dados que regem sua ação.
O cérebro é para o corpo o mesmo que a mente é para a alma. Assim, Paulo está dizendo que uma pessoa espiritual aprendeu a pensar os pensamentos de Deus. Ela alcançou um ponto onde conscientemente, mesmo que não seja sempre perfeita, analisa, avalia e examina a vida sob a perspectiva de Deus.

A maturidade, nos ensina que eu devo olhar para o futuro, em vez de olhar apenas para o momento. A pessoa espiritual analisa as coisas sob a perspectiva divina, não somente conforme as circunstâncias imediatas. Ela tem a habilidade de discernir os fatos. Ela possui o ponto de vista de Deus.

Meninos em Cristo

 

O terceiro tipo de pessoa que Paulo descreve está no primeiro versículo do capítulo 3 de 1 Coríntios: Eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo.
Uma criança na fé pode ser um cristão controlado pelo Espírito, porém ele não pode ser maduro, porque a maturidade é uma conseqüência do tempo.

Note que Paulo não coloca nenhum tipo de culpa sobre essas pessoas por serem imaturas. Você não pode condenar um nenê por fazer coisas próprias de um nenê. Tudo o que se pode esperar é que ele aja como um nenê. Quando Paulo fala sobre “meninos em Cristo”, ele está falando sobre crentes que estão no jardim da infância porque ainda não houve tempo hábil para que eles pudessem estar na faculdade.
Se você é novo cristão, não fique frustrado porque ainda não é maduro. Permita que o Espírito Santo controle quem você é e Ele o tornará muito melhor do que era antes.

A pessoa carnal

 

Agora estamos voltando para o ponto em que começamos. Fizemos a volta completa porque o quarto tipo de pessoa é o cristão carnal descrito em 1 Coríntios 3:3: “ainda sois carnais”.

A palavra ainda é a chave para compreendermos o texto. Houve muito tempo para o crescimento espiritual, mas os cristãos carnais ainda estavam vivendo em seus hábitos antigos. Eles escorregavam muito, caindo em seus caminhos carnais. Eles não eram tão diferentes das pessoas do mundo.

No caso dos crentes em Corinto, Paulo os conhecia há vários anos. Agora ele estava escrevendo para dizer: “Meus amigos, vocês já têm vários anos de idade e nem estão andando. Ainda usam fraldas. Vocês não fizeram nenhum progresso. Vocês praticam os exercícios espirituais, mas ainda estão só engatinhando”.
O cristão carnal, fala o “cristianês”, mas vive em outro dialeto. Ele diz “louvado seja Deus, aleluia e amém” com seus lábios, mas fala um idioma bem diferente com a sua vida.
Dos quatro tipos de pessoas descritas por Paulo em 1 Coríntios 2-3, o cristão carnal é o único que não está agindo da forma devida. Você não pode esperar que o homem natural aja de uma forma que não é natural. Você não pode culpar uma criança por ser imatura, nem culpar o cristão espiritual que se está desenvolvendo espiritualmente. O homem carnal, porém, é um problema porque ele teve o tempo necessário para crescer, mas teve o seu crescimento estagnado.

UM CRISTÃO REBELDE

 

Isto nos traz ao nosso ponto final: o cristão carnal é um cristão rebelde. Paulo diz em 1 Coríntios 3:4: “Pois dizendo um: Eu sou de Paulo, e outro: Eu de Apoio, não sois carnais?”.

Você já disse alguma vez que “errar é humano”? Isso é desculpa de não- crente. Este é o diálogo das pessoas que andam segundo o caminho dos homens. Alguma vez você já disse “mas todo mundo faz isso”? Este é mais um exemplo de pessoas que andam segundo os homens.

Paulo fala à igreja em Corinto: “Vocês estão agindo igual a todo mundo, da mesma maneira que os não-crentes que estão ao seu redor. Vocês não estão agindo como o novo homem e a nova mulher que foram criados para ser. Vocês estão fazendo as coisas que os não-crentes fazem”.

Recusando-se a ser submissos

 

O que esses cristãos carnais estavam fazendo? Neste capítulo Paulo fala sobre o ciúme e o conflito entre os líderes humanos. Eles estavam comprando brigas e falando mal de outros líderes. Não somente toleravam um vergonhoso caso de incesto, mas também se orgulhavam dele.

Em Gálatas 5 Paulo fala sobre vida imoral, atividades impuras, inveja, conflitos e idolatria. Ele chama essas coisas de “obras da came”. Ele está dizendo que, quando os cristãos adotam estas atitudes é porque eles são rebeldes. Eles estão-se recusando a ser submissos.

A mesma coisa acontece com um cristão que já foi salvo há algum tempo, mas que ainda está vivendo de acordo com os padrões da carne. Vamos deixar isto bem claro: não é que ele não consiga fazer o que é certo. Ele se recusa a fazer a coisa certa, porque levar uma vida carnal para ele foi uma decisão própria.

Bem, reconheço que existem pessoas que necessitam de ajuda. Conheço pessoas que facilmente se atrapalham com todos os tipos de problemas, mas esses padrões pecaminosos são ativados e perpetuados por decisões conscientes que cada indivíduo toma. Um cristão nunca se toma um objeto indefeso nas mãos de Satanás.
Os cristãos não podem ser expostos à verdade de Deus semana após semana e não identificar a lama quando eles a veem. Deus não está somente tentando manter-nos longe da sujeira. Ele quer mostrar-nos algo muito melhor, para que nunca mais tenhamos vontade de brincar na lama novamente.

A lama que o mundo oferece pode parecer boa para um cristão que deixou o seu primeiro amor e necessita voltar a ele.
Se você descobriu que a carnalidade é a categoria na qual se encaixa, quero encorajá-lo a voltar ao seu primeiro amor, Jesus Cristo, ainda hoje.
Trechos do livro de volta ao primeiro amor de Tony Evans